Rio Uberaba: quando os desgastes ambientais refletem os desgastes sociais

• Ano de defesa: 2005
• Autor(a) principal: Oliveira, Mara Santina Maciel de
• Orientador(a): Santos, Rosselvelt José
• Banca de defesa: Pelli, Afonso, Grossi, Suely Regina Del
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Uberlândia
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Geografia
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Hydrographic basin; Environmental deterioration; Commercialization of nature; Water resources; Bacia hidrográfica; Recursos hídricos; Mercantilização da natureza; Desgastes ambientais
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA
• Link de acesso: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/29561; http://doi.org/10.14393/ufu.di.2005.53

Esta pesquisa é resultado de indagações sobre a situação atual do abastecimento de água para a população de Uberaba. A investigação procurou saber da situação dos recursos naturais também chamados bens naturais, em especial da água. Partiu do princípio de que há a incompatibilidade do desenvolvimento sustentável com os padrões de produção e de consumo da sociedade moderna, que essa incompatibilidade é histérica e está em crise. A proposta do desenvolvimento sustentável exige mudanças na produção e no consumo, bem como no modo de pensar e de agir da sociedade. lsto implica em produzir a subsistência sem aumentar o desgaste dos solos, sem pressões excessivas para a vegetação e sem poluição e esgotamento dos recursos hídricos. A ação predatória implica também em exclusão social, na mercantilização dos recursos naturais e é fruto da ausência de fiscalização. No caso da cidade de Uberaba, o rio Uberaba é o único rio cujas águas são destinadas ao abastecimento público da população. Por isso, conhecer essa bacia é fundamental para a sociedade local repensar a sua relação com os recursos naturais. A situação de degradação do curso superior do rio Uberaba advém dos usos dos recursos naturais, do solo, da vegetação e das águas, na perspectiva da inesgotabilidade, do desmatamento, da falta de preservação de áreas de proteção, comprometendo as nascentes, os afluentes, provocando o assoreamento e causando a escassez da água no período de estiagem. O descaso verificado deixou a população, nos últimos anos, na eminência de falta d'água e sujeita a acidentes ecológicos, pois a bacia é cruzada por rodovias e ferrovias por onde circulam produtos tóxicos que consiste em perigo para toda a comunidade e, principalmente para as classes menos favorecidas com poucas alternativas de consumo de água. Ao identificar os problemas ambientais na bacia, com destaque para a área antes da estação de captação de água do rio Uberaba, bem como o processo de mercantilização dos recursos hídricos produziu—se conhecimento e avaliação para ajudar a resolver o problema de abastecimento de água e a degradação da bacia. No entendimento final da pesquisa, a solução para os desencontros que ocorrem está em proporcionar uma gestão dinâmica e participativa. Deve-se adotar a bacia hidrográfica como uma unidade geográfica para o planejamento de projetos integrados, envolver os vários sujeitos (proprietários e consumidores de forma geral, além de entidades e organizações afins) e garantir soluções adequadas com a busca de novas práticas. Com a produção de uma nova paisagem, as intervenções serão favoráveis à qualidade de vida, ambiental e social.