Ensaios do irrepresentável: a mulher-mãe na cena incestuosa
Ano de defesa: | 2021 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Uberlândia
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Psicologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/32940 http://doi.org/10.14393/ufu.di.2021.504 |
Resumo: | A compreensão sobre a subjetivação materna ante a violência sexual incestuosa perpetrada contra seus/suas filhos(as), consiste em um campo pouco explorado na área da saúde, das ciências humanas e sociais. A obscuridade do tema pode ser transposta para a ausência de espaços possíveis para as mulheres-mães e na disseminação de significantes que recaem sobre elas. Neste sentido, a presente pesquisa buscou se debruçar sobre a análise do que escapa às representações simplistas que incidem sobre a mãe de uma criança em situação de violência sexual incestuosa perpetrada pelo padrasto. O percurso se engendrou na possibilidade de tecer reflexões sobre a mulher-mãe por meio do viés psicanalítico, na tentativa de bordejar os significantes daquilo que é irrepresentável. Indagações sobre quais seriam as organizações inconscientes da mulher-mãe, marcas, rastros e registros afetivos, guiaram os caminhos percorridos. Assim, o objetivo da pesquisa foi analisar o processo de subjetivação e constituição psíquica da mulher-mãe da criança submetida à violência sexual incestuosa, especificamente os afetos e ensaios envolvidos ao deparar-se com a experiência da violência e as significações atribuídas a esta experiência. Para tanto, foi utilizado o método interpretativo da pesquisa em psicanálise, com relatos clínicos dos atendimentos e análise do caso. A experiência transferencial permitiu identificar barreiras da mulher-mãe diante das dinâmicas violentas: a violência sexual incestuosa sobre a filha e as violências que fizeram parte de sua própria história. Os obstáculos da mulher-mãe em acessar o sofrimento da filha apontou suas dificuldades em simbolizar e representar o próprio sofrimento. Ao longo dos encontros, a supremacia imaginária pôde ofertar lugar ao simbólico, por meio da história do corpo e suas fraturas subjetivas. Os discursos imaginários, em suas tentativas de inscrição fálica do gozo feminino, não acessam o que está além do socialmente estabelecido: os elementos pulsionais da mulher que não se esgotam na maternidade. Com isso, a escuta pode propiciar reflexões das mulheres-mães sobre suas próprias histórias, de modo que possam romper com repetições e exercer função de cuidado diante de dinâmicas violentas, nas quais a integridade física e psíquica de seus/suas filhos(as) é ameaçada. |
id |
UFU_28ad31aa0c6b1ad73f97ee7c7ef21a68 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufu.br:123456789/32940 |
network_acronym_str |
UFU |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFU |
repository_id_str |
|
spelling |
2021-10-25T14:40:27Z2021-10-25T14:40:27Z2021-08-19LIMA, Lívia de Matos. Ensaios do irrepresentável: a mulher-mãe na cena incestuosa. 2021. 112f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2021. Disponível em: http://doi.org/10.14393/ufu.di.2021.504https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/32940http://doi.org/10.14393/ufu.di.2021.504A compreensão sobre a subjetivação materna ante a violência sexual incestuosa perpetrada contra seus/suas filhos(as), consiste em um campo pouco explorado na área da saúde, das ciências humanas e sociais. A obscuridade do tema pode ser transposta para a ausência de espaços possíveis para as mulheres-mães e na disseminação de significantes que recaem sobre elas. Neste sentido, a presente pesquisa buscou se debruçar sobre a análise do que escapa às representações simplistas que incidem sobre a mãe de uma criança em situação de violência sexual incestuosa perpetrada pelo padrasto. O percurso se engendrou na possibilidade de tecer reflexões sobre a mulher-mãe por meio do viés psicanalítico, na tentativa de bordejar os significantes daquilo que é irrepresentável. Indagações sobre quais seriam as organizações inconscientes da mulher-mãe, marcas, rastros e registros afetivos, guiaram os caminhos percorridos. Assim, o objetivo da pesquisa foi analisar o processo de subjetivação e constituição psíquica da mulher-mãe da criança submetida à violência sexual incestuosa, especificamente os afetos e ensaios envolvidos ao deparar-se com a experiência da violência e as significações atribuídas a esta experiência. Para tanto, foi utilizado o método interpretativo da pesquisa em psicanálise, com relatos clínicos dos atendimentos e análise do caso. A experiência transferencial