A mobilidade do trabalho para o agrohidronegócio canavieiro no Pontal do Paranapanema – SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Gerson de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/237482
Resumo: A produção canavieira no Brasil a partir dos anos 2000, num curto espaço de tempo, foi reestruturada para atender as novas exigências reprodutivas do capital internacional. A crise provocou um deslocamento de capitais em busca de cadeias de valor, especialmente commodities agrícolas e minerais. Desse modo o agrohidromineralnegócio foi objeto de um vultuoso aporte de capitais que aprofundou a concentração e centralização de capitais em diversos setores econômicos. Este processo reservou aos trabalhadores o desemprego e a reorganização da superexploração e controle social do trabalho, objetivando a elevação da taxa de lucro e rápida valorização dos capitais investidos. Para fazer o arranjo espacial necessário, as empresas canavieiras impulsionaram a um só tempo a contratação de trabalhadores migrantes e a intensificação do uso da maquinaria para operações de corte e plantio da cana como forma de acelerar o ritmo produtivo, aumentar a competitividade entre unidades agroindustriais e garantir altas taxas de lucro. Esse movimento do capital em crise teve reflexo direto no deslocamento espacial de trabalhadores, mas, via de regra, na mobilização de um tipo de trabalhador com características específicas de trajetória no mundo do trabalho. Trata-se de pessoas que há muito tempo enfrentam a lida dura, carentes de direitos sociais, que precisam migrar para sobreviver e manter quem fica. A realidade vivida por estes trabalhadores sob os desígnios do capital pode nos oferecer elementos reveladores da particularidade do desenvolvimento desigual e combinado do capital na formação sócioespacial brasileira, colonial-escravista-dependente. Desse modo, neste estudo buscamos compreender a relação capital x trabalho através da dinâmica territorial do agronegócio e da mobilidade do trabalho no Pontal do Paranapanema sob o cenário da crise econômica global marcada pelo fluxo de capitais, revigoramento da dominação de classe, dos conflitos fundiários e da precarização do trabalho. Como metodologia foi especialmente importante a realização de trabalhos de campo (observação direta e entrevistas), pesquisa documental e em banco de dados do BNDES, IEA e MTE-RAIS/CAGED, além da confrontação das informações com dados secundários obtidos através de órgãos governamentais e institucionais do setor canavieiro.
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Este processo reservou aos trabalhadores o desemprego e a reorganização da superexploração e controle social do trabalho, objetivando a elevação da taxa de lucro e rápida valorização dos capitais investidos. Para fazer o arranjo espacial necessário, as empresas canavieiras impulsionaram a um só tempo a contratação de trabalhadores migrantes e a intensificação do uso da maquinaria para operações de corte e plantio da cana como forma de acelerar o ritmo produtivo, aumentar a competitividade entre unidades agroindustriais e garantir altas taxas de lucro. Esse movimento do capital em crise teve reflexo direto no deslocamento espacial de trabalhadores, mas, via de regra, na mobilização de um tipo de trabalhador com características específicas de trajetória no mundo do trabalho. Trata-se de pessoas que há muito tempo enfrentam a lida dura, carentes de direitos sociais, que precisam migrar para sobreviver e manter quem fica. A realidade vivida por estes trabalhadores sob os desígnios do capital pode nos oferecer elementos reveladores da particularidade do desenvolvimento desigual e combinado do capital na formação sócioespacial brasileira, colonial-escravista-dependente. Desse modo, neste estudo buscamos compreender a relação capital x trabalho através da dinâmica territorial do agronegócio e da mobilidade do trabalho no Pontal do Paranapanema sob o cenário da crise econômica global marcada pelo fluxo de capitais, revigoramento da dominação de classe, dos conflitos fundiários e da precarização do trabalho. Como metodologia foi especialmente importante a realização de trabalhos de campo (observação direta e entrevistas), pesquisa documental e em banco de dados do BNDES, IEA e MTE-RAIS/CAGED, além da confrontação das informações com dados secundários obtidos através de órgãos governamentais e institucionais do setor canavieiro.Sugarcane production in Brazil from the 2000s onwards, in a short period of time, was restructured to meet the new reproductive requirements of international capital. The crisis provoked a displacement of capital in search of value chains, in this case, agricultural and mineral commodities. In this way, the agrohydromineralbusiness has been the object of a substantial contribution of capital that has deepened the concentration and centralization