Terras pretas arqueológicas no Médio Amazonas e Alto Solimões: química, mineralogia, micromorfologia e idade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Miranda, José Furtado de
Orientador(a): Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Solos e Nutrição de Plantas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29328
Resumo: Os estudos científicos de Terra Preta Arqueológica (TPA) concentram-se no Médio Amazonas e principalmente próximo a calha do rio Solimões/Amazonas. A tese foi estruturada em quatro seções, na seção I propõem-se estudar as TPAs do Médio Amazonas na sub-Bacia do rio Autaz-açú em suma, a gênese, físico-química, mineralogia, idade e formas de fósforo e compara-las com as TPAs do rio Amazonas descritas por (Lima, 2001). Na seção II o estudo concentra-se nas TPAs do Alto Solimões, por meio de atributos químicos, mineralogicos, idade e formas de fósforo. A seção III o objetivo é comparar as TPAs do rio Solimões/Amazonas com as TPAs de seus afluentes. Na IV seção o objetivo foi identificar e caracterizar as principais organizações micropedológicas e microquímicas de TPAs do Alto e Médio Solimões/Amazonas. Nas seções I e II foram abertas trincheiras e as amostras foram submetidas as análises físico-químicas de rotina, fracionamento de P, difração de raio-X, datação por radiocarbono ( 14 C), digestão total, dissolução seletiva de ditionito citrato bicarbonato e oxalato de Amônio. Na seção III construiu- se um banco de dados a partir de trabalhos com TPAs, totalizando 125 perfis. As variáveis analisadas foram as mesmas descritas na seção I e II. Organizou-se o conjunto de dados em horizonte A antrópico e horizonte B nas proximidades do Solimões/Amazonas e nos rios afluentes. Para Seção IV foram coletadas amostras indeformadas em 4 perfis no Alto Solimões, e 6 no Médio Amazonas. De modo geral ocorre incremento de P, Ca 2+ , Mg 2+ , K + , Mn e Zn nos horizontes antrópicos. As idades das TPAs do rio Autaz-Açú variam de 960 – 470 a 1990 – 1957 AP. Nas TPAs do rio Autaz-Açú corre predominância das formas de P-Al e P-Fe seguido de P-Ca, com uma exceção, em que ocorre valores semelhantes de todas as formas. A mineralogia da fração argila é composta de minerais 1:1, caulinita, goethita, quartzo, óxidos de titânio (rutilo) e minerais 2:1, vermiculita e mica/ilita. Nas TPAs do Alto Solimões as características químicas expressam fertilidade elevada nos horizontes antrópicos, com valores elevados de pH, P, Ca 2+ , Mg 2+ , Mn, Zn, SB, CTC, V, MO. Os horizontes antrópicos de Várzea demonstram maiores níveis de fertilidade. O fracionamento do P revelou predominância do P-Ca para os horizontes antrópicos em várzeas, enquanto os horizontes antrópicos de Terra Firme foram dominados por P-Al e P-Fe. As idades das TPAs de Terra Firme no Alto Solimões variam de 1190 – 1410 anos AP (mais recentes) a 2500 - 2870 anos AP (mais antigas). Já, nos ambientes de Várzea variou de 920 – 1270 anos AP. A mineralogia do pedoambiente de Terra Firme, revelou predomínio de caulinita, goethita, gibbsita, quartzo e vermiculita com hidroxi entre camadas; na Várzea predominou caulinita, mica/ilita, goethita, quartzo, pirofilita e vermiculita com hidroxi entre camadas. A análise de componente principal selecionou dois componentes principais, que juntos explicam 80% do conjunto de variáveis. Tal análise selecionou as variáveis pH, Ca, SB, CTC, H+Al e V como as mais importantes para explicar a variabilidade de TPA. A análise discriminante gerou duas funções para os horizontes A, com acerto de 73,91%. Isto se assemelha no horizonte B com acerto de 83%. Para os horizontes A dos solos adjacentes a classificação foi 100 % de acerto. Das 139 observações nos horizontes A (afluentes), 96 permaneceram neste grupo, 11 realocaram-se nos solos adjacentes e 32 nas TPAs do Solimões. Das 150 observações dos horizontes A do Solimões, a função manteve a classificação em 115 casos, apenas 2 foram para os adjacentes e 33 para as TPAs dos afluentes. De modo geral as TPAs do Alto e Médio Solimões apresentam microestrutura