Olhar sensível - pensante de crianças: visualidades na/da escola nos anos iniciais do Ensino Fundamental

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Souza, Ana Cristina Luiza
• Orientador(a): Cunha, Myrtes Dias da
• Banca de defesa: Silva, Sílvia Maria Cintra da , Frange, Lucimar Bello Pereira , Silva, Janaína Cassiano , Melo, Roberta Maira de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Uberlândia
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Visualidades; Crianças; Infâncias; Escola; Visualities; Children; Childhood; School
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
• Link de acesso: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/31538; http://doi.org/10.14393/ufu.te.2021.6007

Esta tese parte do pressuposto de que a escola é produtora de cultura visual e que as visualidades que produz ultrapassam as funções decorativas, didáticas e expositivas, pois exercem uma pedagogia visual, que indicam modos de ver as infâncias e de como ser criança. Temos como objetivo principal compreender quais são as visualidades do/no cotidiano de uma escola dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Nesse sentido algumas questões balizam esta pesquisa: Quais imagens compõem a coleção visual escolar em uma escola pública de anos Inicias do Ensino Fundamental? De onde vêm essas imagens? Quem as produz? O que elas dizem ou apresentam sobre infâncias? O que dizem as crianças sobre essas imagens/visualidades escolares? Qual a importância das visualidades da escola na educação do olhar das crianças e na prática de ensinar e compreender as infâncias? Logo, os objetivos específicos da investigação são: (1) Investigar as coleções visuais das diferentes ambiências de uma escola pública dos anos iniciais do Ensino Fundamental; (2) Refletir sobre os olhares de crianças sobre as visualidades escolares; (3) Refletir sobre a importância das visualidades da/na escola, suas articulações com a educação do olhar das crianças e a prática de ensinar e compreender as infâncias. A presente investigação foi desenvolvida numa abordagem metodológica e epistemológica qualitativa orientada especialmente por González Rey (2005), do tipo etnográfico, como abordado por André (1995). Participaram da pesquisa cinco professoras e 23 crianças do 4º ano do Ensino Fundamental (entre 9 e 10 anos) de uma instituição da rede pública de ensino de Buriti Alegre, Goiás. As informações construídas na pesquisa foram analisadas no aporte teórico dos estudos da Cultura Visual e no diálogo dos estudos sobre crianças e infâncias da Sociologia, Antropologia e Educação. Os instrumentos para construção das informações foram: elaboração de um inventário fotográfico das visualidades da escola; observações com anotações em diário de campo; conversações com crianças e professores; leitura de imagem e desenho. Os resultados da pesquisa mostram que as visualidades produzidas na escola revelam visões e versões conservadoras de infâncias, marcadas pela passividade das crianças e pela hierarquia do adulto sobre elas, reforçam padrões, valores e normas hegemônicas para as crianças. As crianças por sua vez, quando provocadas a pensarem as visualidades da escola demonstram capacidade crítica e sensível diante das imagens dessas visualidades. Concluímos que as visualidades produzidas na escola muito pouco favorecem uma educação do olhar das crianças de modo a ampliar suas visões sobre si mesmas e sobre o mundo.