Professor homem na educação infantil: a construção de uma identidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Pereira, Maria Artete Bastos [UNIFESP]
Orientador(a): Vitalle, Maria Sylvia de Souza [UNIFESP]
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Man
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/9980
Resumo: Nesse estudo, a questão central é compreender a construção da identidade do professor-homem na Educação Infantil, ou seja, nesse universo de mulheres, sob a perspectiva da categoria gênero como categoria analítica, no exercício de sua profissão docente em creches e pré-escolas da rede municipal de ensino da cidade de Guarulhos. Ao se analisar o quadro do magistério, nos anos iniciais de escolarização de meninos e meninas, constata-se um número significativamente maior de mulheres em relação ao número de homens, e que não é diferente na rede de ensino do município de Guarulhos, tanto na Educação Infantil (creche e pré-escola), como nas séries iniciais do Ensino Fundamental (ciclo I), sendo que há uma prevalência maior de professor homem no Ensino Fundamental do que na Educação Infantil. A Educação Infantil, embora tenha mais de um século de história, como cuidado e educação extradomiciliar, somente nos últimos anos foi reconhecida como direito da criança, das famílias, como dever do Estado e como primeira etapa da Educação Básica, daí podermos inferir o número menor de homens neste nível de educação, visto sua concepção estar mais voltada ao cuidar – tendo o corpo de meninos e meninas no centro do debate, do que propriamente a educar, como se fosse possível separar uma da outra, visto que são ações indissociáveis. Entretanto, ao eleger a Educação Infantil como forma de atuação com as crianças, estariam os homens excluídos deste fazer? Para buscar responder a esta questão, tomou-se como referencial teórico os estudos das relações de gênero, entendendo-o como uma construção social que influi na construção de identidades presentes no espaço institucional específico a ser estudado: a escola. Buscou-se através das histórias de vida de cinco professores homens conhecer suas trajetórias como docentes deste tempo de vida. Na análise das entrevistas constatou-se que a identidade do professor homem está em construção, considerando-se a complexidade das mudanças ocorridas na Educação Infantil que afetam a todos e todas os/as profissionais que trabalham com este nível de ensino e, consequentemente, os professores homens. Considerando as relações de gênero, como construções sociais para as diferenças sexuais entre homens e mulheres, os resultados demonstram que embora haja mudanças nas subjetividades dos professores homens deste estudo, devido às relações com as crianças e as mulheres profissionais, onde “masculino” e “feminino” se entrecruzam; por outro lado, nestas mesmas interações, fica explícito que não foi possível romper totalmente com a masculinidade hegemônica que ainda permanece e se traduz principalmente nos binarismos – masculino e feminino – presentes e arraigados “neles próprios”, como muitos deles explicitaram ao longo das entrevistas, e que se traduzem nas práticas cotidianas, visto serem culturais e históricas.
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Ao se analisar o quadro do magistério, nos anos iniciais de escolarização de meninos e meninas, constata-se um número significativamente maior de mulheres em relação ao número de homens, e que não é diferente na rede de ensino do município de Guarulhos, tanto na Educação Infantil (creche e pré-escola), como nas séries iniciais do Ensino Fundamental (ciclo I), sendo que há uma prevalência maior de professor homem no Ensino Fundamental do que na Educação Infantil. A Educação Infantil, embora tenha mais de um século de história, como cuidado e educação extradomiciliar, somente nos últimos anos foi reconhecida como direito da criança, das famílias, como dever do Estado e como primeira etapa da Educação Básica, daí podermos inferir o número menor de homens neste nível de educação, visto sua concepção estar mais voltada ao cuidar – tendo o corpo de meninos e meninas no centro do debate, do que propriamente a educar, como se fosse possível separar uma da outra, visto que são ações indissociáveis. Entretanto, ao eleger a Educação Infantil como forma de atuação com as crianças, estariam os homens excluídos deste fazer? Para buscar responder a esta questão, tomou-se como referencial teórico os estudos das relações de gênero, entendendo-o como uma construção social que influi na construção de identidades presentes no espaço institucional específico a ser estudado: a escola. Buscou-se através das histórias de vida de cinco professores homens conhecer suas trajetórias como docentes deste tempo de vida. Na análise das entrevistas constatou-se que a identidade do professor homem está em construção, considerando-se a complexidade das mudanças ocorridas na Educação Infantil que afetam a todos