semelhantes, agregados em blocos subangulares e grumos, a micromassa é de natureza organo-mineral, que surgem envolvendo minerais opacos, grãos de quartzo e fragmentos de carvão. Cutâs estão presentes no interior dos poros principalmente no horizonte B. Fragmentos de ossos foram mais frequentes nas TPAs de Várzeas. Comparativamente, As TPAs do Médio Solimões possuem mais cutãs que os solos do Alto Solimões. A bioturbação é frequente em todos os solos estudados. Os fragmentos de ossos possuem aproximadamente 33% de Ca e 10% de P. A ocorrência de formas de P-Ca em conjunto aos fragmentos de ossos comprovados pela microquímica, indicam que apatita biogênica seja a fonte primária de P em TPAs. A composição mineralógica dos horizontes antrópico e não antrópico é semelhante, o que evidencia a mesma natureza mineralogica. As TPAs do Solimões/Amazonas são mais ricas quimicamente que as TPAs dos Afluentes, o que evidencia que os povos indígenas que habitaram as várzeas rio Solimões/Amazonas desfrutaram de maior acesso à recursos alimentares. As TPAs de Várzeas do Alto Solimões revelam natureza química superior as TPAs de Terras Firmes. A ocorrência de TPAs em Várzea e Terra Firme no Alto Solimões, evidencia que o modelo de ocupação não foi diferente ao longo de todo o sistema Amazonas-Solimões.
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Na seção II o estudo concentra-se nas TPAs do Alto Solimões, por meio de atributos químicos, mineralogicos, idade e formas de fósforo. A seção III o objetivo é comparar as TPAs do rio Solimões/Amazonas com as TPAs de seus afluentes. Na IV seção o objetivo foi identificar e caracterizar as principais organizações micropedológicas e microquímicas de TPAs do Alto e Médio Solimões/Amazonas. Nas seções I e II foram abertas trincheiras e as amostras foram submetidas as análises físico-químicas de rotina, fracionamento de P, difração de raio-X, datação por radiocarbono ( 14 C), digestão total, dissolução seletiva de ditionito citrato bicarbonato e oxalato de Amônio. Na seção III construiu- se um banco de dados a partir de trabalhos com TPAs, totalizando 125 perfis. As variáveis analisadas foram as mesmas descritas na seção I e II. Organizou-se o conjunto de dados em horizonte A antrópico e horizonte B nas proximidades do Solimões/Amazonas e nos rios afluentes. Para Seção IV foram coletadas amostras indeformadas em 4 perfis no Alto Solimões, e 6 no Médio Amazonas. De modo geral ocorre incremento de P, Ca 2+ , Mg 2+ , K + , Mn e Zn nos horizontes antrópicos. As idades das TPAs do rio Autaz-Açú variam de 960 – 470 a 1990 – 1957 AP. Nas TPAs do rio Autaz-Açú corre predominância das formas de P-Al e P-Fe seguido de P-Ca, com uma exceção, em que ocorre valores semelhantes de todas as formas. A mineralogia da fração argila é composta de minerais 1:1, caulinita, goethita, quartzo, óxidos de titânio (rutilo) e minerais 2:1, vermiculita e mica/ilita. Nas TPAs do Alto Solimões as características químicas expressam fertilidade elevada nos horizontes antrópicos, com valores elevados de pH, P, Ca 2+ , Mg 2+ , Mn, Zn, SB, CTC, V, MO. Os horizontes antrópicos de Várzea demonstram maiores níveis de fertilidade. O fracionamento do P revelou predominância do P-Ca para os horizontes antrópicos em várzeas, enquanto os horizontes antrópicos de Terra Firme foram dominados por P-Al e P-Fe. As idades das TPAs de Terra Firme no Alto Solimões variam de 1190 – 1410 anos AP (mais recentes) a 2500 - 2870 anos AP (mais antigas). Já, nos ambientes de Várzea variou de 920 – 1270 anos AP. A mineralogia do pedoambiente de Terra Firme, revelou predomínio de caulinita, goethita, gibbsita, quartzo e vermiculita com hidroxi entre camadas; na Várzea predominou caulinita, mica/ilita, goethita, quartzo, pirofilita e vermiculita com hidroxi entre camadas. A análise de componente principal selecionou dois componentes principais, que juntos explicam 80% do conjunto de variáveis. Tal análise selecionou as variáveis pH, Ca, SB, CTC, H+Al e V como as mais importantes para explicar a variabilidade de TPA. A análise