Os processos de (des) institucionalização de usuários de CAPS ad: cronificação ou inserção em redes?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Torres, Priscila Tomasi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/219362
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2020.
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spelling Os processos de (des) institucionalização de usuários de CAPS ad: cronificação ou inserção em redes?PsicologiaApoio socialAssistencia em instituiçõesSaúde mentalPessoal da área médicaDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2020.O presente estudo aborda como ocorre o processo de desinstitucionalização na Rede de Atenção Psicossocial na percepção dos profissionais nos dias de hoje. O modelo de institucionalização psiquiátrica teve grande evolução a partir do século XVIII, implicando as concepções sobre a loucura, a proposta do cuidado como internação asilar e mais adiante, a contenção medicamentosa. Somente no século XX que ganharam força as contestações ao fazer da psiquiatria e ao modelo hegemônico de saúde, o modelo biomédico, fortificando-se o movimento da desinstitucionalização em todo o mundo. No Brasil, a Reforma Psiquiátrica Brasileira, que se apoiou nas críticas ao modelo hospitalocêntrico do cuidado em saúde mental, evoluiu na década de 1980 e consumou a criação de modelos de serviços extra-hospitalares. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) concretizou a Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, organizando-se por serviços de base territorial e comunitária. A presente pesquisa pretendeu, na direção do fortalecimento dos processos de cuidado e da Clínica da Atenção Psicossocial, compreender como ocorre hodiernamente o fenômeno de ?desinstitucionalização? de usuários com problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas e como ele é percebido e manejado pelos profissionais tanto da Atenção Básica (AB), quanto das equipes dos Centros de Atenção Psicossocial - álcool e outras drogas (CAPSad) de duas cidades diferentes, que tem a RAPS em formato semelhante. O enfoque da pesquisa foi qualitativo, exploratório e descritivo. Para a coleta dos dados foram utilizadas entrevistas semiestruturadas e grupos focais com os profissionais de saúde. Para a análise das entrevistas foi utilizada a análise de conteúdo. Os resultados encontrados tornaram-se categorias de análise, estas organizadas entre: ?a desinstitucionalização, a partir da percepção dos profissionais?, na qual foram discutidos os níveis diversificados de conhecimento dos profissionais sobre este processo, onde pudemos depreender que ainda é necessário difundir a temática, levar a lógica da desinstitucionalização aos espaços de saúde e qualificar o cuidado. Vimos ainda os aspectos que promovem a episteme do movimento da desinstitucionalização, características singulares e plurais no sentido em que também nos deparamos com práticas já implantadas, como o trabalho no território e o Projeto Terapêutico Singular. No entanto, também destacamos os impasses vividos pelos profissionais para o trabalho de desinstitucionalizar. Podemos apontar a persistência de pensamentos voltados ainda ao processo estigmatizador e exclusório na sociedade, a desresponsabilização familiar, o preconceito com o usuário de drogas, e a falta de espaço na rede de cuidado. Constatamos também que no processo de cronificação e institucionalização existem diversas influências, estas descritas por camadas, desde o próprio usuário até a quota do Estado. E por fim, no intuito de tornar as discussões mais palpáveis, discutimos casos que as equipes vivenciaram neste processo. Outra categoria levantada foi: ?o encerramento do cuidado no CAPS ad, na qual sinalizamos o entendimento das equipes sobre o fim do cuidado, compreendido como alta terapêutica. Pudemos adentrar aos critérios utilizados para o processo de alta dos usuários, estes amplos e coerentes com a lógica integral e singular de compreender o processo saúde/doença. Ainda descrevemos quais os tipos de alta nos serviços. E por fim, a última categoria de análise: ?as redes de atenção psicossocial?, na qual discutimos as redes encontradas nas cidades pesquisadas, seus fluxos e suas problemáticas. Pudemos perceber que as dificuldades citadas não se diferenciavam entre as diferentes cidades, a comunicação entre serviços, a falta de conhecimento da rede, o despreparo profissional, e a descaracterização das instituições pelo desmonte das políticas públicas, pela falta de investimento em saúde e pelo avanço neoliberal no país, são problemas que afetam as duas cidades pesquisadas e trazem angústia aos profissionais.Abstract: The present study addresses how the deinstitutionalization process in the Psychosocial Care Network occurs nowadays in the perception of professionals. The psychiatric institutionalization model has had a great evolution since the 18th century, implying the conceptions about madness, the proposal of care as an asylum and, further on, drug containment. It will only be in the twentieth century that the contests about the making of psychiatry and the hegemonic model of health, the biomedical model, will gain strength, strengthening the deinstitutionalization movement worldwide.. In Brazil, the Brazilian Psychiatric Reform, which supported criticisms of the hospital-centered model of mental health care, evolved in the 1980s and consummated the creation of out-of-hospital service models. The Psychosocial Care Network (RAPS) implemented the National Policy on Mental Health, Alcohol and Other Drugs, organizing itself by territorial and community based services. Therefore, the research intended, in the direction of strengthening the care processes and the Psychosocial Care Clinic, to understand how the phenomenon of ?deinstitutionalization? of users occurs and how it is perceived and handled by professionals in both Primary Care (AB) and healthcare teams from the Psychosocial Care Centers - alcohol and other drugs (CAPSad) from two different cities, which have similar format RAPS. The research focus was qualitative, exploratory and descriptive. For data collection, semi-structured interviews and a focus group with health professionals were used. For the analysis of the interviews, content analysis was used. The results found became categories of analysis, these organized between: 'the deinstitutionalization, the perception of the professionals', in this, the levels of knowledge of the professionals about this process were discussed, where we could conclude that it is still necessary to disseminate the theme, take the logic of deinstitutionalization to health spaces and qualify care. We also saw the aspects that promote the episteme of the deinstitutionalization movement, singular and plural characteristics in the sense that we are also faced with already implemented practices, such as work in the territory and the Singular Therapeutic Project. However, we also highlight the impasses experienced by the professionals for the deinstitutionalizing work, we can point out thoughts still focused on the stigmatizing and exclusive process in society, the family's lack of responsibility, prejudice against the drug user, and the lack of space in the care network. We also found that in the process of chronification and institutionalization there are several influences, these described by layers, from the user himself to the State's share. Finally, in order to make the discussions more palpable, we discuss cases that the teams experienced in this process. Another category raised was: ?the closure of care in the CAPS ad, in this we signal the teams? understanding of the end of care, this understood as discharge. We were able to enter into the criteria used for the users' discharge process, which are broad and consistent with the integral and singular logic of understanding the health / disease process. We still describe the types of service increases. And finally, the last category of analysis: ?the psychosocial care networks?, we discuss the networks found in the cities surveyed, their flows and their problems. We could see that the difficulties mentioned did not differ between different cities, communication between services, lack of knowledge of the network, professional unpreparedness, and the lack of characterization of institutions due to the dismantling of public policies, the lack of investment in health and the advancement neoliberal in the country, are problems that affect the two cities surveyed and bring anguish to professionals.Schneider, Daniela RibeiroUniversidade Federal de Santa CatarinaTorres, Priscila Tomasi2021-01-14T18:08:31Z2021-01-14T18:08:31Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis102 p.| il.application/pdf370929https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/219362porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-01-14T18:08:32Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/219362Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732021-01-14T18:08:32Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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