"Vida de equilibrista"? : mães trabalhadoras em diferentes contextos sociais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Moreira, Lisandra Espíndola
Orientador(a): Nardi, Henrique Caetano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/13413
Resumo: Essa pesquisa analisou os enunciados que produzem a articulação entre maternidade e trabalho de mulheres inseridas em diferentes contextos sociais. Baseou-se nas reflexões de Foucault, inspirada na genealogia como forma de pensar o presente. Para produção dos materiais de análise, esse estudo utilizou o relato da trajetória de vida de mulheres que são mães e trabalhadoras. As trajetórias de vida foram analisadas dentro do contexto histórico que as tornou possíveis e os relatos foram compreendidos a partir dos lugares ocupados por essas mulheres. Os materiais possibilitaram a problematização de alguns enunciados que constituem tanto o trabalho quanto a maternidade na contemporaneidade. Em relação à maternidade, descreveu-se a intensificação do investimento em um padrão de mulher mãe, constituindo uma norma da maternidade. Esse movimento tornou-se possível no cruzamento de diferentes discursos, em especial: o técnico-científico; o do direito (da mulher, da criança); o neoliberal e o da globalização. Essa norma da maternidade, apesar de ser produzida socialmente e ensinada em diferentes instâncias culturais, passa a ser naturalizada. Ela funciona associando algumas características a um modo de ser mãe considerado mais adequado, tais como: tempo (idade) certo (a) para ser mãe, número de filhos, condições financeiras. Em relação ao trabalho, o estudo analisou as transformações que o tornaram mais precário. Descreveu-se a intensificação das exigências para inserção e permanência dessas mulheres no mercado e a invalidação daquelas que não preenchem os requisitos. Essas transformações colocaram em questão o próprio conceito do que é trabalho e a sua relação com a renda, além de explicitar algumas relações de gênero que se sustentavam num modelo de trabalho anterior. Nesse sentido, colocar em questão a posição de equilibristas dessas mães trabalhadoras, além de atentar para a constituição social desses campos, demonstra o quanto eles estão implicados mutuamente. O trabalho produz modos de ser mãe e a maternidade produz modos de trabalhar. Dessa forma foi possível, nesse estudo ampliar as reflexões, pensando também as políticas públicas que sustentam e tensionam essa articulação.
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Esse movimento tornou-se possível no cruzamento de diferentes discursos, em especial: o técnico-científico; o do direito (da mulher, da criança); o neoliberal e o da globalização. Essa norma da maternidade, apesar de ser produzida socialmente e ensinada em diferentes instâncias culturais, passa a ser naturalizada. Ela funciona associando algumas características a um modo de ser mãe considerado mais adequado, tais como: tempo (idade) certo (a) para ser mãe, número de filhos, condições financeiras. Em relação ao trabalho, o estudo analisou as transformações que o tornaram mais precário. Descreveu-se a intensificação das exigências para inserção e permanência dessas mulheres no mercado e a invalidação daquelas que não preenchem os requisitos. Essas transformações colocaram em questão o próprio conceito do que é trabalho e a sua relação com a renda, além de explicitar algumas relações de gênero que se sustentavam num modelo de trabalho anterior. Nesse sentido, colocar em questão a posição de equilibristas dessas mães trabalhadoras, além de atentar para a constituição social desses campos, demonstra o quanto eles estão implicados mutuamente. O trabalho produz modos de ser mãe e a maternidade produz modos de trabalhar. Dessa forma foi possível, nesse estudo ampliar as reflexões, pensando também as políticas públicas que sustentam e tensionam essa articulação.The present research analysed the discursiev articulation between motherhood and work in different social settings. It is based on Foucault’s Genealogy, understood as a way to reflrct about the present. In order to produce the research corpus, the study utilized life narratives of women that are both mothers and workers. The life narratives were analyzed taking in consideration the historical context that made them possible. The corpus analysis made possible to reflect on some statements that constitute both work and motherhood in conteporary times.regarding motherhood, it was describe the increasing of investiment on women as mothers, constituting a pattern of motherhood. This movement was made possible in the crossroas between different speeches, particularly: the technical-scientific; the legal statements (woman and children right); the neoliberal economic credo and the one produced to legitimate globalization. This standardized motherhood, though socially produced in various cultural levels, becomes naturalized. It work by assigning some characteristics tobe an adequate mother, such as: time (as in right age to have children), adequate number of children and good financial condition. Regarding work, the study analyzed the changes that made it precarious. It was describe the demands’ intesification for women to obtain and keep a position in the workforce and the disregard of those that don’t fit criteria. These transformations changed the work concept in itself and its relation with money income, and, furthermore, explicit gender reations that were sustained by the previous work model. In this sense, the role of equilibrist of those working mothers was questioned, taking in consideration the social constitution of these fields, it was demonstrated how mutual implicated they are. The work produces motherhood patterns ans motherhoods produces working patterns. Therefore, it was possible, in this study, to deepen the discussion, including the public polices that sustain ans stress this articulation.application/pdfporMaternidadeTrabalhoMãe : Psicologia"Vida de equilibrista"? : mães trabalhadoras em diferentes contextos sociaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPrograma de Pós-Graduação em Psicologia Social e InstitucionalPorto Alegre, BR-RS2008mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000648834.pdf000648834.pdfTexto completoapplication/pdf615079http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/13413/1/000648834.pdf8b76091afd45409c8984608db370bcd9MD51TEXT000648834.pdf.txt000648834.pdf.txtExtracted Texttext/plain395116http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/13413/2/000648834.pdf.txt7fe5e31c15d56af152f603b502c31af6MD52THUMBNAIL000648834.pdf.jpg000648834.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg992http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/13413/3/000648834.pdf.jpg5793c863aa0d471ade33ee3e9ea4a862MD5310183/134132018-10-05 08:51:40.064oai:www.lume.ufrgs.br:10183/13413Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-05T11:51:40Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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