O cigarro da formiga : paradoxos entre trabalhadores e vagabundos em um estabelecimento prisional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cardoso, Vanessa Branco
Orientador(a): Costa, Luis Artur
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/221544
Resumo: Este é um texto sobre trabalho, neoliberalismo, sistema prisional e neopentecostalismo. Temos a intenção de reduzir ao absurdo as lógicas psico-prisionais que polarizam trabalhadores e “vagabundos”, como criminosos são popularmente chamados, pois associa-se à sua atividade a ociosidade em uma sociedade centrada no trabalho como valor moral capital. A figura do “vagabundo” é construída por uma sobreposição de camadas discursivas e imagéticas que criminaliza, encarcera e extermina juventudes negras periféricas em nome da manutenção dos privi légios da branquitude em um sistema penal racista. Para colapsar esse pensamento, nos utilizamos da ficção para criar uma espécie de “abolicionismo penal” distópico, em um mundo que opera dentro da lógica ultraliberal do sujeito empreendedor de si, levando aos extremos as suas regras, tomando-as literalmente, desinvestindo parcialmente da culpa e apostando na meritocracia e na promessa de sucesso individual. Pela redução ao absurdo dos princípios neoliberais o criminoso passa a ser um empreendedor que responde apenas às leis do mercado, como uma variação radical do nosso mundo, onde os princípios da moral empreendedora, neoliberal e conservadora nascem das inusitadas alianças entre religião neopentecostal, crime e capitalismo. Operamos um delírio do real, onde a pretensa divisão entre trabalhadores e “vagabundos” é desfeita e coloca-se em cena o trabalho, considerado o principal pilar da ressocialização do sujeito privado de liberdade, que costuma ser visto como o par oposto do crime. Faz-se nítido que há trabalho nas prisões e que os “vagabundos” possuem tantas características empreendedoras quanto se deseja do sujeito neoliberal-conservador. O seu “corre” é tão árduo quanto o de qualquer pessoa, precisando de planejamento, ferramentas e estratégias de execução. Mesmo que transgredindo a lei, ainda obedecem ainda a uma série de regras do mercado, do trabalho, do empreendedorismo. Elaboramos tal redução ao absurdo para problematizar as noções de culpa, mérito e a noção do trabalho como reformador do sujeito, levando-a aos seus limites, transgredindo as fronteiras do campo jurídico, para visibilizar que ambos comungam dos mesmos valores como agressividade competitiva, disciplina, hierarquia e trabalho como forma de elevação moral. Esses pensamentos estão sempre inscritos no cansaço e à beira do colapso e essa racionalidade, levada até seu esgotamento, pode visibilizar o absurdo insustentável que fundamenta nosso sistema penal-prisional em uma lógica de culpas-méritos racista e classista. A redução ao absurdo evidencia um processo de repetição que busca a transgressão dos princí pios e a queda das consequências, rompendo fronteiras, equivalências e generalidades erigidas pela moral e pela lei, mostrando seus paradoxos e provocando desvios nos discursos da ciência moderno-colonial, deixando-se contagiar pelos sensíveis, não se preocupando em realizar re presentações formais, de significados e referentes. Exercício cartográfico-ficcional compôs uma narrativa que não persegue uma linearidade ou veracidade histórica dos acontecimentos, mas sim a criação de linhas, mapas, diagramas que se relacionem com o problema de pesquisa. As personagens criadas são estratégias de tensionar nossos modos de olhar tanto para a prisão, o trabalho, o neoliberalismo, a moral neopentecostal e, também, para nós mesmos e para o mundo além-muros em que vivemos.
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spelling Cardoso, Vanessa BrancoCosta, Luis Artur2021-05-26T04:45:34Z2020http://hdl.handle.net/10183/221544001124880Este é um texto sobre trabalho, neoliberalismo, sistema prisional e neopentecostalismo. Temos a intenção de reduzir ao absurdo as lógicas psico-prisionais que polarizam trabalhadores e “vagabundos”, como criminosos são popularmente chamados, pois associa-se à sua atividade a ociosidade em uma sociedade centrada no trabalho como valor moral capital. A figura do “vagabundo” é construída por uma sobreposição de camadas discursivas e imagéticas que criminaliza, encarcera e extermina juventudes negras periféricas em nome da manutenção dos privi légios da branquitude em um sistema penal racista. Para colapsar esse pensamento, nos utilizamos da ficção para criar uma espécie de “abolicionismo penal” distópico, em um mundo que opera dentro da lógica ultraliberal do sujeito empreendedor de si, levando aos extremos as suas regras, tomando-as literalmente, desinvestindo parcialmente da culpa e apostando na meritocracia e na promessa de sucesso individual. Pela redução ao absurdo dos princípios neoliberais o criminoso passa a ser um empreendedor que responde apenas às leis do mercado, como uma variação radical do nosso mundo, onde os princípios da moral empreendedora, neoliberal e conservadora nascem das inusitadas alianças entre religião neopentecostal, crime e capitalismo. Operamos um delírio do real, onde a pretensa divisão entre trabalhadores e “vagabundos” é desfeita e coloca-se em cena o trabalho, considerado o principal pilar da ressocialização do sujeito privado de liberdade, que costuma ser visto como o par oposto do crime. Faz-se nítido que há trabalho nas prisões e que os “vagabundos” possuem tantas características empreendedoras quanto se deseja do sujeito neoliberal-conservador. O seu “corre” é tão árduo quanto o de qualquer pessoa, precisando de planejamento, ferramentas e estratégias de execução. Mesmo que transgredindo a lei, ainda obedecem ainda a uma série de regras do mercado, do trabalho, do empreendedorismo. Elaboramos tal redução