Identidades femininas e trabalho doméstico: um estudo de caso com mulheres migrantes do bairro Santo Antônio, Viçosa-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Teixeira, Tatiana
Orientador(a): Bifano, Amélia Carla Sobrinho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6309
Resumo: A história das mulheres mostra que a identidade feminina foi construída em torno dos papéis sociais de mãe, de esposa e de dona de casa, sendo elas as principais responsáveis pela manutenção da casa, pela sobrevivência e pelo bem estar dos membros da família. Dessa forma, o trabalho doméstico é comumente percebido como atividade inerente a esses papéis femininos e socialmente naturalizado como uma “obrigação” da mulher, fato que contribui para a sua desvalorização e invisibilidade econômica e social. No Brasil, na década de 70, com a queda dos rendimentos reais dos trabalhadores juntamente com a urbanização acelerada e a industrialização houve a inserção da mulher no mercado de trabalho, tanto de mulheres pobres quanto de mulheres de classe média/ alta e instruídas. Essa inserção feminina impulsionou os movimentos migratórios de mulheres pobres que viviam no campo e que vislumbraram na mudança para cidade a oportunidade de emprego e de emancipação social. Diante dessa realidade, objetivou-se estudar o processo de construção das identidades das mulheres migrantes, bem como a existência de relação entre a representação sobre o que é ser “mulher” e a relação destas com o trabalho doméstico. Este estudo de cunho qualitativo foi realizado na cidade de Viçosa-MG, especificamente, com três mulheres migrantes e residentes do bairro Santo Antônio. Para a sua consecução, utilizou-se a observação direta da realidade cotidiana, a história de vida e as entrevistas abertas como técnicas para a construção dos dados. Estas técnicas evidenciaram que as vivências cotidianas dessas mulheres encontram-se estabelecidas em torno do trabalho doméstico para suas famílias e do trabalho fora de casa. Apesar da sua aparente rotina, o cotidiano revelou seu caráter dinâmico e relacional no qual os indivíduos se constroem como sujeitos sociais, realizam suas atividades e suas interações sociais. Sendo assim, a construção social do “ser mulher” está associada à imagem da “boa mãe”, da “esposa cuidadosa” e da “dona de casa dedicada”. Para essas mulheres o trabalho doméstico ainda é percebido como parte constituinte do “ser mulher”, ou seja, parte da identidade feminina. A realização do trabalho doméstico confere às mulheres poderes dentro do ambiente familiar, contradizendo a hegemonia do poder masculino. Além disso, elas contrariaram, ao longo de suas vidas, o paradigma de mulher “submissa e restrita ao lar”, uma vez que as suas forças de trabalho foram imprescindíveis para a sobrevivência da família. Contudo, apesar de não se “enquadrarem” na imagem de fragilidade feminina, constatou-se que a reposição das suas identidades femininas ocorre por meio da pertença aos grupos sociais (Família e Religião) e pela ação dessas instituições sociais e das ideologias que as “aprisionam” aos papéis socialmente naturalizado femininos. As suas percepções sobre o trabalho doméstico encontram-se fortemente relacionadas ao tempo e ao espaço vivido, onde as temporalidades e as espacialidades do cotidiano alteraram o “saber-fazer” feminino. No entanto, essas percepções não foram capazes de liberá-las de seus “trabalhos de mulher”. Conclui-se que a mudança sócio espacial campo/cidade e da transição da condição social de meeiras para de assalariadas urbanas não foram capazes de romper a relação que elas construíram ao longo das suas vidas com o trabalho doméstico. Para elas, “ser mulher”, ainda hoje, representa ser “boa esposa”, “mãe/avó cuidadosa”, “cuidadora”, “dona de casa” e também “trabalhadora remunerada”.
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spelling Lopes, Maria de FátimaSilva, Teixeira, Tatianahttp://lattes.cnpq.br/1025597506189521Bifano, Amélia Carla Sobrinho2015-10-19T10:28:06Z2015-10-19T10:28:06Z2015-03-27TEIXEIRA, Tatiana Silva. Identidades femininas e trabalho doméstico: um estudo de caso com mulheres migrantes do bairro Santo Antônio, Viçosa-MG. 2015. 139f. Dissertação (Mestrado em Economia Doméstica) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2015.http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6309A história das mulheres mostra que a identidade feminina foi construída em torno dos papéis sociais de mãe, de esposa e de dona de casa, sendo elas as principais responsáveis pela manutenção da casa, pela sobrevivência e pelo bem estar dos membros da família. Dessa forma, o trabalho doméstico é comumente percebido como atividade inerente a esses papéis femininos e socialmente naturalizado como uma “obrigação” da mulher, fato que contribui para a sua desvalorização e invisibilidade econômica e social. No Brasil, na década de 70, com a queda dos rendimentos reais dos trabalhadores juntamente com a urbanização acelerada e a industrialização houve a inserção da mulher no mercado de trabalho, tanto de mulheres pobres quanto de mulheres de classe média/ alta e instruídas. Essa inserção feminina impulsionou os movimentos migratórios de mulheres pobres que viviam no campo e que vislumbraram na mudança para cidade a oportunidade de emprego e de emancipação social. Diante dessa realidade, objetivou-se estudar o processo de construção das identidades das mulheres migrantes, bem como a existência de relação entre a representação sobre o que é ser “mulher” e a relação destas com o trabalho doméstico. Este estudo de cunho qualitativo foi realizado na cidade de Viçosa-MG, especificamente, com três mulheres migrantes e residentes do bairro Santo Antônio. Para a sua consecução, utilizou-se a observação direta da realidade cotidiana, a história de vida e as entrevistas abertas como técnicas para a construção dos dados. Estas técnicas evidenciaram que as vivências cotidianas dessas mulheres encontram-se estabelecidas em torno do trabalho doméstico para suas famílias e do trabalho fora de casa. Apesar da sua aparente rotina, o cotidiano revelou seu caráter dinâmico e relacional no qual os indivíduos se constroem como sujeitos sociais, realizam suas atividades e suas interações sociais. Sendo assim, a construção social do “ser mulher” está associada à imagem da “boa mãe”, da “esposa cuidadosa” e da “dona de casa dedicada”. Para essas mulheres o trabalho doméstico ainda é percebido como parte constituinte do “ser mulher”, ou seja, parte da identidade feminina. A realização do trabalho doméstico confere às mulheres poderes dentro do ambiente familiar, contradizendo a hegemonia do poder masculino. Além disso, elas contrariaram, ao longo de suas vidas, o paradigma de mulher “submissa e restrita ao lar”, uma vez que as suas forças de trabalho foram imprescindíveis para a sobrevivência da família. Contudo, apesar de não se “enquadrarem” na imagem de fragilidade feminina, constatou-se que a reposição das suas identidades femininas ocorre por meio da pertença aos grupos sociais (Família e Religião) e pela ação dessas instituições sociais e das ideologias que as “aprisionam” aos papéis socialmente naturalizado femininos. As suas percepções sobre o trabalho doméstico encontram-se fortemente relacionadas ao tempo e ao espaço vivido, onde as temporalidades e as espacialidades do cotidiano alteraram o “saber-fazer” feminino. No entanto, essas percepções não foram capazes de liberá-las de seus “trabalhos de mulher”. Conclui-se que a mudança sócio espacial campo/cidade e da transição da condição social de meeiras para de assalariadas urbanas não foram capazes de romper a relação que elas construíram ao longo das suas vidas com o trabalho doméstico. Para elas, “ser mulher”, ainda hoje, representa ser “boa esposa”, “mãe/avó cuidadosa”, “cuidadora”, “dona de casa” e também “trabalhadora remunerada”.The women’s history shows that the female identity was built around the social roles of mother, of wife and of housewife, being these the main responsible for the home maintenance, by the survival and welfare of the family members. Thereby, the housework is commonly perceived as an inherent activity to these female roles and socially naturalized as a “women’s obligation”, fact that contributes to your devaluation and social and economical invisibility. In Brazil, during the 70’s, with the falling real incomes of workers, along with the rapid urbanization and the industrialization, there was the women entering the labor both poor women and middle-class women / high and educated. This woman’s insertion boosted the migration of poor women who lived in the countryside and who glimpsed in moving to the city the opportunity of employment and social emancipation. Given this reality, aimed to study the process of construction of identities of migrant women, as well as the existence of relationship between the representation of what is to be "woman" and the relationship of these with the housework. This qualitative approach study was conducted in the city of Viçosa-MG, specifically, with three migrate women living in the Santo Antonio district. For its achievement we used direct observation of everyday reality, the story of life and open interviews as techniques for building data. These technics showed that the daily experiences of these women are set out around the household work for their families and work outside home. Despite their apparent routine, everyday unveiled its dynamic and relational character in which individuals are constructed as social subjects, carry out their activities and their social interactions. Then the social construction of "being a woman" is associated to the image of the "good mother", the "caring wife" and "mistress of dedicated home". For these women the housework is still perceived as a constituent part of "being a woman", ie part of female identity. The realization of housework gives women power within family environment, contradicting the hegemony of male’s power. Moreover, they countered, throughout their lives, the woman paradigm "submissive and restricted to home," since their workforces were essential to family survival. However, despite not "fit" in the female fragility image, it was found that the replacement of their female identities occurs by belonging to social groups (Family and Religion) and the action of these social institutions and ideologies that "imprison" the social roles naturalized female. Their perceptions of domestic work, it was noticed that are strongly related to the time and lived space, where the temporality and everyday spatiality altered the "know-how" feminine. However, these perceptions were not able to release them their "women's work". It is concluded that changing social space rural / urban and social transition condition meeiras for urban salaried were not able to break the relationship they have built throughout their lives with the housework. For them, "being a woman" yet today, it is to be "good wife", "mother / grandmother careful", "caring", "housewife" and also "paid worker".Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de ViçosaMulheres - Papel socialIdentidade socialMigraçãoMulheres no trabalho do larMulheres - Empregados domésticosEconomia DomésticaIdentidades femininas e trabalho doméstico: um estudo de caso com mulheres migrantes do bairro Santo Antônio, Viçosa-MGWomen's Identities and housework: A case study with migrant women in the Santo Antônio neighborhood, Viçosa-MGeninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de Economia DomésticaMestre em Economia DomésticaViçosa - MG2015-03-27Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf1455871https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/6309/1/texto%20completo.pdf1d85b0e11f4086dc89e883690e6c98eaMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/6309/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTtexto completo.pdf.txttexto completo.pdf.txtExtracted texttext/plain405096https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/6309/3/texto%20completo.pdf.txtd6f71f706c58a3a5ec75e89a58c36dcfMD53THUMBNAILtexto completo.pdf.jpgtexto completo.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3687https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/6309/4/texto%20completo.pdf.jpge815d743898e7da090a515d4f287b536MD54123456789/63092016-04-12 23:01:36.984oai:locus.ufv.br:123456789/6309Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452016-04-13T02:01:36LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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