Satisfação de idosos com a Estratégia Saúde da Família em município do interior do Triângulo Mineiro

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: GARCIA, Luan Augusto Alves
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro; Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação; Brasil; UFTM; Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
• Palavras-chave em Português: Idoso.; Atenção Primária à Saúde.; Estratégia Saúde da Família.; Satisfação do paciente.; Pesquisa sobre Serviços de Saúde.; Elderly.; Primary Health Care.; Family Health Strategy.; Patient satisfaction.; Research on Health Services.; Ancianos.; Atención Primaria a la Salud.; Estrategia Salud de la Familia.; Satisfacción del paciente.; Búsqueda de Servicios de Salud.; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICA
• Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1408

A satisfação com os serviços de saúde podem relacionar-se das relações entre os profissionais de saúde e os usuários deste serviços ao mesmo tempo que, podem estar relacionados também a outros aspectos como a organização e infraestrutura das unidades e também das próprias percepções e necessidades dos usuários. Este estudo teve como objetivo caracterizar o perfil sociodemográfico e de condições de saúde dos idosos cadastrados pela Saúde da Família; avaliar a existência de diferença entre a satisfação dos idosos cadastrados na Saúde da Família conforme os serviços de saúde distribuídos nos distritos sanitários; identificar os aspectos que influenciam a satisfação dos idosos cadastrados na Saúde da Família com os serviços de saúde; verificar se há diferenças nos escores de satisfação dos idosos cadastrados na Saúde da Família conforme os serviços de saúde distribuídos nos Distritos Sanitários e fatores relacionados e descrever a satisfação idosos octogenários cadastrados na Saúde da Família conforme os serviços de saúde prestados. Trata-se de estudo do tipo inquérito domiciliar, analítico, com delineamento transversal realizado com 338 idosos. Os dados foram coletados por meio de instrumento semiestruturado de caracterização sociodemográfica, condições de saúde e acesso aos serviços, capacidade cognitiva do idoso através da aplicação do Mini Exame do Estado Mental e satisfação com o Questionário de Satisfação com os cuidados primários de Saúde. Foi realizada análise descritiva univariada para o primeiro e segundo objetivos. Para análise do terceiro e quarto objetivo foi empreendida análise bivariada tendo como aspectos influenciadores características sociodemográficas (idade, escolaridade, renda familiar) e características relacionadas aos serviços de saúde (frequência da visita do agente comunitário e frequência de uso da unidade de saúde). Para o quinto objetivo foi empreendida análise univariada descritiva. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFTM, protocolo nº 2.041.624. A maioria dos idosos entrevistados eram do sexo feminino (68,5%), com média de idade de 71,5 anos, estado civil casado(a)/mora com companheiro(a) (44,1%), cor da pele branca (46,2%), de religião católica (62,2%), com escolaridade entre um a quatro anos completos (54,6%), aposentados (84,5%), sem ocupação profissional (81,1%), com rendimento individual de um salário mínimo (52,2%) e rendimento familiar de um a três salários mínimos (58,0%), sendo o arranjo familiar composto por novas formas de arranjos (60,1%), não tabagistas (65,1%) nem etilistas (73,9%), não praticantes de atividade física (59,2%). Considerando o acesso aos serviços de saúde os idosos informaram utilizar o serviço público de saúde (69,7%) e não possuir convênio particular de saúde (66,8%). Quase a metade, informou receber no mínimo uma visita ao mês do ACS (55,0%) e frequentar o serviço de saúde ao qual está cadastrado pelo menos uma vez ao mês (50,0%). Considerando a avaliação da satisfação as dimensões Agentes Comunitários de Saúde, Médicos e Enfermagem foram melhores avaliadas tanto para o grupo de satisfeitos quanto para os muito satisfeitos. Os itens melhores avaliados entre o grupo de idosos Satisfeitos foram: Os Agentes Comunitários são atenciosos (Média=5,7); Os Agentes Comunitários interessam-se pelos seus problemas e pela sua resolução (Média=5,5) e Os Enfermeiros são atenciosos (Média=5,5). Já entre o grupo de idosos Muito Satisfeitos foram: Os Agentes Comunitários são atenciosos (Média=6,7); Os Agentes Comunitários interessam-se pelos seus problemas e sua resolução (Média=6,7) e Os Agentes Comunitários explicam claramente o que o senhor(a) deve fazer (Média=6,7). Com relação aos potenciais fatores de influencia na satisfação entre os idosos apresentaram diferenças significativas para os fatores renda familiar (p=0,041), frequência de visita do Agente Comunitário de Saúde (p=0,001) e raça/cor da pele autodeclarada (p=0,028). Considerando a avaliação da satisfação entres os Distritos Sanitários de Saúde pode ser observado diferenças significativas, sendo as menores avaliações presentes no DS I e para as seguintes dimensões Instalações da unidade (p<0,001), Percepções e necessidades (p=0,023) e Escore Total de Satisfação (p=0,026). Com relação aos idosos octogenários, neste estudo houve predomínio de idosos do sexo feminino, brancos, com escolaridade entre um e quatro anos, aposentados, não desempenhando atividade profissional, com renda individual de um salário mínimo, renda familiar de um a três salários mínimos, não tabagistas, etilistas e não praticantes de atividade física. Com relação a satisfação dos idosos octogenários as dimensões Agentes Comunitários de Saúde, Enfermagem e Instalações da Unidade foram melhores avaliadas para o grupo de satisfeitos e, as dimensões Agentes Comunitários de Saúde, Médicos e Percepções e necessidades melhores avaliados para os muito satisfeitos. Os resultados contribuem para a compreensão do perfil de idosos cadastrados na ESF e a avaliação da satisfação com este serviço. Os idosos encontram-se satisfeitos com os cuidados primários empreendidos pela Saúde da Família, embora alguns fatores possam influenciar negativamente na percepção de satisfação, o que justifica a necessidade demais estudos sobre a temática. Sendo assim, poderão contribuir para sensibilizar os usuários dos serviços sobre a importância de sua valoração nos aspectos que tangenciam o processo de planejamento e a tomada de decisão das ações de saúde, além de fortalecer as políticas públicas de saúde, fomentando ações que incorporem a satisfação dos usuários nas avaliações em saúde.