discriminante gerou duas funções para os horizontes A, com acerto de 73,91%. Isto se assemelha no horizonte B com acerto de 83%. Para os horizontes A dos solos adjacentes a classificação foi 100 % de acerto. Das 139 observações nos horizontes A (afluentes), 96 permaneceram neste grupo, 11 realocaram-se nos solos adjacentes e 32 nas TPAs do Solimões. Das 150 observações dos horizontes A do Solimões, a função manteve a classificação em 115 casos, apenas 2 foram para os adjacentes e 33 para as TPAs dos afluentes. De modo geral as TPAs do Alto e Médio Solimões apresentam microestrutura semelhantes, agregados em blocos subangulares e grumos, a micromassa é de natureza organo-mineral, que surgem envolvendo minerais opacos, grãos de quartzo e fragmentos de carvão. Cutâs estão presentes no interior dos poros principalmente no horizonte B. Fragmentos de ossos foram mais frequentes nas TPAs de Várzeas. Comparativamente, As TPAs do Médio Solimões possuem mais cutãs que os solos do Alto Solimões. A bioturbação é frequente em todos os solos estudados. Os fragmentos de ossos possuem aproximadamente 33% de Ca e 10% de P. A ocorrência de formas de P-Ca em conjunto aos fragmentos de ossos comprovados pela microquímica, indicam que apatita biogênica seja a fonte primária de P em TPAs. A composição mineralógica dos horizontes antrópico e não antrópico é semelhante, o que evidencia a mesma natureza mineralogica. As TPAs do Solimões/Amazonas são mais ricas quimicamente que as TPAs dos Afluentes, o que evidencia que os povos indígenas que habitaram as várzeas rio Solimões/Amazonas desfrutaram de maior acesso à recursos alimentares. As TPAs de Várzeas do Alto Solimões revelam natureza química superior as TPAs de Terras Firmes. A ocorrência de TPAs em Várzea e Terra Firme no Alto Solimões, evidencia que o modelo de ocupação não foi diferente ao longo de todo o sistema Amazonas-Solimões.The scientific studies of Terra Preta Arqueológica (TPA), are concentrated in the Middle Amazon and mainly near the channel of the Solimões / Amazonas river. The thesis was structured in four sections, section I proposes to study the TPAs of the Middle Amazon in the Autaz-açú river sub-basin in short, the genesis, physicochemical, mineralogy, age and forms of phosphorus and compare them with the Amazon River TPAs described by (Lima, 2001). In section II the study focuses on the TPAs of Alto Solimões genesis, physicochemical, mineralogy, age and forms of phosphorus. Section III aims to compare the TPAs of the Solimões / Amazonas river with the TPAs of their tributaries. In the fourth section the objective was to identify and characterize the main micropedogical and microchemical organizations of TPAs in Alto and Meio Solimões / Amazonas. In sections I and II, trenches were opened and the samples were subjected to routine physico-chemical analyzes, P fractionation, X-ray diffraction, radiocarbon dating (14C), total digestion, selective dissolution of dithionite citrate bicarbonate and oxalate of Ammonium. In section III, a database was constructed from works with TPAs, totaling 125 profiles. The analyzed variables were the same ones described in section I and II. The dataset was organized on anthropic A horizon and B horizon in the vicinity of Solimões / Amazonas and in the tributary rivers. For Section IV undisturbed samples were collected in 4 profiles in Alto Solimões and 6 in the Middle Amazon. In general, there is increase of P, Ca2 +, Mg2 +, K +, Mn and Zn in the anthropic horizons. The ages of the Autaz-Açu River TPAs range from 960-470 to 1990-1957. In the TPAs of the Autaz-Açú river predominates the P-Al and P-Fe forms followed by P-Ca, with one exception, in which similar values of all forms occur. The clay fraction mineralogy is composed of 1: 1 minerals, kaolinite, goethite, quartz, titanium (rutile) oxides and 2: 1 minerals, vermiculite and mica / ilite. In the TPAs of Alto Solimões the chemical characteristics express high fertility in the anthropic horizons, with high values of pH, P, Ca2 +, Mg2 +, Mn, Zn, SB, CTC, V, MO. The