A casa da cultura digital como uma tribo contemporânea : etnografando formas de sociação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Chiesa, Carolina Dalla
Orientador(a): Cavedon, Neusa Rolita
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/96868
Resumo: O objetivo principal desse trabalho foi o de descrever e compreender a maneira pela qual se constituem em mantém-se as formas de sociação de uma organização chamada Casa da Cultura Digital em Porto Alegre (CCD). Para tanto, os objetivos específicos foram: descrever as sociabilidades e conflitos como formas de sociação; descrever as peculiaridades da forma se organizar da CCD; e, compreender os significados que a CCD tem para seus integrantes. Estes objetivos estão embasados nos direcionamentos das “lentes teóricas” utilizadas que buscam compreender os estilos de vida e as formas de viver em conjunto permeadas por uma saturação do indivíduo em meio às objetificações da vida moderna, as quais podem lhe constranger. Em certos casos, tais objetificações são chamadas de formas de sociação: maneiras pelas quais as pessoas associam-se umas com as outras e desenvolvem conteúdos – entendidos como motivações ou interesses – que se abrigam em uma determinada “forma”. Quando uma lógica racional-instrumental, que faz parte de tais objetificações, dá sinais de saturação, emerge uma forma de viver em comum estética, lúdica e presenteísta que, de certo modo, opõe-se às institucionalizações, ao gigantismo e ao imperativo da eficiência. Um exemplo dessa expressão acontece em tribos pós-modernas, as quais revelam um modo de ser e estar com os outros dotado de uma razão sensível. Neste trabalho, estão em foco estas duas noções: formas de sociação e tribos contemporâneas à luz do exemplo de uma organização de natureza associativa, que busca realizar eventos, palestras e encontros para informar a população sobre cibercultura, uso dos meios digitais e o universo hacker - não restrita a isso. A partir de uma aproximação etnográfica com esse campo, foi possível notar sinais de uma exacerbação das sociabilidades, dos conflitos e de algumas peculiaridades da forma de organizar as tarefas, tais como: a rejeição de formalizações, de hierarquias, certa aversão às relações demasiadamente monetarizadas, bem como o modo de uso dos espaços físicos e do ciberespaço. Tal forma de ser e de organizar-se revela aspectos de um grupo que busca expressar-se em sua criatividade, demonstrando, para além disso, uma tentativa de se opor às formas de trabalho centralizadoras e pouco criativas, formatando um espaço divergente. Nesse jogo de formas, entre proximidades e afastamentos, o sujeito mostra que quando não encontra a satisfação nos ambientes “tradicionais”, este busca maneiras de expressão concretizadas em uma organização que se aproxima da metáfora da tribo contemporânea, constituindo uma forma de sociação, a qual revela negações e rearticulações de formas de gestão.
id URGS_65bf7016bcd7b74517d4155542b2366f
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/96868
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str
spelling Chiesa, Carolina DallaCavedon, Neusa Rolita2014-06-25T02:05:29Z2014http://hdl.handle.net/10183/96868000917958O objetivo principal desse trabalho foi o de descrever e compreender a maneira pela qual se constituem em mantém-se as formas de sociação de uma organização chamada Casa da Cultura Digital em Porto Alegre (CCD). Para tanto, os objetivos específicos foram: descrever as sociabilidades e conflitos como formas de sociação; descrever as peculiaridades da forma se organizar da CCD; e, compreender os significados que a CCD tem para seus integrantes. Estes objetivos estão embasados nos direcionamentos das “lentes teóricas” utilizadas que buscam compreender os estilos de vida e as formas de viver em conjunto permeadas por uma saturação do indivíduo em meio às objetificações da vida moderna, as quais podem lhe constranger. Em certos casos, tais objetificações são chamadas de formas de sociação: maneiras pelas quais as pessoas associam-se umas com as outras e desenvolvem conteúdos – entendidos como motivações ou interesses – que se abrigam em uma determinada “forma”. Quando uma lógica racional-instrumental, que faz parte de tais objetificações, dá sinais de saturação, emerge uma forma de viver em comum estética, lúdica e presenteísta que, de certo modo, opõe-se às institucionalizações, ao gigantismo e ao imperativo da eficiência. Um exemplo dessa expressão acontece em tribos pós-modernas, as quais revelam um modo de ser e estar com os outros dotado de uma razão sensível. Neste trabalho, estão em foco estas duas noções: formas de sociação e tribos contemporâneas à luz do exemplo de uma organização de natureza associativa, que busca realizar