Alianças, performances e resistências nas histórias das minas dos Slams Poesia no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gonçalves, Marina Teixeira
Orientador(a): Lopes, Fernando Dias
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/241756
Resumo: Esta tese tem como objetivo central analisar o processo de formulação das estratégias de luta e resistência pelas minas dos slams poesia do Rio de Janeiro - RJ. Desde a colonização, os corpos das pessoas negras, das mulheres e dos indígenas foram submetidos a um lugar de subalternidade, denominado por Lugones de colonialidade de gênero, que hierarquiza até hoje as pessoas em raça e gênero. Os negros, as mulheres e povos indígenas tiveram suas vozes silenciadas e suas histórias apagadas pelo eurocentrismo. No entanto, sempre houve movimentos de resistência contra a colonialidade, isto é, fissuras e fragmentos que possibilitam criar espaços. Neste aspecto, a poesia é um instrumento de resistência, como Audre Lorde afirma, pois não é apenas uma forma de expressão artística, mas uma maneira de produzir conhecimento e trazer à tona aquilo que ainda não foi imaginado ou ressignificado. A pesquisa dessa tese foi realizada por meio de entrevistas a seis poetas participantes de grupos de Slam poesia no Rio de Janeiro. As entrevistas foram inspiradas na metodologia de história oral de vida, porque cada uma delas são narradoras de suas próprias experiências. A partir dos dados coletados, percebi que o feminismo é visto por elas como um movimento de luta importante e impulsionador de algumas manifestações guiadas por elas, apesar delas hoje questionarem vários fundamentos dos feminismos e entenderem que não é possível dissociar raça, gênero e classe. Dessa forma, os slams poesia são formados a partir de alianças entre corpos em condição precária que por meio da poesia realizam performances para reivindicar direitos e manifestarem-se contra a precariedade. Por fim, concluiu-se que as estratégias de luta e resistência por meio da organização do Slam Poesia acontecem a partir do compartilhamento de suas experiências através da poesia e da visibilidade de corpos considerados invisíveis para a sociedade neoliberal.
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spelling Gonçalves, Marina TeixeiraLopes, Fernando Dias2022-07-05T05:08:04Z2022http://hdl.handle.net/10183/241756001144504Esta tese tem como objetivo central analisar o processo de formulação das estratégias de luta e resistência pelas minas dos slams poesia do Rio de Janeiro - RJ. Desde a colonização, os corpos das pessoas negras, das mulheres e dos indígenas foram submetidos a um lugar de subalternidade, denominado por Lugones de colonialidade de gênero, que hierarquiza até hoje as pessoas em raça e gênero. Os negros, as mulheres e povos indígenas tiveram suas vozes silenciadas e suas histórias apagadas pelo eurocentrismo. No entanto, sempre houve movimentos de resistência contra a colonialidade, isto é, fissuras e fragmentos que possibilitam criar espaços. Neste aspecto, a poesia é um instrumento de resistência, como Audre Lorde afirma, pois não é apenas uma forma de expressão artística, mas uma maneira de produzir conhecimento e trazer à tona aquilo que ainda não foi imaginado ou ressignificado. A pesquisa dessa tese foi realizada por meio de entrevistas a seis poetas participantes de grupos de Slam poesia no Rio de Janeiro. As entrevistas foram inspiradas na metodologia de história oral de vida, porque cada uma delas são narradoras de suas próprias experiências. A partir dos dados coletados, percebi que o feminismo é visto por elas como um movimento de luta importante e impulsionador de algumas manifestações guiadas por elas, apesar delas hoje questionarem vários fundamentos dos feminismos e entenderem que não é possível dissociar raça, gênero e classe. Dessa forma, os slams poesia são formados a partir de alianças entre corpos em condição precária que por meio da poesia realizam performances para reivindicar direitos e manifestarem-se contra a precariedade. Por fim, concluiu-se que as estratégias de luta e resistência por meio da organização do Slam Poesia acontecem a partir do compartilhamento de suas experiências através da poesia e da visibilidade de corpos considerados invisíveis para a sociedade neoliberal.This thesis has as central objective to analyze the process of formulation of strategies of struggle and resistance by the poetry slams mines of Rio de Janeiro. Since colonization, the bodies of black people, women and indigenous people were submitted to a place of subalternity, called by Lugones, gender coloniality that hierarchizes people in race and gender until today. Black people, women, and indigenous peoples have had their voices silenced and their histories erased by Eurocentrism. However, there have always been resistance movements against coloniality, fissures and fragments that make it possible to create spaces. Poetry is an instrument of resistance, as Audre Lorde states, it is not only a form of artistic expression, but a way to produce knowledge and bring to light that which has not yet been imagined. The research for this thesis was carried out through interviews with six poets participating in poetry slam groups in Rio de Janeiro. The interviews were inspired in the methodology of oral life history, because each one of them are narrators of their own experiences. From the data collected, I realized that feminism is seen by them as an important movement of struggle and the driving force behind some of the demonstrations they have led, but today they question several fundamentals of feminisms and understand that it is not possible to dissociate race, gender, and class. In this way, poetry slams are formed from alliances between bodies in precarious conditions that through poetry perform performances to claim against precariousness. Finally, it was concluded that the strategies of struggle and resistance through the organization of the Poetry Slam happen from the sharing of their experiences through poetry and the visibility of bodies that are considered invisible to the neoliberal society.application/pdfporResistênciaGêneroFeminismoColonialismoEstudos organizacionaisEpistemologiaGender colonialityResistancesFeminismsRacismsSlam poetryAlianças, performances e resistências nas histórias das minas dos Slams Poesia no Rio de Janeiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de AdministraçãoPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoPorto Alegre, BR-RS2022doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001144504.pdf.txt001144504.pdf.txtExtracted Texttext/plain280122http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/241756/2/001144504.pdf.txtf44329fa3473965de51461d1f10b5692MD52ORIGINAL001144504.pdfTexto completoapplication/pdf1534376http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/241756/1/001144504.pdf48645e4c5435c8fc5e02bfb1530c1a9eMD5110183/2417562022-07-06 04:58:11.145987oai:www.lume.ufrgs.br:10183/241756Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-07-06T07:58:11Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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