A honestidade como valor moral: uma construção possível e necessária na escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferreira, Patrícia Elisabeth
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180652
Resumo: Imersos nos tenebrosos problemas de corrupção e desonestidade que nosso país enfrenta, a intenção deste trabalho é discutir as razões que levam o ser humano a tal comportamento e as possíveis formas de amenizar essa conduta, inserindo desde cedo as virtudes morais em práticas pedagógicas do contexto escolar. Assim, escolhemos o valor da honestidade para ser objeto de pesquisa deste trabalho e descrevemos quais as contribuições que o aprendizado deste valor humano pode resultar na construção da moralidade autônoma e na formação do caráter de crianças. Sendo assim, esta pesquisa tem o objetivo de refletir sobre a importância desta temática no contexto escolar desde os primeiros anos da educação básica e suas contribuições para a formação moral do indivíduo. Desta forma, o problema de pesquisa desta investigação se apresenta como: Como a Educação Moral pode ser trabalhada em sala de aula, com educandos do 3º ano do Ensino Fundamental, com ênfase no valor humano honestidade, de maneira afetiva contribuindo para o desenvolvimento da moralidade? Diante a este questionamento, a figura do professor apresenta relevante importância, assegurando que o trabalho com valores proporcione consciência moral autônoma, gerenciando suas vidas com escolhas frente às consequências que delas advirem. O referencial teórico foi um dos grandes desafios desta pesquisa, visto que a maioria dos pesquisadores não enfatizam a honestidade como objeto de investigação, mas se debruçam nos contra valores como a corrupção e trapaça. Como realizamos uma análise na perspectiva psicogenética abordamos os principais aspectos do desenvolvimento moral, segundo Piaget (1994) relacionados à justiça, uma vez que Piaget não utiliza o termo honestidade e, logo em seguida, alguns trabalhos que investigaram como a honestidade pode ser ensinada racionalmente e construída de maneira cooperativa e democrática, como o estudo de Ariely (2012) que contribuiu significativamente neste trabalho para a compreensão e reflexão do que é ser honesto. A metodologia adotada foi a pesquisaintervenção de abordagem qualitativa, na qual a pesquisadora atuou como observadoraparticipante, oportunizando o acompanhamento do caráter evolutivo do desenvolvimento das crianças, uma vez que, este trabalho considerou o valor da honestidade como um objeto de estudo que se aprende racionalmente. Participaram desta, vinte e quatro crianças do 3º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública do interior paulista, com idades entre 8 e 10 anos, distribuídas entre 14 meninos e 10 meninas. A estrutura metodológica pautou-se na aplicação de três fases: (1) Pré-teste, (2) Programa de Intervenção e (3) Pós-teste. Como instrumentos de coleta de dados utilizamos o pré e pós-teste, que compreendia uma história com a temática da honestidade e uma entrevista estruturada envolvendo dilemas morais para a construção racional e consciente na tomada de decisão, frente às situações apresentadas. A pesquisa foi realizada numa perspectiva na qual procurávamos conhecer o juízo moral da criança a respeito da honestidade e aplicar um programa de intervenção específico visando a ascensão da moralidade. Os resultados nos permitiram observar que a totalidade dos participantes, após o programa de intervenção, julgaram a desonestidade como algo reprovável e associaram suas concepções a vários aspectos imorais já conhecidos, como o roubo, a trapaça e a mentira. Concluímos que a educação moral não deve se restringir a uma aula específica, mas sim, estar a todo o momento integrada à rotina escolar e estender a toda as fases da vida, pois seus reflexos contribuirão para o bem-estar da coletividade. Quanto mais cedo se ensinar o valor da honestidade às crianças, maiores serão as possibilidades de uma sociedade mais decente e de um futuro mais honesto.
