Do otimismo liberal à globalização assimétrica : a política externa do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silva, André Luiz Reis da
Orientador(a): Vizentini, Paulo Gilberto Fagundes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/14743
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a política externa do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), a partir do estudo de seus condicionamentos internos e externos, da sua concepção programática e da atuação diplomática implementada, nos âmbitos regional, bilateral e multilateral. Tem como eixo central de análise a consideração de que a política externa do governo Fernando Henrique Cardoso foi marcada pelo apogeu e crise da matriz neoliberal de inserção internacional do Brasil que, desde o início dos anos 1990, tinha como pressupostos adaptação do Brasil ao processo de globalização e a adoção de políticas neoliberais (sobretudo privatizações, desregulamentação e abertura econômica). A nova diplomacia procurou construir a imagem do Brasil como uma liderança regional que procurava uma inserção global, como compensação à vulnerabilidade econômica externa, bem como procurou uma maior aproximação com os países desenvolvidos, uma postura de participação e aceitação das bases e regras do ordenamento internacional e um afastamento do discurso terceiro-mundista. Ressaltando as oportunidades geradas para os países que aderissem à nova ordem, essa política externa orientava-se pelo otimismo em relação às transformações internacionais e às reformas neoliberais. Entretanto, mesmo sob a matriz neoliberal, a política externa do governo Cardoso tem de ser explicada a partir de três matizações. Em primeiro lugar, já havia ocorrido um ajuste no discurso neoliberal com o governo Itamar Franco, cadenciando o ritmo da abertura e das reformas implementadas desde o início da década. Em segundo, a adesão ao neoliberalismo não foi integral, mostrando a persistência de traços do paradigma desenvolvimentista. A terceira matização corresponde à denominada inflexão e crise de matriz, que começou a operar a partir de 1999/2000, na qual a política externa foi sendo alterada. Foi nesta inflexão que o discurso da globalização assimétrica, ensaiado algumas vezes até no período de auge da matriz neoliberal, foi assumindo posição central na política externa brasileira.
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A nova diplomacia procurou construir a imagem do Brasil como uma liderança regional que procurava uma inserção global, como compensação à vulnerabilidade econômica externa, bem como procurou uma maior aproximação com os países desenvolvidos, uma postura de participação e aceitação das bases e regras do ordenamento internacional e um afastamento do discurso terceiro-mundista. Ressaltando as oportunidades geradas para os países que aderissem à nova ordem, essa política externa orientava-se pelo otimismo em relação às transformações internacionais e às reformas neoliberais. Entretanto, mesmo sob a matriz neoliberal, a política externa do governo Cardoso tem de ser explicada a partir de três matizações. Em primeiro lugar, já havia ocorrido um ajuste no discurso neoliberal com o governo Itamar Franco, cadenciando o ritmo da abertura e das reformas implementadas desde o início da década. Em segundo, a adesão ao neoliberalismo não foi integral, mostrando a persistência de traços do paradigma desenvolvimentista. A terceira matização corresponde à denominada inflexão e crise de matriz, que começou a operar a partir de 1999/2000, na qual a política externa foi sendo alterada. Foi nesta inflexão que o discurso da globalização assimétrica, ensaiado algumas vezes até no período de auge da matriz neoliberal, foi assumindo posição central na política externa brasileira.The objective of the present work analyzes the international politics of the Fernando Henrique Cardoso administration. It includes a study on the administration’s internal and external conditions, its planned agenda, and its actual implemented diplomatic performance in the regional, bilateral, and multilateral political arenas. Central to the text’s analysis is the consideration that the international politics of the Fernando Henrique Cardoso administration was characterized by the apogee and crisis of the neoliberal matrix of Brazil’s global insertion which, since the early 1990s, had presumed Brazil’s adaptation to the globalization process and adoption of neoliberal politics (among them, privatization, deregulation, and liberalization). The new agenda sought to construct Brazil’s image as a regional leader in pursuit of global insertion, serving both to compensate for its vulnerable external economy as well as to create a closer approximation to developed nations. Brazil was to be placed in a position of participation and acceptance of the basis and the rules of the international order and to be distanced from the third-world rhetoric. Because of new opportunities for countries that adhered to the new order, Brazil’s international politics were encouraged by the optimism stimulated by international transformations and neoliberal reforms. However, even under the neoliberal matrix, the international politics of the Cardoso administration needs to be more thoroughly explained by the following three clarifications. Firstly, an adjustment had already occurred in the neoliberal discourse during the Itamar Franco administration, initiating a series of liberalizing reforms implemented since the early 1990s. Also, the adhesion to neoliberalism was not entirely supported, revealing how the ideological traces of the developing-country paradigm still persisted. The third clarification corresponds to the aforementioned change and crisis of matrix, which began to occur in 1999/2000, when international politics were undergoing transitions. It was in this turnover that the discourse on asymmetric globalization, which was addressed a few times until the height of the neoliberal matrix, assumed a central position in Brazilian foreign affairs.application/pdfporBrasil. Presidente (1995-2002 : Fernando Henrique Cardoso)GlobalizaçãoPolítica externaNeoliberalismoGoverno Fernando Henrique Cardoso : 1995-2002História do BrasilBrasil : Aspectos políticosInternational politicsNeoliberalismFernando Henrique Cardoso administrationDo otimismo liberal à globalização assimétrica : a política externa do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Ciência PolíticaPorto Alegre, BR-RS2008doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000665956.pdf000665956.pdfTexto completoapplication/pdf1105727http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/14743/1/000665956.pdf9990bfa5e4ac00c1ad7c8951575fb49fMD51TEXT000665956.pdf.txt000665956.pdf.txtExtracted Texttext/plain940086http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/14743/2/000665956.pdf.txt88a383b964c709bcc49bb415da7c9520MD52THUMBNAIL000665956.pdf.jpg000665956.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1153http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/14743/3/000665956.pdf.jpgf1e1244f508e2cb49b3f3da1a147018aMD5310183/147432018-10-16 08:50:51.589oai:www.lume.ufrgs.br:10183/14743Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-16T11:50:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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