anthropic horizons of Várzea show higher levels of fertility. The fractionation of P showed a predominance of P- Ca to the anthropic horizons in floodplains, while the anthropic horizons of Terra Firme were dominated by P-Al and P-Fe. The ages of Terra Firme TPAs in Alto Solimões range from 1190 - 1410 years AP (most recent) to 2500 - 2870 years AP (older). Already, in the Várzea environment it varied from 920 - 1270 years AP. The mineralogy of the Terra Firme pedoenvironment revealed predominance of kaolinite, goethite, gibbsite, quartz and vermiculite with hydroxyl between layers; in the Várzea predominated kaolinite, mica/ilite, goethite, quartz, pyrophyllite and vermiculite with hydroxy in layers. The main component analysis selected two main components, which together explain 80% of the set of variables. This analysis selected the variables pH, Ca, SB, CTC, H + Al and V as the most important to explain the variability of TPA. The discriminant analysis generated two functions for the A horizons, with accuracy of 73.91%. This is similar to the B horizon with 83% accuracy. For the A horizons of the adjacent soils the classification was 100% correct. Of the 139 observations in A horizons (tributaries), 96 remained in this group, 11 were relocated in the adjacent soils and 32 in the Solimões TPAs. Of the 150 observations of the A horizon of the Solimões, the function maintained the classification in 115 cases, only 2 were for the adjacent ones and 33 for the TPAs of the tributaries. In general, the TPAs of the high and middle Solimões have similar microstructure, aggregates in subangular blocks and clumps, the micromass is organomineral, which arise involving opaque minerals, quartz grains and coal fragments. Cutades are present in the interior of the pores mainly in the B horizon. Fragments of bones were more frequent in the TPAs of Várzeas. Comparatively, the TAMs of the Middle Solimões have more cutaways than the soils of the Upper Solimões. Bioturbation is frequent in all studied soils. Bone fragments have approximately 33% Ca and 10% P. The occurrence of P-Ca forms together with the microchemically confirmed bone fragments indicate that biogenic apatite is the primary source of P in TPAs. The mineralogical composition of the anthropic and non-anthropic horizons is similar, which shows the same mineralogical nature. The TPAs of the Solimões / Amazonas are richer chemically than the TPAs of the Tributaries, which shows that the indigenous peoples who inhabited the Solimões/Amazonas river floodplains have enjoyed greater access to food resources. TPAs of Upper Solimões Floors reveal higher chemical nature than Terra Firme TPAs. The occurrence of TPAs in Várzea and Terra Firme in higher Solimões shows that the occupation model was not different throughout the Amazonas- Solimões system.Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de ViçosaSolos e Nutrição de PlantasTerra preta - AmazôniaMineralogia do soloFísica do soloCiência do SoloTerras pretas arqueológicas no Médio Amazonas e Alto Solimões: química, mineralogia, micromorfologia e idadeTerras pretas arqueológicas in the Médio Amazonas and Alto Solimões: chemistry, mineralogy, micromorfology and ageinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de SolosDoutor em Solos e Nutrição de PlantasViçosa - MG2018-02-22Doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf9472407https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/29328/1/texto%20completo.pdf9e42ae04087bb8633260be765a42a794MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/29328/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/293282022-07-15 10:49:13.676oai:locus.ufv.br:123456789/29328Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452022-07-15T13:49:13LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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Nas seções I e II foram abertas trincheiras e as amostras foram submetidas as análises físico-químicas de rotina, fracionamento de P, difração de raio-X, datação por radiocarbono ( 14 C), digestão