Relações bidirecionais entre o cérebro e o sistema imune: estudo sobre delirium, perfil inflamatório, infecções secundárias e disfunções a longo prazo em pacientes criticamente enfermos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Maciel, Marcus Vinícius de Andrade e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214616
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Florianópolis, 2019.
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spelling Relações bidirecionais entre o cérebro e o sistema imune: estudo sobre delirium, perfil inflamatório, infecções secundárias e disfunções a longo prazo em pacientes criticamente enfermosCiências médicasCitocinasDelirioTratamento intensivoTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Florianópolis, 2019.A imunossupressão tem o potencial de afetar negativamente a maneira como os pacientes com doenças críticas enfrentam os efeitos decorrentes de traumas, cirurgias, queimaduras ou patologias clínicas, com danos a curto e longo prazo na saúde humana. O estudo realizou análises secundárias em dois bancos de dados distintos, independentes e sem dados de identificação, para avaliar a hipótese de que níveis alterados de inflamação sistêmica, representados pelo perfil das interleucinas 6 e 10 (IL-6 e IL-10), estariam associados ao surgimento de infecções secundárias durante a internação no ambiente de terapia intensiva, além de alterações físicas e cognitivas a longo prazo após a alta hospitalar. Foram analisados dados secundários provenientes de duas coortes (originalmente voltadas ao estudo prospectivo de pacientes críticos) e estabelecido o perfil de marcadores inflamatórios em diferentes momentos da trajetória clínica (fase aguda e fase tardia). O estudo da fase aguda foi baseado em dados de 236 internações consecutivas agrupadas segundo a presença de infecção secundária (n=67), sendo a pneumonia o tipo mais frequente de infecção secundária (n=47). Durante a internação na UTI - nos dias 1(D1), 3(D3) e 6(D6) - foram obtidas medidas de IL-6 e IL-10 que foram relacionadas aos desfechos ?infecção secundária? e ?óbito?. O grupo que desenvolveu infecção secundária apresentou concentração plasmática de IL-10 mais baixa (mediana 2,49 pg/mL; p < 0,01) no D3 de internação na UTI quando comparado ao grupo sem infecção hospitalar. Esta diferença se manteve mesmo quando a regressão logística incluiu idade, presença de delirium e grau de disfunção orgânica na admissão. Não houve diferença significativa entre os grupos nas demais dosagens séricas de IL-6 e IL-10. No estudo da fase tardia, a medida de citocinas séricas de 60 pacientes críticos foi realizada nas últimas 48h da internação hospitalar (mediana de IL-6 e IL-10: 5.0±3.0 e 12.1±8.1 pg/mL respectivamente) e repetidas por ocasião de uma consulta de seguimento realizada em média 2 anos após a alta da UTI. Na reavaliação tardia foi rastreado déficit cognitivo nos sobreviventes através do ?Mini Exame do Estado Mental? (MMSE), além do grau de independência funcional e mobilidade através do escore de Barthel e escore de Lawton e Brody. Os pacientes com níveis séricos de IL-6 e IL-10 no quartil superior apresentaram o pior desempenho no MMSE. Na regressão linear, as citocinas correlacionaram-se significativamente apenas com os escores do MMSE, mas não apresentaram associação significativa com o escores de Barthel e de Lawton e Brody. A regressão linear múltipla obteve resultados semelhantes. Os níveis plasmáticos de IL-6 e IL-10 coletados durante a visita de acompanhamento não foram associados ao desempenho cognitivo ou funcional a longo prazo. Apesar das dosagens séricas de IL-6 e IL-10 representarem apenas uma pequena fração da complexa resposta inflamatória em doentes críticos, há associação entre diferentes perfis destas interleucinas com o surgimento de desfechos clínicos negativos a curto e a longo prazo nesta população.<br>Abstract : Immune dysfunction has the potential to negatively affect the way patients face critical challenges from trauma, major surgery, burns or severe clinical pathologies, with both short- and long-term effects on human health. The study performed observational analyses of two independent databases to evaluate the hypothesis that altered levels of systemic inflammation, represented by the profile of interleukins 6 and 10 (IL-6 and IL-10), would be associated with the diagnosis of secondary infections during intensive care hospitalization, as well as long-term physical and cognitive damage after hospital discharge. Secondary clinical data from two cohorts (originally aimed at the prospective study of critical patients) were analyzed and the profile of inflammatory markers at different points in the clinical trajectory (acute phase and late phase) was established. The study of the acute phase was based on data from 236 consecutive hospitalizations grouped according to the presence of secondary infection (n = 67). Pneumonia was the most frequent type of secondary infection (n = 47). During ICU stay - days 1 (D1), 3 (D3) and 6 (D6) - IL-6 and IL-10 measurements were gathered and related to the \"secondary infection\" and \"death\" outcomes. The group that developed secondary infection had significantly lower plasma IL-10 concentration (median 2.49 pg/mL; p <0.01) in the third day of ICU admission. The difference persisted even when the logistic regression model included male gender, the presence of delirium and the degree of organic dysfunction on ICU admission. There was no significant difference between groups in the other serum levels of IL-6 and IL-10. In the late-stage study, 60 survivors from critical illness had serum cytokines measured in the last 48 hours of hospital admission (IL-6 and IL-10 median of 5.0 ± 3.0 and 12.1 ± 8.1 pg/mL respectively) and were called to a late follow-up visit, which took place on average 2 years after discharge from the ICU. In the late reevaluation, reduced cognitive performance was screened through the Mini-Mental State Examination (MMSE) and the degree of functional independence and mobility was assessed by the Barthel score and Lawton and Brody score. Patients with serum levels of IL-6 and IL-10 in the upper quartile presented the worst performance in MMSE. In linear regression, cytokines correlated significantly only with MMSE scores but were not significantly associated with the Barthel and Lawton and Brody scores. Multiple linear regression obtained similar results. Plasma levels of IL-6 and IL-10 collected during the follow-up visit were not associated with long-term cognitive or functional performance. Although serum IL-6 and IL-10 levels represent only a small fraction of the complex inflammatory response during critical illness, there is an association between different profiles of these interleukins and poor short- and long- term clinical outcomes.Onofre, Alexandre Sherlley CasimiroUniversidade Federal de Santa CatarinaMaciel, Marcus Vinícius de Andrade e2020-10-21T21:07:55Z2020-10-21T21:07:55Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis88 p. | il., gráfs., tabs.application/pdf362252https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214616porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-10-21T21:07:55Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/214616Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:07:55Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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