Etnografias de infâncias calungas: um estudo sobre o cotidiano de crianças de um bairro periférico em São Vicente/SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rodrigues, Breno Ayres Chaves [UNIFESP]
Orientador(a): Borba, Patrícia Leme de Oliveira [UNIFESP]
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8474933
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/59087
Resumo: Compreendendo a(s) infância(s) como uma construção social em um tempo-espaço e as crianças como sujeito de direitos que participam ativamente dessa construção social, ou seja, produzem culturas, acompanhamos o cotidiano de 4 crianças “calunga” (termo com raiz africana que nomeia quem nasce em São Vicente/SP) moradoras de um bairro periférico da cidade de São Vicente-SP e frequentadoras do “Camará”(uma Organização Não Governamental). Nosso objetivo foi de ampliar conhecimentos sobre as vidas dessas crianças de modo que esse estudo possa subsidiar às políticas públicas sociais, no tocante a construção de ações e projetos futuros em consonância com a realidade, linguagem e desejos desse público. Para isso realizou-se um estudo qualitativo com base teórica e metodológica na etnografia. As crianças acompanhadas foram duas meninas e dois meninos, de idade entre 9 e 12 anos. As crianças atuaram como coautores da presente pesquisa, ou seja, elas mesmas expressaram os sentidos de suas vidas sendo o pesquisador mediador da organização dessas expressões. Essas mesmas crianças permitiram o acesso e o convívio em suas casas, na circulação pelo bairro em aventuras brincantes, no estar em espaços institucionais da ONG, em conversas mais sérias sobre namoro, violência, cultura, etc. Todas essas vivências foram registradas em diário de campo e foram organizadas em categorias de análise, a saber: importância da rua para suas vidas; modos brincantes das crianças ocuparem o bairro e a cidade; suas relações com o tráfico e a polícia; sexualidade e diferenças entre os gêneros; a relação das crianças com a ONG que participavam; e, por fim, a arte, cultura e os bailes funk. Os principais resultados foram em relação aos modos inventivos e brincantes de circularem pelo bairro em que elas chamavam de “missões”. Nessas aventuras, elas reivindicavam uma cidade menos “adultocêntrica”, transgredindo e inventando suas próprias regras de uso ou prática dos espaços. A partir de sua organização coletiva e imaginação, que não era neutra a estereótipos e signos capitalísticos, produziam novos contornos e funcionalidades aos espaços, abrindo a possibilidade de resistência a situações de negligência do Estado, como a falta de espaços próprios para as crianças. O produto técnico dessa pesquisa foi um livro infantil em que conta uma “missão” de 4 crianças negras em um bairro periférico, sendo material acessível para crianças, adultos, educadores e demais interessados.
id UFSP_fc5a48af6cbfb5b6be45dea361f6b8ee
oai_identifier_str oai:repositorio.unifesp.br:11600/59087
network_acronym_str UFSP
network_name_str Repositório Institucional da UNIFESP
repository_id_str
spelling Rodrigues, Breno Ayres Chaves [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Borba, Patrícia Leme de Oliveira [UNIFESP]2021-01-19T16:31:27Z2021-01-19T16:31:27Z2019-08-06https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8474933https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/59087BRENO AYRES CHAVES RODRIGUES.pdfCompreendendo a(s) infância(s) como uma construção social em um tempo-espaço e as crianças como sujeito de direitos que participam ativamente dessa construção social, ou seja, produzem culturas, acompanhamos o cotidiano de 4 crianças “calunga” (termo com raiz africana que nomeia quem nasce em São Vicente/SP) moradoras de um bairro periférico da cidade de São Vicente-SP e frequentadoras do “Camará”(uma Organização Não Governamental). Nosso objetivo foi de ampliar conhecimentos sobre as vidas dessas crianças de modo que esse estudo possa subsidiar às políticas públicas sociais, no tocante a construção de ações e projetos futuros em consonância com a realidade, linguagem e desejos desse público. Para isso realizou-se um estudo qualitativo com base teórica e metodológica na etnografia. As crianças acompanhadas foram duas meninas e dois meninos, de idade entre 9 e 12 anos. As crianças atuaram como coautores da presente pesquisa, ou seja, elas mesmas expressaram os sentidos de suas vidas sendo o pesquisador mediador da organização dessas expressões. Essas mesmas crianças permitiram o acesso e o convívio em suas casas, na circulação pelo bairro em aventuras brincantes, no estar em espaços institucionais da ONG, em conversas mais sérias sobre namoro, violência, cultura, etc. Todas essas vivências foram registradas em diário de campo e foram organizadas em categorias de análise, a saber: importância da rua para suas vidas; modos brincantes das crianças ocuparem o bairro e a cidade; suas relações com o tráfico e a polícia; sexualidade e diferenças entre os gêneros; a relação das crianças com a ONG que participavam; e, por fim, a arte, cultura e os bailes funk. Os principais resultados foram em relação aos modos inventivos e brincantes de circularem pelo bairro em que elas chamavam de “missões”. Nessas aventuras, elas reivindicavam