eventos, palestras e encontros para informar a população sobre cibercultura, uso dos meios digitais e o universo hacker - não restrita a isso. A partir de uma aproximação etnográfica com esse campo, foi possível notar sinais de uma exacerbação das sociabilidades, dos conflitos e de algumas peculiaridades da forma de organizar as tarefas, tais como: a rejeição de formalizações, de hierarquias, certa aversão às relações demasiadamente monetarizadas, bem como o modo de uso dos espaços físicos e do ciberespaço. Tal forma de ser e de organizar-se revela aspectos de um grupo que busca expressar-se em sua criatividade, demonstrando, para além disso, uma tentativa de se opor às formas de trabalho centralizadoras e pouco criativas, formatando um espaço divergente. Nesse jogo de formas, entre proximidades e afastamentos, o sujeito mostra que quando não encontra a satisfação nos ambientes “tradicionais”, este busca maneiras de expressão concretizadas em uma organização que se aproxima da metáfora da tribo contemporânea, constituindo uma forma de sociação, a qual revela negações e rearticulações de formas de gestão.The main objective of this work was to describe and comprehend the way through which forms of sociation are constituted and maintained in an organization named Casa da Cultura Digital (CCD) situated in Porto Alegre. Thus, the specific objectives were: to describe sociabilities and conflicts as forms of sociation; to describe the peculiarities of the way CCD is organized; and, comprehend the meanings that CCD plays to its members. These objectives are based on the directions of the “theoretical lenses” which search to comprehend the life styles and forms of living together permeated by a saturation of the individual amidst the objectifications of a modern life, which can constrain him (SIMMEL, 2005b). In certain cases, these objectifications are named forms of sociation: manners through which people associate with one another and develop contents – understood as motivations and interests – that accommodate in a certain form. When an instrumental rationality, which is part of those objectifications, displays signs of saturation, an aesthetic, playful, and presentist way of living emerges in a certain way opposing to an institutionalization, a gigantism, and an efficiency imperative. An example of this expression happens in “post-modern tribes” (MAFFESOLI, 2010b) that reveal a form of being with others permeated by a sensitive reason. In this work, both notions of forms of sociation and contemporary tribes are in focus from an example of organization named Casa da Cultura Digital, an association which seeks to perform events, lectures, meetings to inform the population about cyberculture, the use of digital means and the hacker realm – not restricted to these themes. This form of being and organizing reveals a group that seeks to express itself in its creativity, sensitiveness, hedonism, and presentist interactions, which demonstrate, beyond that, an attempt to oppose centralized and less creative forms of working, thus, formatting a different space. In this play of forms, between proximities and distances, the individual shows that when the satisfaction is not found in “traditional” realms, he searches for forms to express himself that are actualized in an organization which approaches the metaphor of a contemporary tribe constituting a form of sociation, which reveals denials and re-articulations of ways of managing.application/pdfporEtnografiaCultura digitalSociabilidadeForms of sociationTribeEthnographyCybercultureOrganizationA casa da cultura digital como uma tribo contemporânea : etnografando formas de sociaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de AdministraçãoPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoPorto Alegre, BR-RS2014mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000917958.pdf000917958.pdfTexto completoapplication/pdf3124662http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/96868/1/000917958.pdfacf4ff6a55d8e9ac90be6284fbc5288eMD51TEXT000917958.pdf.txt000917958.pdf.txtExtracted Texttext/plain438482http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/96868/2/000917958.pdf.txt1b079f62837e9cb7299a90c20be288daMD52THUMBNAIL000917958.pdf.jpg000917958.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1120http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/96868/3/000917958.pdf.jpg23fa32637faa06df1a70b308dd0ceebfMD5310183/968682018-10-18 08:33:45.685oai:www.lume.ufrgs.br:10183/96868Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-18T11:33:45Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A casa da cultura digital como uma tribo contemporânea : etnografando formas de sociação
title A casa da cultura digital como uma tribo contemporânea : etnografando formas de sociação
