Progresso genético e potencial de famílias e linhagens de dois ciclos de seleção recorrente no melhoramento de feijão vermelho

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: Melo, Vinicius Lopes de
• Orientador(a): Carneiro, José Eustáquio de Souza
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
• Área do conhecimento CNPq: Fitotecnia
• Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7747

O feijão-comum (Phaseolus vulgaris L.) é um dos alimentos mais importantes na dieta da população brasileira, sendo considerado uma importante fonte de proteínas, especialmente para a população de baixa renda. O Brasil é o maior produtor e consumidor dessa leguminosa, com destaque para o feijão do grupo comercial carioca, o mais cultivado e consumido no País. Todavia, outros tipos de feijão de menor importância apresentam preferências regionalizadas. É o caso, por exemplo, do feijão- vermelho, amplamente cultivado na Zona da Mata de Minas Gerais. Diante desse fato, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) vem trabalhando também com o melhoramento do feijão-vermelho, visando ao desenvolvimento de cultivares que atendam à demanda dos produtores dessa região. Uma das estratégias utilizadas pelo Programa de Melhoramento de Feijão da UFV é a seleção recorrente, que por meio de ciclos sucessivos de seleção e recombinação dos melhores genótipos visa aumentar a frequência de alelos favoráveis na população. Este estudo teve como objetivos estimar o progresso genético de dois ciclos de seleção recorrente do Programa de Melhoramento de Feijão-Vermelho da UFV e avaliar o potencial genético de 400 famílias oriundas do último ciclo de seleção (CIII). Para estimar o progresso genético, as 30 melhores linhagens dos ciclos C0, CI e CII, juntamente com cinco testemunhas, foram avaliadas na Estação Experimental do Departamento de Fitotecnia da UFV, em Coimbra, MG, nas safras de inverno de 2014 e seca de 2012 e 2015. Os tratamentos foram dispostos em blocos casualizados, com três repetições e parcelas constituídas por duas linhas de 2 m, espaçadas. As características avaliadas foram: produtividade de grãos (kg ha-1), arquitetura de planta e aspecto de grãos. Foram realizadas análises de variância individuais e conjunta e obtidas estimativas do progresso genético para todos os caracteres avaliados. Para avaliação das 400 famílias do quarto ciclo de seleção (CIII), o experimento foi conduzido na safra da seca de 2015, no mesmo local mencionado anteriormente. Os tratamentos foram dispostos em látice simples 20×20 e em parcelas constituídas por uma linha de 1 m. As famílias foram avaliadas quanto à produtividade de grãos (kg ha-1), à arquitetura de planta, ao aspecto de grãos e à severidade de mancha- angular. As avaliações de arquitetura de planta, aspecto de grãos e severidade de mancha-angular foram mensuradas por meio da escala de notas. Na seleção das famílias utilizou-se o índice da distância genótipo-ideótipo. O progresso genético obtido com dois ciclos de seleção recorrente foi de 6,12% para produtividade de grãos, 3,41% para arquitetura de planta e 10,34% para aspecto de grãos. Trinta famílias F 2:3 oriundas do último ciclo (ciclo CIII) apresentaram potencial para extração de linhagens superiores, uma vez que, em média, se equipararam ao cultivar Ouro Vermelho quanto à produtividade e ao aspecto de grãos. Diante dos resultados obtidos conclui-se que a seleção recorrente é eficiente no melhoramento do feijão-vermelho, para os caracteres e as condições de estudo.