Parentescos, solidariedades e práticas culturais : estratégias de manutenção de um campesinato negro no litoral negro do Rio Grande do Sul (do século XIX ao tempo presente)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Molet, Claudia Daiane Garcia
Orientador(a): Weber, Regina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/193395
Resumo: Este estudo versa sobre o campesinato negro, no Litoral Negro do Rio Grande do Sul, sendo suas histórias e memórias investigadas de 1816 ao tempo presente. A problemática é perceber as estratégias para manutenção das terras legadas por escravizados no século XIX e que atualmente abrigam seus descendentes, remanescentes quilombolas. Desse modo, o presente trabalho insere-se no campo dos estudos sobre pós-Abolição, embora recue para o século XIX para compreender a formação desta região que está sendo denominada de Litoral Negro. Para isso, acionamos alguns núcleos de escravizados que conquistaram liberdade e terras através de registro nos testamentos senhoriais. Apontamos os arranjos familiares tecidos no cativeiro, mas também com escravizados da vizinhança e com libertos. Acionamos a memória quilombola para investigar as experiências de racialização nos bailes rurais de "brancos" e de "morenos". A luta pela cidadania foi iluminada a partir da discussão dos efeitos da Reforma Agrária, da década de 1960, quando foram movidas ações judiciais pelas famílias negras, resultando medições, expropriações, além de disputas com vizinhos A longevidade das experiências camponesas também se fez presente na análise da Festa de Nossa Senhora do Rosário e do Ensaio de Pagamento de Quicumbi realizados ainda na atualidade pelos quilombolas. Nestas manifestações, percebeu-se uma rede de fé na Santa que une o campesinato negro a partir do compartilhamento de práticas culturais. Por último, mas de suma importância para a manutenção do campesinato negro, pontuamos as experiências de mulheres negras, matriarcas, proprietárias de terras, benzedeiras e parteiras que circularam saberes e ancestralidade pelo Litoral Negro. Para que as redes fossem analisadas, utilizei diversas fontes, como registros de batismos, de casamentos, cartas de alforria, registros paroquiais de terras, processos judiciais e entrevistas com os quilombolas.
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spelling Molet, Claudia Daiane GarciaWeber, Regina2019-04-24T02:34:29Z2018http://hdl.handle.net/10183/193395001089151Este estudo versa sobre o campesinato negro, no Litoral Negro do Rio Grande do Sul, sendo suas histórias e memórias investigadas de 1816 ao tempo presente. A problemática é perceber as estratégias para manutenção das terras legadas por escravizados no século XIX e que atualmente abrigam seus descendentes, remanescentes quilombolas. Desse modo, o presente trabalho insere-se no campo dos estudos sobre pós-Abolição, embora recue para o século XIX para compreender a formação desta região que está sendo denominada de Litoral Negro. Para isso, acionamos alguns núcleos de escravizados que conquistaram liberdade e terras através de registro nos testamentos senhoriais. Apontamos os arranjos familiares tecidos no cativeiro, mas também com escravizados da vizinhança e com libertos. Acionamos a memória quilombola para investigar as experiências de racialização nos bailes rurais de "brancos" e de "morenos". A luta pela cidadania foi iluminada a partir da discussão dos efeitos da Reforma Agrária, da década de 1960, quando foram movidas ações judiciais pelas famílias negras, resultando medições, expropriações, além de disputas com vizinhos A longevidade das experiências camponesas também se fez presente na análise da Festa de Nossa Senhora do Rosário e do Ensaio de Pagamento de Quicumbi realizados ainda na atualidade pelos quilombolas. Nestas manifestações, percebeu-se uma rede de fé na Santa que une o campesinato negro a partir do compartilhamento de práticas culturais. Por último, mas de suma importância para a manutenção do campesinato negro, pontuamos as experiências de mulheres negras, matriarcas, proprietárias de terras, benzedeiras e parteiras que circularam saberes e ancestralidade pelo Litoral Negro. Para que as redes fossem analisadas, utilizei diversas fontes, como registros de batismos, de casamentos, cartas de alforria, registros paroquiais de terras, processos judiciais e entrevistas com os quilombolas.This study talks about the black farmers way of living, in the Rio Grande do Sul Black Shore which stories and memories have been investigated from 1816 to nowadays. The problem is to realize the strategies to maintain the lands that belonged to slaves in the XIX century that, nowadays, house their descendants, quilombos survivors. Therefore, this article fits the area of knowledge about post – abolishment, although it is necessary to go back to the XIX century to understand the region formation, that it is named Black Shore. In order to achieve it, we will recall some slave groups that conquered freedom and land through records on masters’ wills. We will show the family groups built in the bondages, but also built with neighbor slaves and free men. We will recall the quilombo memory to investigate the racialization experiences in the black rural typical balls. The fight for citizenship will be enlightened through the discussion about the Land Reform effects, in the 60’s, when black families claimed their rights through law suits, ending up in measuring, expropriation and neighbor quarrels The farmers experiences longevity will also be present in two typical events: the Nossa Senhora do Rosário party (a day to worship this Saint) and Ensaio de Pagamento de Quicumbi (a day to thank the received blessings). Both events still happen nowadays. In these events, it is possible to see a net of faith in the Saint that reunites the black farmers through cultural activities sharing. Lastly, but very important to maintain the black farmers way of living, we will recall the black women, matriarch, land lords, religious healers and midwives’ experiences that shared knowledge and ancestry along the Black Shore. In order to analyze the nets, I have used many sources such as baptism, marriage, manumission, land, law suits and interview records that belong to slavery survivors.application/pdfporQuilombolasCamponeses : Aspectos culturaisDisputas territoriaisFeminismoPós-aboliçãoHistóriaRio Grande do SulLitoralBlack farmers way of livingPost abolishmentQuilombo survivorsLand reformBlack feminismBlack catholicismBlack shoreCascaLimoeiroTeixeirasCapororocasParentescos, solidariedades e práticas culturais : estratégias de manutenção de um campesinato negro no litoral negro do Rio Grande do Sul (do século XIX ao tempo presente)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em HistóriaPorto Alegre, BR-RS2018doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001089151.pdf.txt001089151.pdf.txtExtracted Texttext/plain654579http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/193395/2/001089151.pdf.txtdb220931fc26f3a1de057a522661e520MD52ORIGINAL001089151.pdfTexto completoapplication/pdf5020547http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/193395/1/001089151.pdf1c3c2c746130672673759d4afcd660d5MD5110183/1933952022-12-15 05:50:39.736601oai:www.lume.ufrgs.br:10183/193395Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-12-15T07:50:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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