Estudo da anemia em longevos com independência funcional

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: Moraes, Niele Silva de [UNIFESP]
• Orientador(a): Figueiredo, Maria Stella Figueiredo [UNIFESP]
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
• Palavras-chave em Português: Idosos; Hemoglobina; Anemia; Prevalência
• Palavras-chave em Inglês: Elderly; Hemoglobin; Anemia; Prevalence
• Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=4194617; http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/46712

Introdução: Baixos níveis de hemoglobina (Hb) são frequentemente observados em idosos, porém discute-se se anemia é uma consequência fisiológica do envelhecimento ou uma característica clínica associada a desfechos negativos. Objetivos: Avaliar os níveis de Hb em uma população de longevos com envelhecimento ativo; descrever a prevalência e causas de anemia nessa população e avaliar o impacto da anemia na sobrevida desses indivíduos. Pacientes e métodos: Estudo prospectivo observacional com idosos da comunidade com 80 anos ou mais, na cidade de São Paulo, Brasil. Foram excluídos pacientes institucionalizados; com diagnóstico de demência, doença de Parkinson ou câncer atual; doenças crônicas descompensadas, submetidos a diálise ou hospitalizados nos últimos 3 meses. Intervalos de referência dos níveis de Hb foram calculados de acordo com as recomendações da Federação Internacional de Química Clínica (IFCC). Resultados: Dos 256 longevos incluídos no estudo, 182 (71%) eram mulheres, idade mediana de 85 anos (80-99). A mediana de Hb foi 13.9 g/dL em homens e 13.3 g/dL em mulheres. O intervalo de confiança de 0.95 da concentração de Hb foi 11.2-16.7g/dL para homens e 11.3-15.7 g/dL para mulheres. De acordo com os critérios da OMS, 40 pacientes tinham anemia (15.6%). A principal causa de anemia foi associada a doença renal crônica (DRC), presente como causa única em 40% dos casos de anemia. Deficiência de ferro foi a segunda causa mais frequente (37.5% dos casos). Pacientes com anemia tiveram significativamente menores taxas de filtração glomerular (42.7ml/min/1.73m2 vs. 50.6 ml/min/1.73m2, P=0.001). Não foi observada diferença de sobrevida em pacientes com e sem anemia (74% vs. 84%, P=0.22). Conclusões: Foram encontrados menores limites de normalidade dos níveis de Hb na população estudada do que os propostos pela OMS. A maioria dos casos de anemia foi secundária a DRC, seguido por deficiência de ferro. Anemia não foi associada a menor sobrevida em idosos com independência funcional. Outros estudos são necessários para esclarecer os níveis normais de Hb em longevos e se anemia é um marcador de outras condições clínicas que podem apresentar impacto na sobrevida da população idosa.