spellingShingle A casa da cultura digital como uma tribo contemporânea : etnografando formas de sociação
Chiesa, Carolina Dalla
Etnografia
Cultura digital
Sociabilidade
Forms of sociation
Tribe
Ethnography
Cyberculture
Organization
title_short A casa da cultura digital como uma tribo contemporânea : etnografando formas de sociação
title_full A casa da cultura digital como uma tribo contemporânea : etnografando formas de sociação
title_fullStr A casa da cultura digital como uma tribo contemporânea : etnografando formas de sociação
title_full_unstemmed A casa da cultura digital como uma tribo contemporânea : etnografando formas de sociação
title_sort A casa da cultura digital como uma tribo contemporânea : etnografando formas de sociação
author Chiesa, Carolina Dalla
author_facet Chiesa, Carolina Dalla
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Chiesa, Carolina Dalla
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Cavedon, Neusa Rolita
contributor_str_mv Cavedon, Neusa Rolita
dc.subject.por.fl_str_mv Etnografia
Cultura digital
Sociabilidade
topic Etnografia
Cultura digital
Sociabilidade
Forms of sociation
Tribe
Ethnography
Cyberculture
Organization
dc.subject.eng.fl_str_mv Forms of sociation
Tribe
Ethnography
Cyberculture
Organization
description O objetivo principal desse trabalho foi o de descrever e compreender a maneira pela qual se constituem em mantém-se as formas de sociação de uma organização chamada Casa da Cultura Digital em Porto Alegre (CCD). Para tanto, os objetivos específicos foram: descrever as sociabilidades e conflitos como formas de sociação; descrever as peculiaridades da forma se organizar da CCD; e, compreender os significados que a CCD tem para seus integrantes. Estes objetivos estão embasados nos direcionamentos das “lentes teóricas” utilizadas que buscam compreender os estilos de vida e as formas de viver em conjunto permeadas por uma saturação do indivíduo em meio às objetificações da vida moderna, as quais podem lhe constranger. Em certos casos, tais objetificações são chamadas de formas de sociação: maneiras pelas quais as pessoas associam-se umas com as outras e desenvolvem conteúdos – entendidos como motivações ou interesses – que se abrigam em uma determinada “forma”. Quando uma lógica racional-instrumental, que faz parte de tais objetificações, dá sinais de saturação, emerge uma forma de viver em comum estética, lúdica e presenteísta que, de certo modo, opõe-se às institucionalizações, ao gigantismo e ao imperativo da eficiência. Um exemplo dessa expressão acontece em tribos pós-modernas, as quais revelam um modo de ser e estar com os outros dotado de uma razão sensível. Neste trabalho, estão em foco estas duas noções: formas de sociação e tribos contemporâneas à luz do exemplo de uma organização de natureza associativa, que busca realizar eventos, palestras e encontros para informar a população sobre cibercultura, uso dos meios digitais e o universo hacker - não restrita a isso. A partir de uma aproximação etnográfica com esse campo, foi possível notar sinais de uma exacerbação das sociabilidades, dos conflitos e de algumas peculiaridades da forma de organizar as tarefas, tais como: a rejeição de formalizações, de hierarquias, certa aversão às relações demasiadamente monetarizadas, bem como o modo de uso dos espaços físicos e do ciberespaço. Tal forma de ser e de organizar-se revela aspectos de um grupo que busca expressar-se em sua criatividade, demonstrando, para além disso, uma tentativa de se opor às formas de trabalho centralizadoras e pouco criativas, formatando um espaço divergente. Nesse jogo de formas, entre proximidades e afastamentos, o sujeito mostra que quando não encontra a satisfação nos ambientes “tradicionais”, este busca maneiras de expressão concretizadas em uma organização que se aproxima da metáfora da tribo contemporânea, constituindo uma forma de sociação, a qual revela negações e rearticulações de formas de gestão.
publishDate 2014
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2014-06-25T02:05:29Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2014
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/96868
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000917958
url http://hdl.handle.net/10183/96868
identifier_str_mv 000917958
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/96868/1/000917958.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/96868/2/000917958.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/96868/3/000917958.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv acf4ff6a55d8e9ac90be6284fbc5288e
1b079f62837e9cb7299a90c20be288da
23fa32637faa06df1a70b308dd0ceebf
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1797065012201652224