Imunoglobulinas séricas G como marcadores de prognóstico e imunoparalisia em sepse pediátrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Roman, Gabriel Tesche
Orientador(a): Piva, Jefferson Pedro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/272513
Resumo: Introdução: Vários biomarcadores têm sido propostos para monitorizar a disfunção imune induzida por sepse e diagnosticar o fenótipo de sepse com imunoparalisia, mas geralmente não estão amplamente disponíveis. Objetivos: descrever a população sob risco de hipogamaglobulinemia e avaliar se tal achado se relaciona com piores desfechos em sepse pediátrica, podendo servir como biomarcador de disfunção imune nestes pacientes. Métodos: realizamos um estudo de coorte retrospectivo de crianças de 1 mês a 18 anos com sepse admitidas em uma unidade de terapia intensiva pediátrica terciária, que tiveram mensurados os níveis totais de imunoglobulina G (IgG) séricas. Os principais critérios de exclusão foram imunodeficiência diagnosticada anteriormente e prematuridade. Baixa IgG foi definida como IgG total igual ou inferior ao 3º percentil para a idade. Dados clínicos complementares foram coletados. O desfecho primário foi a mortalidade em 28 dias da admissão na UTIP. Outros desfechos incluíram mortalidade em 60 e 180 dias da admissão na UTIP, tempo de permanência na UTIP e hospitalar, necessidade de terapias de suporte intensivo e readmissão à UTIP. Resultados: Entre 3624 crianças admitidas na UTIP durante os 4,5 anos do estudo, 253 admissões preencheram os critérios. A idade média foi de 25 meses [7-90], sendo que 113 (44,7%) admissões apresentaram baixos valores de IgG sérica. Gênero e escore PIM-2 não diferiram entre aqueles com IgG baixa e alta. Pacientes com IgG baixa tiveram uma maior prevalência de infecções nosocomiais (74,3 x 37,9%; p<0,01) e condições crônicas complexas. IgG baixa também foi associada a mais disfunções orgânicas e disfunção hematológica (60,2 x 37,1%; p<0,01). Na análise multivariada, malignidade e condições crônicas complexas mantiveram uma razão de chances significativa para associação com IgG baixa. Não houve diferença entre os grupos nos desfechos de mortalidade em 28 e 60 dias da admissão, tempo de permanência, readmissão e necessidade de terapias intensivas. No entanto, IgG baixa foi associada a uma taxa de mortalidade mais alta em 180 dias (24,8 x 13,6%; p=0,03). Conclusão: há uma interação complexa entre os níveis baixos de IgG, disfunções orgânicas e condições crônicas complexas em crianças com sepse. Descrevemos uma população em risco para níveis baixos de IgG relacionados à sepse. Como esse achado foi associada a piores resultados de morbidade e mortalidade em nosso estudo, ela poderia servir como biomarcador para a imunoparalisia.
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spelling Roman, Gabriel TeschePiva, Jefferson Pedro2024-03-01T04:55:47Z2023http://hdl.handle.net/10183/272513001196977Introdução: Vários biomarcadores têm sido propostos para monitorizar a disfunção imune induzida por sepse e diagnosticar o fenótipo de sepse com imunoparalisia, mas geralmente não estão amplamente disponíveis. Objetivos: descrever a população sob risco de hipogamaglobulinemia e avaliar se tal achado se relaciona com piores desfechos em sepse pediátrica, podendo servir como biomarcador de disfunção imune nestes pacientes. Métodos: realizamos um estudo de coorte retrospectivo de crianças de 1 mês a 18 anos com sepse admitidas em uma unidade de terapia intensiva pediátrica terciária, que tiveram mensurados os níveis totais de imunoglobulina G (IgG) séricas. Os principais critérios de exclusão foram imunodeficiência diagnosticada anteriormente e prematuridade. Baixa IgG foi definida como IgG total igual ou inferior ao 3º percentil para a idade. Dados clínicos complementares foram coletados. O desfecho primário foi a mortalidade em 28 dias da admissão na UTIP. Outros desfechos incluíram mortalidade em 60 e 180 dias da admissão na UTIP, tempo de permanência na UTIP e hospitalar, necessidade de terapias de suporte intensivo e readmissão à UTIP. Resultados: Entre 3624 crianças admitidas na UTIP durante os 4,5 anos do estudo, 253 admissões preencheram os critérios. A idade média foi de 25 meses [7-90], sendo que 113 (44,7%) admissões apresentaram baixos valores de IgG sérica. Gênero e escore