permitiu identificar barreiras da mulher-mãe diante das dinâmicas violentas: a violência sexual incestuosa sobre a filha e as violências que fizeram parte de sua própria história. Os obstáculos da mulher-mãe em acessar o sofrimento da filha apontou suas dificuldades em simbolizar e representar o próprio sofrimento. Ao longo dos encontros, a supremacia imaginária pôde ofertar lugar ao simbólico, por meio da história do corpo e suas fraturas subjetivas. Os discursos imaginários, em suas tentativas de inscrição fálica do gozo feminino, não acessam o que está além do socialmente estabelecido: os elementos pulsionais da mulher que não se esgotam na maternidade. Com isso, a escuta pode propiciar reflexões das mulheres-mães sobre suas próprias histórias, de modo que possam romper com repetições e exercer função de cuidado diante de dinâmicas violentas, nas quais a integridade física e psíquica de seus/suas filhos(as) é ameaçada.The understanding about maternal subjectivation in face of incestuous sexual violence perpetrated against their children is a rarely explored field in the area of health, human and social sciences. The obscurity of the theme can be transposed to the absence of possible spaces for women-mothers and to the dissemination of meanings that fall upon them. In this sense, the present research sought to analyze what escapes those simplistic representations that fall upon the mother of a child in a situation of incestuous sexual violence perpetrated by the stepfather. The course was engendered in the possibility of weaving reflections about the woman-mother through a psychoanalytic approach, in an attempt to explore the signifiers of what is unrepresentable. Questions about what would be the unconscious organizations of the mother-woman, marks, traces, and affective records, guided the paths taken. Thus, the objective of this research was to analyze the process of subjectivation and the psychic constitution of the woman-mother of a child submitted to incestuous sexual violence, specifically the affections and trials involved when facing the experience of violence and the meanings attributed to this experience. To do so, the interpretative method of psychoanalytic research was used, with clinical reports of the sessions and case analysis. The transferential experience allowed us to identify the barriers of the woman-mother in the face of violent dynamics: the incestuous sexual violence against her daughter and the violence that was part of her own history. The obstacles of the woman-mother in accessing her daughter's suffering pointed out her difficulties in symbolizing and representing her own suffering. Throughout the meetings, the imaginary supremacy could give way to the symbolic, through the history of the body and its subjective fractures. The imaginary discourses, in their attempts at phallic inscription of the female jouissance, do not access what is beyond what is socially established: the pulsional elements of the woman that are not exhausted in maternity. Thus, listening can encourage women-mothers to reflect on their own stories, so that they can break with repetitions and exercise a caring function when faced with violent dynamics in which the physical and psychological integrity of their children is threatened.FAPEMIG - Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas GeraisDissertação (Mestrado)porUniversidade Federal de UberlândiaPrograma de Pós-graduação em PsicologiaBrasilCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIAmaternidadepsicanáliseviolência sexualEnsaios do irrepresentável: a mulher-mãe na cena incestuosaRehearsals of the unrepresentable: the woman-mother in the incestuous sceneinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisNeves, Anamaria Silvahttp://lattes.cnpq.br/3042344825513282Elias, Marisa Aparecidahttp://lattes.cnpq.br/1498284061775529Marin, Isabel da Silva Kahnhttp://lattes.cnpq.br/8944013250230111http://lattes.cnpq.br/3401961228782658Lima, Lívia de Matos11210205278449cb0c28-dc10-4f2d-91a7-331961969d48info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFUinstname:Universidade Federal de Uberlândia (UFU)instacron:UFUORIGINALEnsaiosIrrepresentávelMulher.pdfEnsaiosIrrepresentávelMulher.pdfapplication/pdf946976https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/32940/3/EnsaiosIrrepresent%c3%a1velMulher.pdf8e8b47af68f9526763bb5c4b91824511MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81792https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/32940/4/license.txt48ded82ce41b8d2426af12aed6b3cbf3MD54TEXTEnsaiosIrrepresentávelMulher.pdf.txtEnsaiosIrrepresentávelMulher.pdf.txtExtracted texttext/plain237024https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/32940/5/EnsaiosIrrepresent%c3%a1velMulher.pdf.txta5c29961c50ece7c3781ea3aff9898e2MD55THUMBNAILEnsaiosIrrepresentávelMulher.pdf.jpgEnsaiosIrrepresentávelMulher.