uma cidade menos “adultocêntrica”, transgredindo e inventando suas próprias regras de uso ou prática dos espaços. A partir de sua organização coletiva e imaginação, que não era neutra a estereótipos e signos capitalísticos, produziam novos contornos e funcionalidades aos espaços, abrindo a possibilidade de resistência a situações de negligência do Estado, como a falta de espaços próprios para as crianças. O produto técnico dessa pesquisa foi um livro infantil em que conta uma “missão” de 4 crianças negras em um bairro periférico, sendo material acessível para crianças, adultos, educadores e demais interessados.Understanding childhood as a social construction in a time-space and children as subjects of rights that actively participate in this social construction, that is, they produce cultures. In this way we followed up the daily life of 4 children "calunga" (term with African root naming who is born in São Vicente coast of São Paulo) living in a outskirts of the city of São Vicente-SP and attending the "Camará" (a non-governmental organization). Our objective was to increase knowledge about their lives so that this study can subsidize public social policies, in relation to the construction of future actions and projects in line with the reality, language and wishes of this public. For this, a qualitative study was carried out with theoretical and methodological basis on ethnography. The children followed up two girls and two boys, aged between 9 and 12 years. The children acted as coauthors of the present research, that is, they expressed the meanings of their lives and the researcher was the mediator of the organization of these expressions. These same children allowed the access and the sociability in their houses, the circulation in the neighborhood in playful adventures, being in institutional spaces of the NGO, in more serious conversations about dating, violence, culture and others subjects. All these experiences were recorded in field diaries and were organized into categories of analysis, namely: importance of the street to their lives; playful ways of children occupying the neighborhood and the city; its relations with the traffic and the police; sexuality and gender differences; the relationship of children with the NGO involved; and, finally, art, culture and funk dances. The main results were in relation to the inventive and playful ways of moving around the neighborhood they called "missions". In these adventures, they claimed a less "adult-centric" city, transgressing and inventing their own rules of use or practice of spaces. From their collective organization and imagination, which was not neutral to stereotypes and capitalistic signs, they produced new contours and functionalities to the spaces, opening the possibility of resistance to situations that is invisible to the State, such as the lack of spaces for children. The technical product of this research was a children's book that tells a "mission" of 4 black children in a peripheral neighborhood, being accessible material for children, adults, educators and other interested parties.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2019)122 p.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)CriançaEtnografiaAntropologia CulturalÁreas De PobrezaPopulação UrbanaChildrenEtnografyUrban AntropologyPoor AreasUrban Population.Etnografias de infâncias calungas: um estudo sobre o cotidiano de crianças de um bairro periférico em São Vicente/SPinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisMestrado profissionalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPBaixada Santista, Instituto de Saúde e SociedadeSão Paulo, Escola Paulista de EnfermagemEnsino em Ciências da SaúdeEnsino Em Ciencias Da SaúdeEducação Em Saúde Na ComunidadeORIGINALBRENO AYRES CHAVES RODRIGUES.pdfapplication/pdf1292185${dspace.ui.url}/bitstream/11600/59087/1/BRENO%20AYRES%20CHAVES%20RODRIGUES.pdf416144bbf980e9167ef461b059e3dd1fMD51open accessTEXTBRENO AYRES CHAVES RODRIGUES.pdf.txtBRENO AYRES CHAVES RODRIGUES.pdf.txtExtracted texttext/plain278049${dspace.ui.url}/bitstream/11600/59087/2/BRENO%20AYRES%20CHAVES%20RODRIGUES.pdf.txtd4c7487320de03306845fddc29322927MD52open accessTHUMBNAILBRENO AYRES CHAVES RODRIGUES.pdf.jpgBRENO AYRES CHAVES RODRIGUES.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3852${dspace.ui.url}/bitstream/11600/59087/4/BRENO%20AYRES%20CHAVES%20RODRIGUES.pdf.jpg75c6e6ef19ec8f184c4e1b3679f4c930MD54open access11600/590872023-05-15 01:17:39.502open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/59087Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-05-15T04:17:39Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
dc.title.pt.fl_str_mv Etnografias de infâncias calungas: um estudo sobre o cotidiano de crianças de um bairro periférico em São Vicente/SP
title Etnografias de infâncias calungas: um estudo sobre o cotidiano de crianças de um bairro periférico em São Vicente/SP
spellingShingle Etnografias de infâncias calungas: um estudo sobre o cotidiano de crianças de um bairro periférico em São Vicente/SP
Rodrigues, Breno Ayres Chaves [UNIFESP]
Criança
Etnografia
Antropologia Cultural
Áreas De Pobreza
População Urbana
Children
Etnografy
Urban Antropology
Poor Areas
Urban Population.
