Negro Drama: uma etnografia sobre famílias de usuários radicais de crack

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Castro, Odilon [UNIFESP]
Orientador(a): Pereira, Pedro Paulo Gomes [UNIFESP]
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5157850
http://repositorio.unifesp.br/11600/41874
Resumo: A história das substâncias psicoativas nos mostra que elas sempre existiram. E anuncia que perdurarão (como as famílias), mesmo porque, apesar de terem passado por longo processo de criminalização até serem tornadas ilícitas por obscuros critérios, algumas dessas medidas foram revistas (e continuam sendo), e certas substâncias tornadas ilícitas nos EUA anteriormente, como as bebidas alcóolicas, não só tiveram sua licitude readquirida, como foram estimuladas em países como o Brasil. E as que se estabeleceram enquanto ilícitas como a cocaína, contemporaneamente reconfiguram as vidas de todos nesses territórios. A realidade se impôs. E o uso de cocaína não foi suspenso. Sua proibição produz um tipo de guerra na qual morrem usuários e não usuários. Porém, mesmo tratando-se de um fenômeno complexo, com tantas variáveis relativas aos usuários e às substâncias lícitas e ilícitas, o Estado brasileiro opta por entregar as últimas nas mãos de milionários traficantes, para, em seguida, esses comercializarem clandestinamente as mesmas substâncias tornadas ilícitas pelo Estado. No entanto, esse mesmo Estado que determina a proibição que gera a guerra também investe – potência humana e capital econômico - para vigiar, disciplinar, punir, controlar e também tratar os envolvidos mais diretos no fenômeno das drogas, quando não decide exterminá-los. Visto que as ações de prevenção e de repressão, quando realizadas pelo Estado, falharam, a variedade de substâncias e o uso crescem cotidianamente. O medo - e a desinformação - fomentado pela mídia também. Logo, a dependência por substâncias aumenta. Esta etnografia descreve dois anos da construção da política de drogas do Estado de São Paulo por meio do Programa Recomeço. E apresenta também – e principalmente - duas famílias que foram buscar apoio no Programa Recomeço. Quis saber quem são. De onde vêm. E o que pensam sobre o fenômeno. Duas mulheres que, com suas teorias, descreveram seus dramas. Duas mães. Duas negras. Rebeca e Bete. Duas traduções. Duas apostas. Escolhas diferentes para um mesmo fenômeno. Observar a construção da política estadual de drogas de São Paulo. E depois fixar o olhar nas famílias dos usuários de substâncias tornadas ilícitas revela também uma etnografia das políticas públicas. Sendo assim, o principal fluxo desta pesquisa etnográfica é descrever e traduzir repetições e diferenças: movimentos.
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E anuncia que perdurarão (como as famílias), mesmo porque, apesar de terem passado por longo processo de criminalização até serem tornadas ilícitas por obscuros critérios, algumas dessas medidas foram revistas (e continuam sendo), e certas substâncias tornadas ilícitas nos EUA anteriormente, como as bebidas alcóolicas, não só tiveram sua licitude readquirida, como foram estimuladas em países como o Brasil. E as que se estabeleceram enquanto ilícitas como a cocaína, contemporaneamente reconfiguram as vidas de todos nesses territórios. A realidade se impôs. E o uso de cocaína não foi suspenso. Sua proibição produz um tipo de guerra na qual morrem usuários e não usuários. Porém, mesmo tratando-se de um fenômeno complexo, com tantas variáveis relativas aos usuários e às substâncias lícitas e ilícitas, o Estado brasileiro opta por entregar as últimas nas mãos de milionários traficantes, para, em seguida, esses comercializarem clandestinamente as mesmas substâncias tornadas ilícitas pelo Estado. No entanto, esse mesmo Estado que determina a proibição que gera a guerra também investe – potência humana e capital econômico - para vigiar, disciplinar, punir, controlar e também tratar os envolvidos mais diretos no fenômeno das drogas, quando não decide exterminá-los. Visto que as ações de prevenção e de repressão, quando realizadas pelo Estado, falharam, a variedade de substâncias e o uso crescem cotidianamente. O medo - e a desinformação - fomentado pela mídia também. Logo, a dependência por substâncias aumenta. Esta etnografia descreve dois anos da construção da política de drogas do