Saber-fazendo tambores com fogo : ancestralidade desde corpo-terra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Elisabete de Fátima Farias, 1988-
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: [s.n.]
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Diáspora africana
Bantos
Decolonização
Fenomenologia
Pensamento Ambiental
Brasil, Sul
African diaspora
Bantus
Decolonization
Phenomenology
Thought environmental
Brazil, South
Link de acesso: https://hdl.handle.net/20.500.12733/7788
Resumo: Orientador: Eduardo Jose Marandola Junior
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spelling Saber-fazendo tambores com fogo : ancestralidade desde corpo-terraKnow-making drums with fire : ancestrality from body-earthDiáspora africanaBantosDecolonizaçãoFenomenologiaPensamento AmbientalBrasil, SulAfrican diasporaBantusDecolonizationPhenomenologyThought environmentalBrazil, SouthOrientador: Eduardo Jose Marandola JuniorTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de GeociênciasResumo: A experiência com mestres-artesãos que produzem longos tambores escavados, afinados e reunidos com fogo, que se tocam no gesto-musical de montaria ao compor-se como corpo-tambor, motivou esta tese a desdobrar saberes ancestrais afrodiaspóricos envolvidos em suas ritualísticas, enfocando legados e diálogos com filosofias e práticas bantu. Os tamboros do Samba de Cacete paraense, com os mestres-artesãos Roque, Nerino, Raimundo, João e Benamucho de Cametá; as parelhas do Tambor de Crioula, com o mestre-artesão maranhense Paulo Lobato no Alto Vale do Jequitinhonha e; os tambus da Caiumba paulista, com os mestre-artesãos Antonio de Paula Junior de Piracicaba e TC Silva de Campinas conformam saberes ambientais geo-grafados no corpo-tambor desde o encontro corpo-terra. A partir destas experiências nos aproximamos de uma cartografia corpo-tambor que ressoa o geográfico em diversas escalas: desde o corpo; na dinâmica de troca entre comunidades e regiões da mesma tradição e no contato com outras tradições de tambor; nos lugares de manifestação como terreiros, quintais e barracões, o que permitem, inclusive, interpor informações de áreas quilombolas (rurais/urbanas e oficiais/autodeclaradas) com rotas históricas de povos bantu trazidos às Américas e; nos modos de viver/fazer com tambores sustentados por saberes ancestrais que circulam e apontam uma concepção ambiental poética e política no saber-fazendo tambores. Para tanto, atritamos filosofias desde África, Pensamento Ambiental Latino-americano e Fenomenologia afim de acompanhar o geográfico que se apresenta geo-grafado no corpo-tambor desde corpo-terra em face da ancestralidade. Nisso, o ambiental surge como dobra, impossível de ser tratado senão pelo avesso e cumplicidade sendo corpo-terra. Respondendo a um chamado da terra, a humanidade se cumpre desde sua realidade geográfica e, longe dos determinismos geográficos e aprisionamentos étnicos, tornar-se mestre-artesão é uma acolhida à ancestralidade. O descentramento do humano e, sobretudo, de uma consciência iluminada per si, na elaboração e transmissão de saberes reforça o aterramento de nossa condição. Trazer o Ubuntu por Mogobe Ramose como filosofia desde África, que contribui a versar com geo-grafias inscritas por saberes ancestrais bantu que circulam no saber-fazendo tambores com fogo, tem ainda a intenção de pensar a tradição em sua relação ética de reinvenção do comum para além da catástrofe. Mirando um fazer científico em vistas ao conhecimento situado na dobra do sensível e do político, trazendo face a face a radical diferença que desde o ocultamento dessas terras nos atravessa pela colonialidade, é fundamental nos aproximar de saberes situados neste Sul epistemológico, abrasando, escavando, afinando e reunindo tradições. Assim, pesquisar o saber-fazendo tambores com fogo se mostrou como uma das entradas para questionar aos avessos essa opressão e tragédia modernas que são contravertidas ao toque dos tambores. Com o que esperamos contribuir ao enfatizar o caráter geográfico da ancestralidadeAbstract: The experience with master máster-craftsmen who produce long hollowed-out drums, tuned and gathered with fire, which are played in the musical-gesture of riding when composing themselves as a drum-body, motivated this thesis to unfold Afro-diasporic ancestral knowledge involved in their rituals, focusing on legacies and dialogues with Bantu philosophies and practices. The tamboros of Samba de Cacete from Pará, with the máster- craftsmen Roque, Nerino, Raimundo, João and Benamucho de Cametá; the parelhas of Tambor de Crioula, with the máster-craftsman from Maranhão Paulo Lobato in the Alto Vale do Jequitinhonha and; the tambus of Caiumba paulista, with the máster-craftsmen Antonio de Paula Junior de Piracicaba and TC Silva de Campinas conform environmental knowledge geographed in the body-drum since the body-earth encounter. Based on these experiences, we approach a body-drum cartography that resonates with the geographic at different scales: from the body; in the dynamics of exchange between communities and regions of the same tradition and in the contact with other drum traditions; in places of manifestation such as terreiros, backyards and sheds, which even allow the interposition of information from quilombola areas (rural/urban and official/self-declared) with historical routes of Bantu peoples brought to the Americas and; in the ways of living/doing with drums supported by ancestral knowledge that circulate and point to a poetic and political environmental conception in the know-how of making drums. To do so, we rub shoulders with philosophies from Africa, Latin American Environmental Thought and Phenomenology in order to follow the geographic that presents itself geographically in the drum-body from the earth-body in the face of ancestry. In this, the environmental emerges as a fold, impossible to be treated other than inside out and complicity being body-earth. Responding to a call from the earth, humanity fulfills itself from its geographical reality and, far from geographic determinism and ethnic imprisonment, becoming a master craftsman is a welcome to ancestry. The decentering of the human and, above all, of an enlightened conscience per se, in the elaboration and transmission of knowledge reinforces the grounding of our condition. Bringing Ubuntu by Mogobe Ramose as a philosophy from Africa, which contributes to dealing with geographies inscribed by Bantu ancestral knowledge that circulate in the know-how of making drums with fire, also intends to think about tradition in its ethical relationship of reinventing the common beyond catastrophe. Aiming at a scientific practice in view of knowledge situated in the fold of the sensitive and the political, bringing face to face the radical difference that since the concealment of these lands crosses us by coloniality, it is essential to approach knowledge located in this epistemological South, scorching, excavating, excavating, tuning and gathering traditions. Thus, researching the know-how of making drums with fire proved to be one of the entrances to questioning in reverse this modern oppression and tragedy that are contraverted to the beat of drums. What we hope to contribute to by emphasizing the geographical character of ancestryDoutoradoAnálise Ambiental e Dinâmica TerritorialDoutora em GeografiaCAPES001[s.n.]Marandola Junior, Eduardo, 1980-Paula Júnior, Antonio Filogenio deReginaldo, LucileneDozena, AlessandroTeixeira, Rodrigo CorrêaUniversidade Estadual de Campinas. Instituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em GeografiaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASSilva, Elisabete de Fátima Farias, 1988-20222022-12-16T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf1 recurso online (261 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/7788SILVA, Elisabete de Fátima Farias,. Saber-fazendo tambores com fogo: ancestralidade desde corpo-terra. 2022. 1 recurso online (261 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/7788. 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