title_short Etnografias de infâncias calungas: um estudo sobre o cotidiano de crianças de um bairro periférico em São Vicente/SP
title_full Etnografias de infâncias calungas: um estudo sobre o cotidiano de crianças de um bairro periférico em São Vicente/SP
title_fullStr Etnografias de infâncias calungas: um estudo sobre o cotidiano de crianças de um bairro periférico em São Vicente/SP
title_full_unstemmed Etnografias de infâncias calungas: um estudo sobre o cotidiano de crianças de um bairro periférico em São Vicente/SP
title_sort Etnografias de infâncias calungas: um estudo sobre o cotidiano de crianças de um bairro periférico em São Vicente/SP
author Rodrigues, Breno Ayres Chaves [UNIFESP]
author_facet Rodrigues, Breno Ayres Chaves [UNIFESP]
author_role author
dc.contributor.institution.pt.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
dc.contributor.author.fl_str_mv Rodrigues, Breno Ayres Chaves [UNIFESP]
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Borba, Patrícia Leme de Oliveira [UNIFESP]
contributor_str_mv Borba, Patrícia Leme de Oliveira [UNIFESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Criança
Etnografia
Antropologia Cultural
Áreas De Pobreza
População Urbana
topic Criança
Etnografia
Antropologia Cultural
Áreas De Pobreza
População Urbana
Children
Etnografy
Urban Antropology
Poor Areas
Urban Population.
dc.subject.eng.fl_str_mv Children
Etnografy
Urban Antropology
Poor Areas
Urban Population.
description Compreendendo a(s) infância(s) como uma construção social em um tempo-espaço e as crianças como sujeito de direitos que participam ativamente dessa construção social, ou seja, produzem culturas, acompanhamos o cotidiano de 4 crianças “calunga” (termo com raiz africana que nomeia quem nasce em São Vicente/SP) moradoras de um bairro periférico da cidade de São Vicente-SP e frequentadoras do “Camará”(uma Organização Não Governamental). Nosso objetivo foi de ampliar conhecimentos sobre as vidas dessas crianças de modo que esse estudo possa subsidiar às políticas públicas sociais, no tocante a construção de ações e projetos futuros em consonância com a realidade, linguagem e desejos desse público. Para isso realizou-se um estudo qualitativo com base teórica e metodológica na etnografia. As crianças acompanhadas foram duas meninas e dois meninos, de idade entre 9 e 12 anos. As crianças atuaram como coautores da presente pesquisa, ou seja, elas mesmas expressaram os sentidos de suas vidas sendo o pesquisador mediador da organização dessas expressões. Essas mesmas crianças permitiram o acesso e o convívio em suas casas, na circulação pelo bairro em aventuras brincantes, no estar em espaços institucionais da ONG, em conversas mais sérias sobre namoro, violência, cultura, etc. Todas essas vivências foram registradas em diário de campo e foram organizadas em categorias de análise, a saber: importância da rua para suas vidas; modos brincantes das crianças ocuparem o bairro e a cidade; suas relações com o tráfico e a polícia; sexualidade e diferenças entre os gêneros; a relação das crianças com a ONG que participavam; e, por fim, a arte, cultura e os bailes funk. Os principais resultados foram em relação aos modos inventivos e brincantes de circularem pelo bairro em que elas chamavam de “missões”. Nessas aventuras, elas reivindicavam uma cidade menos “adultocêntrica”, transgredindo e inventando suas próprias regras de uso ou prática dos espaços. A partir de sua organização coletiva e imaginação, que não era neutra a estereótipos e signos capitalísticos, produziam novos contornos e funcionalidades aos espaços, abrindo a possibilidade de resistência a situações de negligência do Estado, como a falta de espaços próprios para as crianças. O produto técnico dessa pesquisa foi um livro infantil em que conta uma “missão” de 4 crianças negras em um bairro periférico, sendo material acessível para crianças, adultos, educadores e demais interessados.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-08-06
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-01-19T16:31:27Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-01-19T16:31:27Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.pt.fl_str_mv https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8474933
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/59087
dc.identifier.file.none.fl_str_mv BRENO AYRES CHAVES RODRIGUES.pdf
url https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8474933
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/59087
identifier_str_mv BRENO AYRES CHAVES RODRIGUES.pdf
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 122 p.
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNIFESP
instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron:UNIFESP
instname_str Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron_str UNIFESP
institution UNIFESP
reponame_str Repositório Institucional da UNIFESP
collection Repositório Institucional da UNIFESP
bitstream.url.fl_str_mv ${dspace.ui.url}/bitstream/11600/59087/1/BRENO%20AYRES%20CHAVES%20RODRIGUES.pdf
${dspace.ui.url}/bitstream/11600/59087/2/BRENO%20AYRES%20CHAVES%20RODRIGUES.pdf.txt
${dspace.ui.url}/bitstream/11600/59087/4/BRENO%20AYRES%20CHAVES%20RODRIGUES.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 416144bbf980e9167ef461b059e3dd1f
d4c7487320de03306845fddc29322927
75c6e6ef19ec8f184c4e1b3679f4c930
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1785105838560509952