Estado de São Paulo por meio do Programa Recomeço. E apresenta também – e principalmente - duas famílias que foram buscar apoio no Programa Recomeço. Quis saber quem são. De onde vêm. E o que pensam sobre o fenômeno. Duas mulheres que, com suas teorias, descreveram seus dramas. Duas mães. Duas negras. Rebeca e Bete. Duas traduções. Duas apostas. Escolhas diferentes para um mesmo fenômeno. Observar a construção da política estadual de drogas de São Paulo. E depois fixar o olhar nas famílias dos usuários de substâncias tornadas ilícitas revela também uma etnografia das políticas públicas. Sendo assim, o principal fluxo desta pesquisa etnográfica é descrever e traduzir repetições e diferenças: movimentos.History shows us that psychoactive substances have always existed, and indicates that – much like families – these substances will always continue to exist. Psychoactive substances have passed through a long process of criminalization and have been made illegal based on obscure criteria; nevertheless, some of these legal measures have been (and continue to be) reviewed. As a result, certain substances previously made illegal in the United States – such as alcoholic beverages – not only became legal once again; their use has also stimulated in countries such as Brazil. Drugs long established as illegal, like cocaine, reconfigure our lives across different territories. Reality imposes itself, and the use of cocaine has not ended. Instead, prohibiting cocaine produces a type of war in which both users and non-users die. However, even though drug use is a complex phenomenon, with many different variables among users and among both permitted and illicit substances, the Brazilian state opts to deliver illicit drugs into the hands of millionaire drug traffickers. These traffickers, in turn, commercialize – in a clandestine way – the same substances that the government has made illicit. Yet this state, responsible for determining the prohibition that leads to war, also invests both human and economic capital in guarding, disciplining, punishing, controlling, and treating the people most directly involved with drugs (that is, when it does not exterminate them). Given that the state’s actions to prevent and repress the use of drugs has failed, the variety of substances available increases on an almost daily basis, as does their use. Simultaneously, the fear and disinformation spread by the media also increases. Therefore, society’s dependence on substances increases. This ethnography describes two years of drug policy in São Paulo state, Brazil, through the Re-beginning Program (Programa Recomeço). The study’s principal focus is on understanding two families that sought support through the Re-beginning Program: who they are, where they are from, and what they think about the phenomenon of drugs. Two women, through their own theories, describe the dramatic situations in which they live. Two mothers. Two Black women. Rebeca and Beth. Two translations. Two wagers. Different choices based on the same phenomenon. The study observes the construction of drug policy in the state of São Paulo before turning its gaze toward the families of people who use drugs classified as illegal. Thus, the principal aim of this ethnography is to describe and translate repetitions, differences, and movements.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)BV UNIFESP: Teses e dissertações210 f.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Saúde coletivaFamíliaMulheresCrackEstadoPolíticas públicasFamilyWomenCrack cocaineThe statePublic policyNegro Drama: uma etnografia sobre famílias de usuários radicais de crackBlack Drama: an ethnography about families of crack usersinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPEscola Paulista de Medicina (EPM)Saúde Coletiva – EPMCiências Sociais e Humanas em SaúdeCorpo, saúde e doençaORIGINALOdilon Castro PDF A.pdfOdilon Castro PDF A.pdfDissertação de mestradoapplication/pdf2521738${dspace.ui.url}/bitstream/11600/41874/2/Odilon%20Castro%20PDF%20A.pdf8498e6e180b87a6a617f54e2a83343baMD52open access11600/418742023-06-29 09:40:40.475open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/41874Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-06-29T12:40:40Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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