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1315https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/32940/6/EnsaiosIrrepresent%c3%a1velMulher.pdf.jpg68e83741c410f846d55d0223782e3638MD56123456789/329402022-05-02 10:42:05.028oai:repositorio.ufu.br:123456789/32940w4kgbmVjZXNzw6FyaW8gY29uY29yZGFyIGNvbSBhIGxpY2Vuw6dhIGRlIGRpc3RyaWJ1acOnw6NvIG7Do28tZXhjbHVzaXZhLCBhbnRlcyBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gcG9zc2EgYXBhcmVjZXIgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvLiBQb3IgZmF2b3IsIGxlaWEgYSBsaWNlbsOnYSBhdGVudGFtZW50ZS4gQ2FzbyBuZWNlc3NpdGUgZGUgYWxndW0gZXNjbGFyZWNpbWVudG8gZW50cmUgZW0gY29udGF0byBhdHJhdsOpcyBkbyBlLW1haWwgIHJlcG9zaXRvcmlvQHVmdS5ici4KCkxJQ0VOw4dBIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpBbyBhc3NpbmFyIGUgZW50cmVnYXIgZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgby9hIFNyLi9TcmEuIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpOgoKYSkgQ29uY2VkZSDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBVYmVybMOibmRpYSBvIGRpcmVpdG8gbsOjby1leGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3Vtby9hYnN0cmFjdCkgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsIG91IGltcHJlc3NvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpby4KCmIpIERlY2xhcmEgcXVlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2UsIHRhbnRvIHF1YW50byBsaGUgw6kgcG9zc8OtdmVsIHNhYmVyLCBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuCgpjKSBTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBjb250w6ltIG1hdGVyaWFsIGRvIHF1YWwgbsOjbyBkZXTDqW0gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IsIGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBwYXJhIGNvbmNlZGVyIMOgIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFViZXJsw6JuZGlhIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgY3Vqb3MgZGlyZWl0b3Mgc8OjbyBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBjb250ZcO6ZG8gZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlLgoKU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBVYmVybMOibmRpYSwgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFViZXJsw6JuZGlhIGlkZW50aWZpY2Fyw6EgY2xhcmFtZW50ZSBvKHMpIHNldShzKSBub21lKHMpIGNvbW8gbyhzKSBhdXRvcihlcykgb3UgZGV0ZW50b3IgKGVzKSBkb3MgZGlyZWl0b3MgZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Repositório InstitucionalONGhttp://repositorio.ufu.br/oai/requestdiinf@dirbi.ufu.bropendoar:2022-05-02T13:42:05Repositório Institucional da UFU - Universidade Federal de Uberlândia (UFU)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Ensaios do irrepresentável: a mulher-mãe na cena incestuosa |
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv |
Rehearsals of the unrepresentable: the woman-mother in the incestuous scene |
title |
Ensaios do irrepresentável: a mulher-mãe na cena incestuosa |
spellingShingle |
Ensaios do irrepresentável: a mulher-mãe na cena incestuosa Lima, Lívia de Matos CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA maternidade psicanálise violência sexual |
title_short |
Ensaios do irrepresentável: a mulher-mãe na cena incestuosa |
title_full |
Ensaios do irrepresentável: a mulher-mãe na cena incestuosa |
title_fullStr |
Ensaios do irrepresentável: a mulher-mãe na cena incestuosa |
title_full_unstemmed |
Ensaios do irrepresentável: a mulher-mãe na cena incestuosa |
title_sort |
Ensaios do irrepresentável: a mulher-mãe na cena incestuosa |
author |
Lima, Lívia de Matos |
author_facet |
Lima, Lívia de Matos |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Neves, Anamaria Silva |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/3042344825513282 |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Elias, Marisa Aparecida |
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/1498284061775529 |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Marin, Isabel da Silva Kahn |
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/8944013250230111 |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/3401961228782658 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Lima, Lívia de Matos |
contributor_str_mv |
Neves, Anamaria Silva Elias, Marisa Aparecida Marin, Isabel da Silva Kahn |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA |
topic |
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA maternidade psicanálise violência sexual |
dc.subject.por.fl_str_mv |
maternidade psicanálise violência sexual |