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Sendo assim, esta pesquisa tem o objetivo de refletir sobre a importância desta temática no contexto escolar desde os primeiros anos da educação básica e suas contribuições para a formação moral do indivíduo. Desta forma, o problema de pesquisa desta investigação se apresenta como: Como a Educação Moral pode ser trabalhada em sala de aula, com educandos do 3º ano do Ensino Fundamental, com ênfase no valor humano honestidade, de maneira afetiva contribuindo para o desenvolvimento da moralidade? Diante a este questionamento, a figura do professor apresenta relevante importância, assegurando que o trabalho com valores proporcione consciência moral autônoma, gerenciando suas vidas com escolhas frente às consequências que delas advirem. O referencial teórico foi um dos grandes desafios desta pesquisa, visto que a maioria dos pesquisadores não enfatizam a honestidade como objeto de investigação, mas se debruçam nos contra valores como a corrupção e trapaça. Como realizamos uma análise na perspectiva psicogenética abordamos os principais aspectos do desenvolvimento moral, segundo Piaget (1994) relacionados à justiça, uma vez que Piaget não utiliza o termo honestidade e, logo em seguida, alguns trabalhos que investigaram como a honestidade pode ser ensinada racionalmente e construída de maneira cooperativa e democrática, como o estudo de Ariely (2012) que contribuiu significativamente neste trabalho para a compreensão e reflexão do que é ser honesto. A metodologia adotada foi a pesquisaintervenção de abordagem qualitativa, na qual a pesquisadora atuou como observadoraparticipante, oportunizando o acompanhamento do caráter evolutivo do desenvolvimento das crianças, uma vez que, este trabalho considerou o valor da honestidade como um objeto de estudo que se aprende racionalmente. Participaram desta, vinte e quatro crianças do 3º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública do interior paulista, com idades entre 8 e 10 anos, distribuídas entre 14 meninos e 10 meninas. A estrutura metodológica pautou-se na aplicação de três fases: (1) Pré-teste, (2) Programa de Intervenção e (3) Pós-teste. Como instrumentos de coleta de dados utilizamos o pré e pós-teste, que compreendia uma história com a temática da honestidade e uma entrevista estruturada envolvendo dilemas morais para a construção racional e consciente na tomada de decisão, frente às situações apresentadas. A pesquisa foi realizada numa perspectiva na qual procurávamos conhecer o juízo moral da criança a respeito da honestidade e aplicar um programa de intervenção específico visando a ascensão da moralidade. Os resultados nos permitiram observar que a totalidade dos participantes, após o programa de intervenção, julgaram a desonestidade como algo reprovável e associaram suas concepções a vários aspectos imorais já conhecidos, como o roubo, a trapaça e a mentira. Concluímos que a educação moral não deve se restringir a uma aula específica, mas sim, estar a todo o momento integrada à rotina escolar e estender a toda as fases da vida, pois seus reflexos contribuirão para o bem-estar da coletividade. Quanto mais cedo se ensinar o valor da honestidade às crianças, maiores serão as possibilidades de uma sociedade mais decente e de um futuro mais honesto.Immersed in the tenebrous problems of corruption and dishonesty that our country faces, the intention of this work is to discuss the reasons that lead the human being to such behavior and the possible ways of mitigating this conduct, by inserting during childhood the moral virtues in pedagogical practices in the school context. Thus, we choose the value of honesty to be the research object of this work and we describe the contributions of the learning of this human value in the construction of the autonomous morality and on the formation of the character of children. Thus, this research has the objective of reflecting about the importance of this topic in the school context from the earliest years of basic education and, how this contributes to the moral formation of the individual. Thus, the research question is how can Moral Education be worked in the classroom with students in the 3rd grade of Elementary School with emphasis on honesty, as human value, and effectively contributing to the development of morality? In face of this question, the teacher him/herself presents relevant importance, ensuring that by working with values help develop autonomous moral awareness and encourage students to deal in life with choices and the consequences that come from them. The theoretical framework was one of the great challenges of this research, since most researchers do not emphasize honesty as an object of investigation, but they focus on counter values such as corruption and cheating. As we performed a psychogenetic analysis, we approach the main aspects of moral development, according to Piaget (1994) related to justice, considered that Piaget does not use the term honesty. We also rely on some studies that investigated how honesty can be taught rationally and developed in a cooperative and democratic way, such as the study of Ariely (2012) that contributed significantly in this work to the understanding and reflection of what it is to be honest. The methodology adopted was the research-intervention in a qualitative approach, in which the researcher acted as an observer-participant, by monitoring the development of the nature of the children, since this work considered the value of honesty as an object that is learned and acquired rationally. The participants of this research were twenty-four children 8 and 10 years old, from the 3rd grade form an Elementary School in the interior of São Paulo, being 14 boys and 10 girls. The methodological structure was based on the application of three phases: (1) Pre-test, (2) Intervention Program and (3) Post-test. As data collection instruments we used the pre and post-test, which comprised a story with the theme of honesty and a structured interview involving moral dilemmas for the rational and conscious development of decision making, in given situations. The research was carried out in a perspective in which we sought to know the moral judgment of the child regarding honesty and to apply a program of specific intervention aimed at the rise of morality. The results allowed us to observe that all the participants, after the intervention program, judged dishonesty as something unacceptable and associated their conceptions to various well-known immoral aspects, such as theft, cheating and lying. We conclude that moral education should not be restricted to a specific class, but rather, be integrated at all times into the school routine and extended to all phases of life. This will contribute to the well-being of the whole community. The earlier you teach the value of honesty to children, the greater the chances of a more decent society and a more honest future.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Lepre, Rita Melissa [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Ferreira, Patrícia Elisabeth2019-02-04T17:16:39Z2019-02-04T17:16:39Z2018-12-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18065200091228933004056091P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-14T06:19:44Zoai:repositorio.unesp.br:11449/180652Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462023-12-14T06:19:44Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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