A escrevivência como um dispositivo político de subversão e construção de corpos autorais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Franco, Amanda Fernandes
Orientador(a): Caimi, Cláudia Luiza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/264311
Resumo: A violência é um fenômeno incrustado na sociedade e nas relações, podendo se manifestar em diversos formatos, desde a violência entre indivíduos até algo que perpassa o coletivo e as instituições. A subalternização e silenciamento de corpos negros é uma prática que vem se instalando há séculos em função de um racismo que sustentou os regimes de dominação ao qual estes sujeitos foram confinados. À violência de ativamente produzir apagamento e silenciamento deriva um esquecimento histórico dos crimes cometidos por aqueles que pretendem manter as estruturas de poder intactas. Esse esquecimento, que é antes um projeto de apagamento, pode ser restituído pela memória em seus cruzamentos com a ficção. Dessa forma, a escrevivência, conceito formulado por Conceição Evaristo, é uma maneira privilegiada de abordar uma escrita ancorada em uma vivência não só pessoal, mas também histórica e coletiva que é capaz de configurar a memória e restituir um lugar de autoria. Para tanto, é necessário rever o conceito clássico de autoria, utilizado como uma fórmula universal que prescreve que tanto o nome quanto o corpo daquele que escreve sejam apagados e pensar na inclusão de outros estilos de escrita, como a escrevivência, enquanto dispositivos políticos de subversão e construção de corpos autorais.
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spelling Franco, Amanda FernandesCaimi, Cláudia Luiza2023-09-05T03:38:52Z2023http://hdl.handle.net/10183/264311001175936A violência é um fenômeno incrustado na sociedade e nas relações, podendo se manifestar em diversos formatos, desde a violência entre indivíduos até algo que perpassa o coletivo e as instituições. A subalternização e silenciamento de corpos negros é uma prática que vem se instalando há séculos em função de um racismo que sustentou os regimes de dominação ao qual estes sujeitos foram confinados. À violência de ativamente produzir apagamento e silenciamento deriva um esquecimento histórico dos crimes cometidos por aqueles que pretendem manter as estruturas de poder intactas. Esse esquecimento, que é antes um projeto de apagamento, pode ser restituído pela memória em seus cruzamentos com a ficção. Dessa forma, a escrevivência, conceito formulado por Conceição Evaristo, é uma maneira privilegiada de abordar uma escrita ancorada em uma vivência não só pessoal, mas também histórica e coletiva que é capaz de configurar a memória e restituir um lugar de autoria. Para tanto, é necessário rever o conceito clássico de autoria, utilizado como uma fórmula universal que prescreve que tanto o nome quanto o corpo daquele que escreve sejam apagados e pensar na inclusão de outros estilos de escrita, como a escrevivência, enquanto dispositivos políticos de subversão e construção de corpos autorais.Violence is a phenomenon embedded in society and human relations, and can manifest itself in different formats, from violence between individuals to something that permeates the collective and institutions. The subalternization and silencing of black bodies is a practice that has been installed for centuries due to racism that sustained the regimes of domination to which these people were confined. Through the violence of actively producing erasure and silencing derives a historical oblivion of the crimes committed by those who intend to keep power structures intact. This oblivion, which is rather a project of erasure, can be restored by memory in its intersections with fiction. In this way, experience-writing, a concept formulated by Conceição Evaristo, is a privileged way of approaching a writing anchored in not only a personal experience, but also a historical and collective one that is capable of configuring memory and restoring a place of authorship. Therefore, it is necessary to review the classic concept of authorship, used as an universal formula that prescribes that both the name and the body of the one who writes should be erased and think about the inclusion of other styles of writing, such as experience-writing, as a political device of subversion and construction of authorial bodies.application/pdfporEscrevivênciaAutoriaRacismoViolênciaMemóriaEscritaPolíticaExperience-writingAuthorshipRacial violenceWhiteness studiesPoliticsA escrevivência como um dispositivo político de subversão e construção de corpos autoraisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPrograma de Pós-Graduação em Psicologia Social e InstitucionalPorto Alegre, BR-RS2023mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001175936.pdf.txt001175936.pdf.txtExtracted Texttext/plain259070http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/264311/2/001175936.pdf.txtaac26f2422945a1212ce6b1dcd7d10b9MD52ORIGINAL001175936.pdfTexto completoapplication/pdf798557http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/264311/1/001175936.pdfe5ba6d4bc847a00ebbeddee63d607902MD5110183/2643112023-09-06 03:42:39.193743oai:www.lume.ufrgs.br:10183/264311Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-09-06T06:42:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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