e todas os/as profissionais que trabalham com este nível de ensino e, consequentemente, os professores homens. Considerando as relações de gênero, como construções sociais para as diferenças sexuais entre homens e mulheres, os resultados demonstram que embora haja mudanças nas subjetividades dos professores homens deste estudo, devido às relações com as crianças e as mulheres profissionais, onde “masculino” e “feminino” se entrecruzam; por outro lado, nestas mesmas interações, fica explícito que não foi possível romper totalmente com a masculinidade hegemônica que ainda permanece e se traduz principalmente nos binarismos – masculino e feminino – presentes e arraigados “neles próprios”, como muitos deles explicitaram ao longo das entrevistas, e que se traduzem nas práticas cotidianas, visto serem culturais e históricas.In this study, the central debate is to understand the construction of the identity of a male teacher in children education, in this women universe; from the perspective of gender as an analytical category, in the exercise of their profession teaching in municipal nurseries, pre-schools and schools of the city of Guarulhos. When analyzing the context of teaching in the early years of schooling of boys and girls, the number of women are significantly higher than men, and that is no different in the school system in the city of Guarulhos, including nurseries and pre-school, whereas in the early grades of elementary school (first cycle), there is a higher prevalence of teacher man in. The Early Childhood Education, although it has more than a century of history as an extra care and education, only recently has been recognized as the children rights, families, and the duty of the Government and as the first stage of basic education, then we can infer the smaller number of men at this level of education, since its conception be more focused on care - having the body of boys and girls in the center of the debate, than to educate, as if it were possible to separate from each other, since they are inseparable actions. However, when choosing a Primary school as a way of working with children, men were excluded from this rule? To attempt to answer this question, taken as theoretical studies of gender relations, understanding it as a social behavior that affects the construction of identities present in the specific institutional space to be studied: the school. Was sought through the experience of five men teachers to know their careers as teachers in this lifetime. On the analysis of the interviews it was found that the identity of the male teacher is under construction, considering the complexity of the changes in Childhood Education that affect everyone and all the professionals who work with this level of education and therefore the male teachers. Considering gender relations, as social constructions for the sexual differences between men and women, the results show that although there are changes in the subjectivities of male teachers in this study, because of the relationships with children and professional women, where "masculine" and "feminine" intersect, on the other hand, on these same interactions, it is clear that it was not possible to break completely with the hegemonic masculinity that remains and is reflected mainly in binarisms - masculine and feminine - present and entrenched "in themselves" as many of them made explicit during the interviews, and which are reflected in daily practices, since they are cultural and historical.TEDEporUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)DocentesGênero e SaúdeHomensIdentidades de GêneroRelações de GêneroEducação InfantilGender IdentityGender RelationsGender and HealthManTeachersEarly Childhood EducationProfessor homem na educação infantil: a construção de uma identidadeMale teacher in early childhood education: building an identityinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPGuarulhos, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH)Educação e Saúde na Infância e Adolescência - GuarulhosORIGINALPublico-MariaArleteBastos.pdfapplication/pdf1698449${dspace.ui.url}/bitstream/11600/9980/1/Publico-MariaArleteBastos.pdf2839c77558292e22086feb4e90c7e1edMD51open accessTEXTPublico-MariaArleteBastos.pdf.txtPublico-MariaArleteBastos.pdf.txtExtracted texttext/plain411258${dspace.ui.url}/bitstream/11600/9980/6/Publico-MariaArleteBastos.pdf.txt9b7028ab3df9e14340228f901d51e4f1MD56open accessTHUMBNAILPublico-MariaArleteBastos.pdf.jpgPublico-MariaArleteBastos.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3944${dspace.ui.url}/bitstream/11600/9980/8/Publico-MariaArleteBastos.pdf.jpg07fa771fd35b96e14b0045a56215c476MD58open access11600/99802023-05-15 10:49:04.033open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/9980Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-05-15T13:49:04Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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