Fenomenologia e Transdisciplinaridade: contribuições para a formação em Psicologia

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Ribeiro, Thaíke Augusto Narciso
• Orientador(a): Goto, Tommy Akira
• Banca de defesa: Sommerman, Americo , Pimentel, Adelma do Socorro Gonçalves , Holanda, Adriano Furtado , Wazlawick, Patrícia
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Uberlândia
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Psicologia Fenomenológica; Antropologia Filosófica; Formação Humana; Phenomenological Psychology; Philosophical Anthropology; Human formation
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA::EPISTEMOLOGIA; CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
• Link de acesso: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/30501; https://doi.org/10.14393/ufu.di.2020.620

Introdução: A atual formação brasileira em Psicologia tem sido insatisfatória para muitos, por uma série de razões. Entre estas identificamos, em nossa experiência, incoerências entre a formação e a realidade vivida e forte escassez de diálogo, liberdade de pensamento, harmonia e unidade entre os diferentes saberes e abordagens que compõem a psicologia. A crítica comum da literatura, entretanto, não alcança a crise maior que está por trás de todas essas insatisfações menores. Diante dessas questões, passamos a problematizar a falta de sentido humano no conhecimento, em geral, e na formação em psicologia, no particular. Como possibilidade de responder ao nosso problema, encontramos a Fenomenologia de Edmund Husserl como resgate deste negligenciado sentido e a Transdisciplinaridade de Bassarab Nicolescu como um movimento processual de organização do conhecimento que acolhe a especialização, pela disciplinaridade; a cooperação, pela multidisciplinaridade; a conexão e a partilha, pela interdisciplinaridade; e a liberdade e a transcendência (de sentido) pela transdisciplinaridade. Assim, por meio da metodologia qualitativa teórico-bibliográfico, analisamos algumas das possíveis contribuições da fenomenologia e da transdisciplinaridade para a formação em psicologia. Nesse percurso, 1. Esclarecemos os métodos e conceitos principais da fenomenologia e da transdisciplinaridade, analisando suas conexões para uma perspectiva fenomenológico-transdisciplinar da formação humana; 2. Refletimos como este diálogo permite a possibilidade de uma (re)unificação da Psicologia, transitando da ideia de “separação” para a de “distinção”, e de “recorte” para “enfoque”; 3. Elaboramos como resultado deste complexo diálogo a ideia de uma fundamentação fenomenológico-transdisciplinar que visa auxiliar de maneira teórico-prática a formação em psicologia. Nesse sentido, a formação vislumbrada a partir dessa proposta aponta para a importância de integrar uma formação para o si mesmo (autoformação), para o outro (heteroformação) e para o meio (ecoformação), capaz de abranger os quatro pilares da Unesco e dialogar com as DCN mais atuais. Por fim, propomos brevemente algumas diretrizes que poderiam ser aplicados ao mundo prático-formativo por meio de quatro possíveis caminhos não excludentes entre si: a) O caminho “desinstitucionalizador”, que implica numa transição gradual do controle institucional para o seu apoio; b) O caminho “universitário”, que explora a possibilidade de aproximação gradual do projeto-base das universidades para uma proposta fenomenológico-transdisciplinar; c) O caminho “curricular”, que reflete uma reinvenção do currículo pedagógico da formação em psicologia reorganizando-o através módulos que reflitam as vivências intencionais próprias da área segundo a Psicologia Fenomenológica, tais como consciência, percepção, afetividade, motivação e recordação; d) O caminho “extracurricular”, que discute a possibilidade de aproximações externas da reflexão fenomenológico-transdisciplinar ao sistema vigente. Como resultado dessa pesquisa, compreendemos, enfim, que a fenomenologia e a transdisciplinaridade nos permitem vislumbrar, com clareza e segurança, uma proposta auto-hetero-ecoformativa em psicologia que seja simultaneamente e irredutivelmente rigorosa, humana e livre.