description |
A compreensão sobre a subjetivação materna ante a violência sexual incestuosa perpetrada contra seus/suas filhos(as), consiste em um campo pouco explorado na área da saúde, das ciências humanas e sociais. A obscuridade do tema pode ser transposta para a ausência de espaços possíveis para as mulheres-mães e na disseminação de significantes que recaem sobre elas. Neste sentido, a presente pesquisa buscou se debruçar sobre a análise do que escapa às representações simplistas que incidem sobre a mãe de uma criança em situação de violência sexual incestuosa perpetrada pelo padrasto. O percurso se engendrou na possibilidade de tecer reflexões sobre a mulher-mãe por meio do viés psicanalítico, na tentativa de bordejar os significantes daquilo que é irrepresentável. Indagações sobre quais seriam as organizações inconscientes da mulher-mãe, marcas, rastros e registros afetivos, guiaram os caminhos percorridos. Assim, o objetivo da pesquisa foi analisar o processo de subjetivação e constituição psíquica da mulher-mãe da criança submetida à violência sexual incestuosa, especificamente os afetos e ensaios envolvidos ao deparar-se com a experiência da violência e as significações atribuídas a esta experiência. Para tanto, foi utilizado o método interpretativo da pesquisa em psicanálise, com relatos clínicos dos atendimentos e análise do caso. A experiência transferencial permitiu identificar barreiras da mulher-mãe diante das dinâmicas violentas: a violência sexual incestuosa sobre a filha e as violências que fizeram parte de sua própria história. Os obstáculos da mulher-mãe em acessar o sofrimento da filha apontou suas dificuldades em simbolizar e representar o próprio sofrimento. Ao longo dos encontros, a supremacia imaginária pôde ofertar lugar ao simbólico, por meio da história do corpo e suas fraturas subjetivas. Os discursos imaginários, em suas tentativas de inscrição fálica do gozo feminino, não acessam o que está além do socialmente estabelecido: os elementos pulsionais da mulher que não se esgotam na maternidade. Com isso, a escuta pode propiciar reflexões das mulheres-mães sobre suas próprias histórias, de modo que possam romper com repetições e exercer função de cuidado diante de dinâmicas violentas, nas quais a integridade física e psíquica de seus/suas filhos(as) é ameaçada. |
publishDate |
2021 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2021-10-25T14:40:27Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2021-10-25T14:40:27Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2021-08-19 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
LIMA, Lívia de Matos. Ensaios do irrepresentável: a mulher-mãe na cena incestuosa. 2021. 112f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2021. Disponível em: http://doi.org/10.14393/ufu.di.2021.504 |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/32940 |
dc.identifier.doi.pt_BR.fl_str_mv |
http://doi.org/10.14393/ufu.di.2021.504 |
identifier_str_mv |
LIMA, Lívia de Matos. Ensaios do irrepresentável: a mulher-mãe na cena incestuosa. 2021. 112f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2021. Disponível em: http://doi.org/10.14393/ufu.di.2021.504 |
url |
https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/32940 http://doi.org/10.14393/ufu.di.2021.504 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Uberlândia |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-graduação em Psicologia |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Uberlândia |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFU instname:Universidade Federal de Uberlândia (UFU) instacron:UFU |
instname_str |
Universidade Federal de Uberlândia (UFU) |
instacron_str |
UFU |
institution |
UFU |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFU |
collection |
Repositório Institucional da UFU |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/32940/3/EnsaiosIrrepresent%c3%a1velMulher.pdf https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/32940/4/license.txt https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/32940/5/EnsaiosIrrepresent%c3%a1velMulher.pdf.txt https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/32940/6/EnsaiosIrrepresent%c3%a1velMulher.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
8e8b47af68f9526763bb5c4b91824511 48ded82ce41b8d2426af12aed6b3cbf3 a5c29961c50ece7c3781ea3aff9898e2 68e83741c410f846d55d0223782e3638 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFU - Universidade Federal de Uberlândia (UFU) |
repository.mail.fl_str_mv |
diinf@dirbi.ufu.br |
_version_ |
1792331492105388032 |