Relações entre motivações para escolhas alimentares e o consumo de grupos de alimentos: um estudo transversal prospectivo com trabalhadores da indústria de transformação no Brasil

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Souza, Anissa Melo de
• Orientador(a): Oliveira, Antônio Manuel Gouveia de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
• Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Escolhas alimentares; Consumo de alimentos; Preferências alimentares; Ingestão de alimentos
• Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31355

A alimentação é um complexo sistema que envolve determinantes, fatores e dimensões que irão definir as escolhas alimentares diárias dos indivíduos. Essa dissertação teve como objetivo analisar os determinantes das escolhas alimentares e associa-los ao consumo de alimentos em trabalhadores da indústria de transformação. Para isso, realizado um estudo observacional, transversal, com coleta prospectiva de dados, com base em amostragem probabilística estratificada proporcional e multiestágios com 921 trabalhadores das indústrias do setor de transformação de pequeno, médio e grande porte do estado do Rio Grande do Norte. Os determinantes das escolhas alimentares foram identificados com a aplicação do Food Choice Questionnaire (FCQ) na sua versão traduzida e validada para o português. As informações sobre o consumo alimentar foram obtidas por meio da aplicação de um Recordatório de 24h (R24h) e todos os alimentos referidos foram agrupadas em duas diferentes categorias: de acordo com a NOVA classificação (4 grupos); e de acordo com o valor nutricional e a origem dos alimentos (44 grupos). Para investigar a associação de cada dimensão do FCQ com os grupos alimentares, foi utilizada uma regressão linear de efeitos mistos em multinível. Os resultados indicaram que as motivações consideradas mais importantes foram apelo sensorial (3,71; 95%IC: 3,65-3,77), preço (2,90; 95%IC: 2,82-2,99) e conveniência (2,67; 95%IC: 2,57-2,76), ao passo que preocupação ética (1,56; 95%IC: 1,46-1,66) foi a motivação menos importante. Além disso, apelo sensorial apresentou correlação positiva com o consumo de condimentos industrializados (0,09%, p=0,022), preço apresentou correlação negativa com o consumo de óleos vegetais (-0,31%, p=0,022), preocupação ética demonstrou correlação positiva com o consumo de carne branca (1,83%, p=0,065) e correlação negativa com o consumo de massas (-0,73, p=<0,001). Em relação aos 4 grupos da NOVA classificação, as correlações observadas foram em relação a saúde com o aumento do consumo de alimentos in natura ou minimamente processados (3,07%, p=0,017); e em relação ao controle de peso e a diminuição do consumo de ingredientes processados de uso culinário (-0,34%, p=0,057). Nossos resultados concluem que diferentes motivações e os diferentes graus de importância atribuído a elas está associado ao consumo seletivo de certos grupos de alimentos, e é o conhecimento sobre essas associações que pode ajudar nutricionistas, profissionais de saúde e educadores a modelar intervenções de políticas públicas e ações de promoção da saúde envolvendo os comportamentos de escolha alimentar.