Vulnerabilidade e adaptação às mudanças climáticas: análise de agricultores da bacia hidrográfica do Rio das Contas, Bahia

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Nogueira, Victor Gaston
• Orientador(a): Cunha, Dênis Antônio da
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
• Área do conhecimento CNPq: Economia Aplicada
• Link de acesso: http://locus.ufv.br//handle/123456789/26080

O objetivo deste trabalho foi compreender a vulnerabilidade e os principais condicionantes do processo de adaptação de agricultores da região Nordeste do Brasil. O estudo da vulnerabilidade foi realizado a partir da criação de índices representativos de suas três dimensões: sensibilidade, exposição e capacidade adaptativa. Visando aumentar a precisão dos índices, foi estimado um modelo hedônico, relacionando o valor da terra a variáveis exógenas que caracterizam as dimensões da vulnerabilidade. Para analisar a adoção de estratégias de adaptação às mudanças climáticas, utilizou-se o modelo de escolha binária Probit. Os dados utilizados foram obtidos de uma pesquisa realizada com 289 agricultores cujas propriedades estão localizadas ao longo da bacia hidrográfica do Rio das Contas, na Bahia. Essa região foi escolhida devido à sua alta dependência do setor agrícola e forte exposição aos efeitos das mudanças climáticas. Os principais resultados permitiram concluir que a região estudada possui elevados níveis de vulnerabilidade, com 38% dos municípios se encontrando na faixa de alta, 62% na faixa de média e nenhum na faixa de baixa vulnerabilidade. Quando se avalia as dimensões, a maior parte dos municípios se encontra no patamar de média sensibilidade, no de alta exposição e no de baixa capacidade adaptativa. Os dados coletados mostram que pouco mais da metade dos agricultores da região já realizou algum tipo de estratégia adaptativa às mudanças climáticas, sendo o aumento do uso de irrigação a principal medida adotada. Os determinantes da adaptação mais relevantes se relacionam com variáveis associadas às dimensões exposição e capacidade adaptativa. Nesse sentido, novas políticas públicas que visem o combate à vulnerabilidade às mudanças climáticas deveriam focar, sobretudo, no fortalecimento das condições socioeconômicas e institucionais da região, as quais são pré-condições muito importantes para favorecer o investimento em estratégias adaptativas dos agricultores da região.