total, dissolução seletiva de ditionito citrato bicarbonato e oxalato de Amônio. Na seção III construiu- se um banco de dados a partir de trabalhos com TPAs, totalizando 125 perfis. As variáveis analisadas foram as mesmas descritas na seção I e II. Organizou-se o conjunto de dados em horizonte A antrópico e horizonte B nas proximidades do Solimões/Amazonas e nos rios afluentes. Para Seção IV foram coletadas amostras indeformadas em 4 perfis no Alto Solimões, e 6 no Médio Amazonas. De modo geral ocorre incremento de P, Ca 2+ , Mg 2+ , K + , Mn e Zn nos horizontes antrópicos. As idades das TPAs do rio Autaz-Açú variam de 960 – 470 a 1990 – 1957 AP. Nas TPAs do rio Autaz-Açú corre predominância das formas de P-Al e P-Fe seguido de P-Ca, com uma exceção, em que ocorre valores semelhantes de todas as formas. A mineralogia da fração argila é composta de minerais 1:1, caulinita, goethita, quartzo, óxidos de titânio (rutilo) e minerais 2:1, vermiculita e mica/ilita. Nas TPAs do Alto Solimões as características químicas expressam fertilidade elevada nos horizontes antrópicos, com valores elevados de pH, P, Ca 2+ , Mg 2+ , Mn, Zn, SB, CTC, V, MO. Os horizontes antrópicos de Várzea demonstram maiores níveis de fertilidade. O fracionamento do P revelou predominância do P-Ca para os horizontes antrópicos em várzeas, enquanto os horizontes antrópicos de Terra Firme foram dominados por P-Al e P-Fe. As idades das TPAs de Terra Firme no Alto Solimões variam de 1190 – 1410 anos AP (mais recentes) a 2500 - 2870 anos AP (mais antigas). Já, nos ambientes de Várzea variou de 920 – 1270 anos AP. A mineralogia do pedoambiente de Terra Firme, revelou predomínio de caulinita, goethita, gibbsita, quartzo e vermiculita com hidroxi entre camadas; na Várzea predominou caulinita, mica/ilita, goethita, quartzo, pirofilita e vermiculita com hidroxi entre camadas. A análise de componente principal selecionou dois componentes principais, que juntos explicam 80% do conjunto de variáveis. Tal análise selecionou as variáveis pH, Ca, SB, CTC, H+Al e V como as mais importantes para explicar a variabilidade de TPA. A análise discriminante gerou duas funções para os horizontes A, com acerto de 73,91%. Isto se assemelha no horizonte B com acerto de 83%. Para os horizontes A dos solos adjacentes a classificação foi 100 % de acerto. Das 139 observações nos horizontes A (afluentes), 96 permaneceram neste grupo, 11 realocaram-se nos solos adjacentes e 32 nas TPAs do Solimões. Das 150 observações dos horizontes A do Solimões, a função manteve a classificação em 115 casos, apenas 2 foram para os adjacentes e 33 para as TPAs dos afluentes. De modo geral as TPAs do Alto e Médio Solimões apresentam microestrutura semelhantes, agregados em blocos subangulares e grumos, a micromassa é de natureza organo-mineral, que surgem envolvendo minerais opacos, grãos de quartzo e fragmentos de carvão. Cutâs estão presentes no interior dos poros principalmente no horizonte B. Fragmentos de ossos foram mais frequentes nas TPAs de Várzeas. Comparativamente, As TPAs do Médio Solimões possuem mais cutãs que os solos do Alto Solimões. A bioturbação é frequente em todos os solos estudados. Os fragmentos de ossos possuem aproximadamente 33% de Ca e 10% de P. A ocorrência de formas de P-Ca em conjunto aos fragmentos de ossos comprovados pela microquímica, indicam que apatita biogênica seja a fonte primária de P em TPAs. A composição mineralógica dos horizontes antrópico e não antrópico é semelhante, o que evidencia a mesma natureza mineralogica. As TPAs do Solimões/Amazonas são mais ricas quimicamente que as TPAs dos Afluentes, o que evidencia que os povos indígenas que habitaram as várzeas rio Solimões/Amazonas desfrutaram de maior acesso à recursos alimentares. As TPAs de Várzeas do Alto Solimões revelam natureza química superior as TPAs de Terras Firmes. A ocorrência de TPAs em Várzea e Terra Firme no Alto Solimões, evidencia que o modelo de ocupação não foi diferente ao longo de todo o sistema Amazonas-Solimões.
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