Ilo Krugli e o discurso político no teatro infantojuvenil em O Mistério do Fundo do Pote

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Lima, Natália Sanches Ferreira
• Orientador(a): Bastos, Neusa Maria Oliveira Barbosa
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
• Palavras-chave em Português: discurso; análise do discurso; teatro; ideologia; sujeito
• Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/28760

A presente dissertação situa-se na área de concentração de estudos discursivos e textuais e insere-se na linha de pesquisa de “Procedimentos de Constituição dos Sentidos do Discurso e do Texto”, do Programa de Po´s-Graduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Nossa pesquisa nasce a partir da pergunta: de que forma o teatro infantojuvenil pode contribuir para formação sociopolítica da criança e do adolescente? Tem-se como objetivo geral observar de que maneira as personagens contidas na peça podem influenciar o leitor/público por meio da formação discursiva e, como objetivos específicos, verificar como as instituições de poder estão representadas na peça; analisar quais são as relações interdiscursivas presentes na obra; mapear o que as posições discursivas EU-TU revelam a respeito das personagens e apresentar as relações entre as instituições de poder e a proposta da peça no universo infanto-juvenil. Nosso corpus constitui-se da peça O mistério do fundo do pote, escrita por Ilo Krugli (1930-2019) em 1989. Em nosso arcabouço teórico tratamos dos seguintes conceitos: signo ideológico (VOLÓCHINOV 2018); palavra (BONDÍA 2002); formação discursiva (FOUCAULT 2012; PÊCHEUX 1988; ORLANDI 2005, 2015; MAINGUENEAU 2008, 2010); condições de produção (ORLANDI, 2005); relação língua/ideologia (PÊCHEUX, 1988); posições do EU-TU (MAINGUENEAU, 1996ª; CHARAUDEAU, 2016); ethos (MAINGUENEAU, 2020); arquieununciador (MAINGUENEAU, 1996b); assujeitamento (ALTHUSSER, 1970); corpos dóceis (FOUCAULT, 2013); e, por fim, simbólico e violência simbólica (BOURDIEU 2006, 2012). Feitas as análises, identificamos uma ação artístico-pedagógica intensa construída a partir de metáforas-poéticas para tratar de questões políticas com o público infantojuvenil, desenvolvendo no leitor/público um repertório capaz de identificar sujeitos semelhantes aos personagens na vida real e percebemos que a compreensão profunda das pistas existentes no discurso permite a liberdade criativa para que o leitor/público possa construir um novo discurso.