Superdotação musical: genética, meio familiar/escolar, dom ou tudo isso junto?

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Lopes Junior, Carlos Roberto
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Altas habilidades/superdotação; Educação musical; Rede federal de educação tecnológica; High abilities/giftedness; Musical education; Federal technology education network
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204568

Esta pesquisa teve como objetivo refletir acerca da superdotação musical, com alguns questionamentos: ela é fruto do meio? É um dom? É genética? Ou é tudo isso junto? Para que tal meta fosse alcançada, lançou-se mão da pesquisa bibliográfica e da utilização de entrevistas, as quais, somadas à técnica de análise de dados do Discurso do Sujeito Coletivo, constituem a metodologia do trabalho. Inicialmente, buscou-se construir um breve histórico a propósito do ensino de música nos meios formais, abarcando desde o Período Colonial até a promulgação da Lei nº 11.769, de 2008, bem como um relato da criação e desenvolvimento da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Concomitantemente, realizou-se um levantamento a respeito da temática das Altas Habilidades/Superdotação. O ensino formal de música, no Brasil, trilhou um longo caminho e, nesse desenrolar de tempo, ocorreram relevantes mutações, ocasionadas tanto pelo arbítrio governamental como pelas lutas de educadores e artistas, que consideram a arte sonora um importante instrumento de educação, cultura e transformação social. Na contemporaneidade, o ensino de música nos espaços formais precisa recuperar seu prestígio, dado que, mesmo com as legislações garantindo sua presença, no ambiente escolar, existem muitos entraves que inviabilizam uma fruição dessa linguagem artística nas unidades de ensino. Em situação análoga está o atendimento dos estudantes com comportamentos de Altas Habilidades/Superdotação, que veem seu potencial ser subaproveitado, em decorrência da falta de identificação e assistência. Este estudo comenta o desenvolvimento científico desse campo do saber, menciona a questão da nomenclatura e das leis que referendam a área, no Brasil, faz a explicação de termos próprios e apresenta um levantamento versando sobre as prováveis origens das altas habilidades/superdotação. Concatenando as temáticas, conceituou-se, à luz de importantes pesquisadores, o que vem a ser a superdotação musical. Promoveu-se uma entrevista com os docentes da Orquestra Sinfônica Comunitária do Instituto Federal, cujas perguntas foram elaboradas com o intuito de se investigar o conhecimento desses professores a respeito das Altas Habilidades/Superdotação, quais as qualidades que eles atribuem a um aluno musicalmente superdotado e como identificam, em suas turmas, esses estudantes. A análise dos dados indicou que a nomenclatura, além de alguns mitos e crenças, até este momento, representam um entrave no rastreio e no reconhecimento dos indivíduos superdotados, contudo, no que se refere especificamente à superdotação musical, os educadores foram capazes de apontar, assertivamente, algumas das características, as quais, academicamente, são reconhecidas como evidências da superdotação na arte dos sons.