of capitals in the sectors of the economy. This process caused unemployment and the reorganization of intensive exploitation and social control of work, aiming at raising the profit rate and rapid appreciation of invested capital. In order to make the necessary spatial arrangement, the sugarcane companies simultaneously promoted the hiring of migrant workers and the intensification of the use of machinery for cutting and planting sugarcane as a way of accelerating the production rate, increasing competitiveness between agroindustrial units and guarantee high profit rates. This movement of capital in crisis had a direct impact on the spatial displacement of workers, and, as a rule, on the mobilization of a type of worker with specific trajectory characteristics in the world of work. These are those who have long faced hardship, lacking social rights, who need to migrate to survive and provide for those who stayed behind. The reality lived by these workers under the designs of capital can offer us elements that reveal the particularity of the uneven and combined development of capital in the Brazilian socio-spatial formation, colonial-slaver-dependent. In this study we seek to understand aspects of the capital vs labor relationship through the territorial dynamics of the agrobusiness and labor mobility in Pontal do Paranapanema under the scenario of the global economic crisis marked by the flow of capital, reinvigoration of class domination, land conflicts and work precariousness. As a methodology, it was especially important to carry out fieldwork (direct observation and interviews), documents-based research and researching the BNDES, IEA and MTE-RAIS/CAGED databases, in addition to comparing the information with secondary data obtained through government agencies and institutions in the sugarcane sector.La producción cañera en Brasil a partir de la década de 2000, en un corto período de tiempo, se reestructuró para atender las nuevas demandas reproductivas del capital internacional. La crisis provocó un desplazamiento del capital en busca de cadenas de valor, especialmente commodities agrícolas y minerales. Así, el agrohidronegocio ha sido objeto de un aporte masivo de capital que profundizó la concentración y centralización de capitales en diversos sectores económicos. Este proceso ha reservado a los trabajadores el desempleo, la reorganización de la superexplotación y el control social del trabajo, con el objetivo de elevar la tasa de ganancia y la rápida valorización del capital invertido. Para realizar el arreglo espacial necesario, las empresas cañeras impulsaron la contratación de trabajadores migrantes y la intensificación del uso de maquinaria en las operaciones de corte y plantación de la caña como forma de acelerar el ritmo de producción, aumentar la competitividad entre las unidades agroindustriales y garantizar altas tasas de ganancia. Este movimiento del capital en crises se reflejó directamente en el desplazamiento espacial de los trabajadores, pero, por regla general, en la movilización de un tipo de trabajador con características específicas en el mundo del trabajo. Se trata de personas que, hace mucho tiempo, han enfrentado el trabajo duro, sin derechos sociales, que migran para sobrevivir y mantener a los que se quedan. La realidad vivida por estos trabajadores bajo los designios del capital puede ofrecernos elementos reveladores de la particularidad del desarrollo desigual y combinado del capital en la formación espacial brasileña colonial-esclavista-dependiente. En este estudio buscamos comprender la relación capital x trabajo a través de la dinámica territorial del agronegócio y de la movilidad laboral en el Pontal do Paranapanema bajo el escenario de la crisis económica mundial marcada por el flujo de capital, la revigorización de la dominación de clase, los conflictos territoriales y precarización del trabajo. Como metodología, fue especialmente importante la realización de trabajos de campo (observación directa y entrevistas), investigación documental y en banco de datos del BNDES, IEA y MTE-RAIS/CAGED, además de la confrontación de informaciones con datos secundarios obtenidos a través de órganos gubernamentales e institucionales del sector cañero.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)CNPq/INCRA 26/2012 processo: 405935/2012-9Universidade Estadual Paulista (Unesp)Thomaz Junior, Antonio [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Oliveira, Gerson de Souza2022-11-23T17:00:16Z2022-11-23T17:00:16Z2016-03-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/23748233004013068P6porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-05T06:21:00Zoai:repositorio.unesp.br:11449/237482Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462023-12-05T06:21Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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