ao absurdo para problematizar as noções de culpa, mérito e a noção do trabalho como reformador do sujeito, levando-a aos seus limites, transgredindo as fronteiras do campo jurídico, para visibilizar que ambos comungam dos mesmos valores como agressividade competitiva, disciplina, hierarquia e trabalho como forma de elevação moral. Esses pensamentos estão sempre inscritos no cansaço e à beira do colapso e essa racionalidade, levada até seu esgotamento, pode visibilizar o absurdo insustentável que fundamenta nosso sistema penal-prisional em uma lógica de culpas-méritos racista e classista. A redução ao absurdo evidencia um processo de repetição que busca a transgressão dos princí pios e a queda das consequências, rompendo fronteiras, equivalências e generalidades erigidas pela moral e pela lei, mostrando seus paradoxos e provocando desvios nos discursos da ciência moderno-colonial, deixando-se contagiar pelos sensíveis, não se preocupando em realizar re presentações formais, de significados e referentes. Exercício cartográfico-ficcional compôs uma narrativa que não persegue uma linearidade ou veracidade histórica dos acontecimentos, mas sim a criação de linhas, mapas, diagramas que se relacionem com o problema de pesquisa. As personagens criadas são estratégias de tensionar nossos modos de olhar tanto para a prisão, o trabalho, o neoliberalismo, a moral neopentecostal e, também, para nós mesmos e para o mundo além-muros em que vivemos.This is a text about work, neoliberalism, the prison system and neo pentecostalism. We have the intention of reducing to the absurd the prison psychic logics that polarize workers and “tramps”, as criminals are popularly addressed because of the association of their activities to idleness in a society centered in work as a capital moral value. The figure of a “tramp” is built by an overlay of discursive and imagery layers that criminalizes, incarcerates and exter minates black youths from ghettos in the name of privilege maintenance of a racist criminal system. In order to collapse this way of thinking, we use fiction to create a kind of dysto pian “criminal abolitionist” in a world that operates in the logic of ultraliberal subject that is of the entrepreneur himself or the self made man, taking its rules to the extreme, making them literally and, partially detaching from guilt and betting on meritocracy and the promise of in dividual success. Because of the reduction of absurdity of the neoliberal principles the criminal becomes an entrepreneur that responds only to the market laws, as a radical variation of our world, in which the principles of entrepreneur moral that is neoliberal and conservatory are born unusual alliances between neo pentecostal religion, crime and capitalism. We operate a delirium of real where the alleged division between workers and “tramps” is undone and work itself is put in scene considered the main pillar of resocialization of the individuals who are deprived from freedom who is usually seen as an opposite of crime. It is clear to see that there is work inside prison and that “tramps” have as many entrepreneur characteristics as the neoliberal conservatory subject. His work is as hard as any other job, which requires planning, tools and execution strategies. Even though they are transgressing the law they still obey a series of market, work and entrepreneurship rules. We have elaborated this reduction to the absurd in order to question the notions of guilt, merit and the notion of work as a reformer of subject taking it to the limit, transgressing the borders of the legal sphere to enable that both have a common view of the same values, such as competitive aggressiveness, discipline, hierarchy and work as a moral elevation. These thoughts are always registered in tiredness and on the brink to collapse and this racional statement taken to its exhaustion can make it possible the unsustainable absurd that foundaments our criminal prison system into a logic of racist and classist merit-guilt. The reduction to the absurd highlights a process of repetition that se arches for transgression of principles and the fall of consequences breaking barriers, equivalences and generalities built by morals and by the law, showing its paradoxes and provoking deviations in the discourse of colloquial modern science, letting it contage by the sensitive not worrying about perform formal representations of meaning and referred. This fictional cartographic exercise composed a narrative that does not pursue a linearity or a historic veracity of the happenings, but a creation of lines, maps, diagrams that are related to the problem of the research. The characters created are strategies to tension our paradigms through prison, work, neoliberalism, the moral neo pentecostal, and also, to ourselves and to the world beyond the walls in which we live.application/pdfporPrisõesTrabalhoCapitalismoReligiãoPrisonWorkCapitalismReligionFictionO cigarro da formiga : paradoxos entre trabalhadores e vagabundos em um estabelecimento prisionalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPrograma de Pós-Graduação em Psicologia Social e InstitucionalPorto Alegre, BR-RS2020mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001124880.pdf.txt001124880.pdf.txtExtracted Texttext/plain459201http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/221544/2/001124880.pdf.txt8e6a87e1a785b01de3c94dd53f3c0912MD52ORIGINAL001124880.pdfTexto completoapplication/pdf4874969http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/221544/1/001124880.pdfbf5db6b9877ce4b83b88cdd799154e77MD5110183/2215442021-06-12 04:51:57.565173oai:www.lume.ufrgs.br:10183/221544Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-06-12T07:51:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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