PIM-2 não diferiram entre aqueles com IgG baixa e alta. Pacientes com IgG baixa tiveram uma maior prevalência de infecções nosocomiais (74,3 x 37,9%; p<0,01) e condições crônicas complexas. IgG baixa também foi associada a mais disfunções orgânicas e disfunção hematológica (60,2 x 37,1%; p<0,01). Na análise multivariada, malignidade e condições crônicas complexas mantiveram uma razão de chances significativa para associação com IgG baixa. Não houve diferença entre os grupos nos desfechos de mortalidade em 28 e 60 dias da admissão, tempo de permanência, readmissão e necessidade de terapias intensivas. No entanto, IgG baixa foi associada a uma taxa de mortalidade mais alta em 180 dias (24,8 x 13,6%; p=0,03). Conclusão: há uma interação complexa entre os níveis baixos de IgG, disfunções orgânicas e condições crônicas complexas em crianças com sepse. Descrevemos uma população em risco para níveis baixos de IgG relacionados à sepse. Como esse achado foi associada a piores resultados de morbidade e mortalidade em nosso estudo, ela poderia servir como biomarcador para a imunoparalisia.Introduction: Several biomarkers have been proposed to monitor sepsis induced immune dysfunction and diagnose immunoparalysis sepsis phenotype. Objectives: to describe a population at risk for hypogammaglobulinaemia and evaluate whether this finding relates to worse outcomes at pediatric sepsis, serving as a biomarker of immune dysfunction in these patients. Methods: we conducted a retrospective cohort study of children aged 1 month to 18 years old with sepsis admitted to a tertiary PICU, who had total serum IgG levels measured. Main exclusion criteria were previously diagnosed immunodeficiency and prematurity. Low IgG was defined as total serum IgG equal or lower to 3rd percentile for age. Complementary clinical data was collected. Primary outcome was mortality within 28 days of PICU admission. Other outcomes included mortality within 60 and 180 days of PICU admission, PICU and hospital length of stay and need for intensive care support therapies and PICU readmission. Results: Among 3624 children admitted to the PICU during the 4.5 years of the study, 253 admissions met study criteria. Median age was 25 months [7-90]. 113 (44.7%) admissions had low IgG. Gender and PIM-2 score did not differ between those with low and high IgG. Those with low IgG had higher prevalence of nosocomial infections (74.3 x 37.9%; p<0.01) and complex chronic conditions. Low IgG was also associated with more organ dysfunctions and hematologic dysfunction (60.2 x 37.1%; p<0.01). On multivariate analysis, malignancy and complex chronic conditions had significant odds-ratio for association with low IgG. There was no difference between groups for the outcomes of mortality within 28 and 60 days of admission, length of stay, readmission and intensive care therapies needed. However, low IgG was associated with higher mortality rate at 180 days (24.8 x 13.6%; p=0.03). Conclusion: there is a complex interplay of low IgG levels, organic dysfunctions and complex chronic conditions in children with sepsis. We described a population at risk for sepsis related low IgG levels. As this finding was associated with worse morbidity and mortality outcomes in our study, it could serve as biomarker for immunoparalysis.application/pdfporUnidades de terapia intensiva pediátricaSepseInflamaçãoImunoglobulina GAgamaglobulinemiaImunidadeBiomarcadoresPediatric ICUSepsisInflammationImmunoglobulin GHypogammaglobulinaemiaImmunoparalysisImunoglobulinas séricas G como marcadores de prognóstico e imunoparalisia em sepse pediátricainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescentePorto Alegre, BR-RS2023mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001196977.pdf.txt001196977.pdf.txtExtracted Texttext/plain116623http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/272513/2/001196977.pdf.txtb4f728a5d25a7bb378f731605647f453MD52ORIGINAL001196977.pdfTexto completoapplication/pdf2072451http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/272513/1/001196977.pdf5e4b64fbf2ad5e1c4824cf5702b113b9MD5110183/2725132024-03-02 05:04:01.481063oai:www.lume.ufrgs.br:10183/272513Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-03-02T08:04:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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