Grindr e processos de subjetivação : uma deriva cartográfica pela produção de corpos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Christ, Adriel Giordani
Orientador(a): Hennigen, Ines
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/221533
Resumo: Por meio de uma cartografia, nesta dissertação problematizamos a produção de corpos focalizando em práticas de uso do aplicativo Grindr. De forma mais específica, buscamos investigar como se dá o incitamento à (e a) produção, composição e estilização dos diferentes corpos de usuários Grindr. Em sua totalidade a dissertação divide-se em quatro seções principais. Na primeira parte apresentamos uma breve contextualização de estudos anteriores sobre o Grindr, uma rede conceitual foucaultiana que discute o dispositivo da sexualidade, a biopolítica e governamentalidade neoliberal, bem como os processos heteronormativos e homonormativos neoliberais. Também debatemos os principais procedimentos metodológicos, ou seja, as derivas cartográficas enquanto modo de pesquisa-intervenção. Em seguida concentramos as análises em outras três partes. Uma imersão pelas etapas de edição de perfil discutindo a montagem do corpo, e ferramentas que possibilitam diferentes formas de experimentação do corpo de acordo com as possibilidades de pagamento (Grindr grátis, Grindr XTRA e Grindr Unlimited). Uma articulação entre os lifestyles do Grindr (“zero feet away”, e seu mais recente lifestyle “unlimited”) com a racionalidade biopolítica neoliberal, por meio de uma deriva por materiais publicitários e jornalísticos sobre as estratégias que o Grindr tem buscado traçar para constituir em uma parcela da “população LGBTQ+” um paradoxal público global de consumidores “queer mainstream unlimited”, aos seus próprios moldes. E criamos uma seção com as derivas por composições de corpos no Grindr tomando (à luz dos) os processos heteronormativos e homonormativos neoliberais. Neste olhar por diversos corpos-perfis buscamos nos atentar aos processos de individualização, formas de privatização e empresariamento dos corpos. Ao final das derivas buscamos apontar que as problemáticas não parecem estritas a uma questão de consumo, mas à formação de um modelo subjetivo: corpo como maior capital do empresário de si mesmo. Na lógica da concorrência não parece haver margem para parceiros, e a superindividualização deve ser refletida enquanto processo que coloca em risco ações políticas e outra relação com a norma das subjetividades dissidentes das normas de gênero e sexualidade.
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Uma imersão pelas etapas de edição de perfil discutindo a montagem do corpo, e ferramentas que possibilitam diferentes formas de experimentação do corpo de acordo com as possibilidades de pagamento (Grindr grátis, Grindr XTRA e Grindr Unlimited). Uma articulação entre os lifestyles do Grindr (“zero feet away”, e seu mais recente lifestyle “unlimited”) com a racionalidade biopolítica neoliberal, por meio de uma deriva por materiais publicitários e jornalísticos sobre as estratégias que o Grindr tem buscado traçar para constituir em uma parcela da “população LGBTQ+” um paradoxal público global de consumidores “queer mainstream unlimited”, aos seus próprios moldes. E criamos uma seção com as derivas por composições de corpos no Grindr tomando (à luz dos) os processos heteronormativos e homonormativos neoliberais. Neste olhar por diversos corpos-perfis buscamos nos atentar aos processos de individualização, formas de privatização e empresariamento dos corpos. Ao final das derivas buscamos apontar que as problemáticas não parecem estritas a uma questão de consumo, mas à formação de um modelo subjetivo: corpo como maior capital do empresário de si mesmo. Na lógica da concorrência não parece haver margem para parceiros, e a superindividualização deve ser refletida enquanto processo que coloca em risco ações políticas e outra relação com a norma das subjetividades dissidentes das normas de gênero e sexualidade.Through the use of cartography, in this dissertation we problematize the production of bodies focusing on the usage practices of the application Grindr. More specifically, we seek to investigate how the production, composition and stylization of the different bodies of Grindr users are encouraged. In the first part we present a brief contextualization of previous studies about Grindr, a conceptual Foucaultian network that discusses sexuality, biopolitics and neoliberal governmentality, as well as the heteronormative and neoliberal homonormative processes. We also discuss the main methodological procedures, such as cartographic drift as a mode of research-intervention. The analysis is centered around three parts. An immersion in the steps of editing the user profile discussing the assembly of the body, and tools that enable different ways of experimenting with the body according to the payment possibilities (Grindr free, Grindr XTRA and Grindr Unlimited). An articulation between Grindr’s lifestyles (“zero feet away”, and its most recent lifestyle “unlimited”) and a neoliberal biopolitics rational, through a cartographic drift by advertising and journalistic materials on the strategies that Grindr has sought to outline in order to constitute a portion of the “LGBTQ + population” a global public paradox of “queer mainstream unlimited” consumers in its own way. Lastly, we created a part with the drifts by compositions of bodies in Grindr taking into account the neoniberal heteronormative and homonormative processes. Through this examination of several body-profiles we attempt to focus on the individualization processes, forms of privatization and entrepreneurship of the bodies. After reviewing the drifts, we point out that the problems don’t seem to be strictly a matter of consumption, but the formation of a subjective model: the body as the entrepreneur's greatest capital. In the eyes of the competition, there seems to be no room for partners, and over individualization seems to call into question the process that endangers political actions and another relationsh with the norme, and limitations on the exercise of power of subjectivities dissenting from gender and sexuality norms.application/pdfporPsicologia socialCorpo humanoSubjetividadeSexualidadeNeoliberalismoAplicativos móveisBiopolíticaNormas de gêneroGrindr applicationBodySubjectivation processesNeoliberal homonormativitNeoliberalismGrindr e processos de subjetivação : uma deriva cartográfica pela produção de corposinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPrograma de Pós-Graduação em Psicologia Social e InstitucionalPorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001124819.pdf.txt001124819.pdf.txtExtracted Texttext/plain445659http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/221533/2/001124819.pdf.txtfa7ce8d363daf3ceca0bea7581f8bd97MD52ORIGINAL001124819.pdfTexto completoapplication/pdf4821549http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/221533/1/001124819.pdf78d1695592c0be8b5310484d85522cb1MD5110183/2215332021-06-12 04:49:12.700921oai:www.lume.ufrgs.br:10183/221533Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-06-12T07:49:12Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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