O processo de alfabetização de surdos nos anos iniciais do ensino fundamental: uma análise sob a perspectiva de professores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: BOMFIM, Duanne Antunes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFVJM
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/187709
Resumo: Considerando (a) os desafios da formação docente (inicial, continuada e não formal), das estratégias e práticas pedagógicas no processo de alfabetização de alunos surdos na educação inclusiva; (b) o desempenho linguístico insatisfatório dessas crianças, bem como a ausência de uma Política de Educação Bilíngue para surdos nas escolas inclusivas; (c) que a Lei Federal 10.436/2002, que reconhece a Libras - Língua Brasileira de Sinais, estabelece que esta não poderá substituir a modalidade escrita da língua oral do país; (d) e que as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos e o Plano Nacional de Educação de 2014 a 2024 determinam que até o terceiro ano do Ensino Fundamental todas as crianças estejam alfabetizadas, seria imprescindível que as pessoas surdas dominem a leitura compreensiva e escrita da Língua Portuguesa por meio do processo de alfabetização. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo geral analisar, na perspectiva de professores regentes, o processo de alfabetização de alunos surdos matriculados em turmas de 1° ao 3° ano do Ensino Fundamental de escolas de educação inclusiva do ensino regular comum. Esta pesquisa se caracterizou como qualitativa, envolvendo a participação de nove professores, que atuaram com alunos surdos usuários de Língua de Sinais na fase inicial da alfabetização do Ensino Fundamental em escolas localizadas em cidades nos Vales do Jequitinhonha e do Rio Doce, com coleta de dados por meio de entrevistas individuais que foram transcritas na íntegra e posteriomente tratadas, interpretadas e analisadas. No que se refere ao perfil docente, os resultados apontaram que a formação inicial e continuada ainda são insuficientes para subsidiar sua prática na alfabetização de surdos, pois a maioria não domina a Língua de Sinais e desconhece a concepção da educação bilíngue para o ensino de surdos, resultando na dificuldade em planejar atividades específicas em conformidade às necessidades linguísticas e educacionais destes alunos. Outro resultado encontrado foi as variáveis facilitadoras do processo de alfabetização. Nesse sentido, os professores apontaram principalmente a colaboração e o apoio que receberam por meio do intérprete de Língua de Sinais, as reflexões, pesquisas e trocas de experiências por estratégias não formais de apropriação de conhecimento, através de outros professores e pelo uso de meios digitais e impressos de informação, bem como o trabalho desenvolvido com os alunos surdos na sala de recursos multifuncional e pela Educação Infantil com a estimulação, o desenvolvimento linguístico e educativo destes. Já como variáveis dificultadoras foram destacadas a descontinuidade e/ou a ausência de orientação qualificada pela equipe pedagógica da escola, a falta de apoio e acompanhamento das famílias para o desenvolvimento das crianças, o baixo nível de desempenho linguístico apresentado pelos alunos, e ainda a dificuldade de encontrar materiais de ensino específicos para alfabetização de surdos na Língua Portuguesa em turmas de educação inclusiva. Embora tendo pouco conhecimento e não havendo oportunidade de planejar as aulas de forma conjunta com o intérprete de Língua de Sinais ou com outro profissional especializado, os professores têm buscado alternativas para o planejamento e a prática de ensino voltadas para as necessidades dos seus alunos surdos. Conclui-se, portanto, que mesmo havendo fatores dificultadores nesse campo, algumas variáveis facilitadoras podem tornar possível o desenvolvimento do trabalho docente com estes alunos.
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