Ressignificar para reconhecer : o feminismo camponês e popular no contexto do Movimento dos trabalhadores rurais sem terra (MST)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lazzaretti, Vanesa
Orientador(a): Gugliano, Alfredo Alejandro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/230610
Resumo: A partir dos depoimentos de cinco mulheres que integram o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), procuramos responder o seguinte problema de pesquisa: como o feminismo camponês e popular está sendo construído dentro do MST? O objetivo foi compreender quais são as delineações que essa perspectiva do feminismo assume no interior do movimento. Para isso, num primeiro momento, elencamos as principais características dessa proposta teórico-metodológica do feminismo que emerge como forma de nomear as lutas historicamente travadas pelas mulheres organizadas nos movimentos sociais do campo vinculados à Via Campesina. Posteriormente, por meio de pesquisa documental, com consulta aos dados e documentos do MST, bem como cartilhas e cadernos de formação, buscou-se resgatar o processo de construção do protagonismo das mulheres dentro do movimento e sua trajetória de luta por valorização e paridade de participação. Nesse processo investigativo foi possível verificar que a formação e auto-organização interna das mulheres do MST as fortalece enquanto militantes e contribui para que, ainda que de forma gradativa, se rompam algumas barreiras estabelecidas contra a participação política das mulheres no Movimento. Por fim, a partir das narrativas expostas pelas camponesas entrevistadas, apresentamos a compreensão das sem terra acerca do feminismo camponês e popular e a forma como esta perspectiva do feminismo vem sendo utilizada por elas como ferramenta para a construção de sua autonomia. Conclui-se que, at ravés do feminismo camponês e popular, as mulheres sem terra reivindicam espaços de maior liberdade, reconhecimento político e familiar e pautam a necessidade de que a paridade de gênero seja efetiva na organicidade dos núcleos de base, setores e demais instâncias de direção do movimento.
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Posteriormente, por meio de pesquisa documental, com consulta aos dados e documentos do MST, bem como cartilhas e cadernos de formação, buscou-se resgatar o processo de construção do protagonismo das mulheres dentro do movimento e sua trajetória de luta por valorização e paridade de participação. Nesse processo investigativo foi possível verificar que a formação e auto-organização interna das mulheres do MST as fortalece enquanto militantes e contribui para que, ainda que de forma gradativa, se rompam algumas barreiras estabelecidas contra a participação política das mulheres no Movimento. Por fim, a partir das narrativas expostas pelas camponesas entrevistadas, apresentamos a compreensão das sem terra acerca do feminismo camponês e popular e a forma como esta perspectiva do feminismo vem sendo utilizada por elas como ferramenta para a construção de sua autonomia. Conclui-se que, at ravés do feminismo camponês e popular, as mulheres sem terra reivindicam espaços de maior liberdade, reconhecimento político e familiar e pautam a necessidade de que a paridade de gênero seja efetiva na organicidade dos núcleos de base, setores e demais instâncias de direção do movimento.Based on the testimonies of five women who are part of the Landless Rural Workers Movement (MST), we sought to answer the following research problem: how is peasant and popular feminism being built within the MST? The objective was to understand the outlines that this perspective of feminism assumes within the movement. For this, at first, we listed the main characteristics of this theoretical-methodological proposal of feminism that emerges as a way of naming the struggles historically waged by women organized in rural social movements linked to Via Campesina. Subsequently, through documentary research, with consultation of MST data and documents, as well as booklets and training notebooks, we sought to rescue the process of building the protagonism of women within the movement and their struggle for valorization and parity of participation. In this investigative process, it was possible to verify that the formation and internal self-organization of the women of the MST strengthens them as activists and contributes so that, although gradually, some barriers established against the political participation of women in the Movement are broken down. Finally, from the narratives exposed by the interviewed peasants, we present the understanding of the landless about peasant and popular feminism and how this perspective of feminism has been used by them as a tool for the construction of their autonomy. It is concluded that, through peasant and popular feminism, landless women demand spaces of greater freedom, political and family recognition and underline the need for gender parity to be effective in the organicity of base nuclei, sectors and other instances of direction of movement.A partir de los testimonios de cinco mujeres que forman parte del Movimiento de Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST), buscamos dar respuesta al siguiente problema de investigación: ¿cómo se está construyendo el feminismo campesino y popular dentro del MST? El objetivo era comprender los trazos que asume esta perspectiva del feminismo dentro del movimiento. Para ello, en un primer momento, enumeramos las principales características de esta propuesta teórico-metodológica del feminismo que surge como una forma de denominar las luchas históricamente libradas por las mujeres organizadas en movimientos sociales rurales vinculados a la Vía Campesina. Posteriormente, a través de la investigación documental, con consulta de datos y documentos del MST, así como manuales de capacitación y cuadernos, se buscó rescatar el proceso de construcción del protagonismo de las mujeres dentro del movimiento y su trayectoria de lucha por la valorización y paridad de participación. En este proceso de investigación se pudo constatar que la formación y autoorganización interna de las mujeres del MST las fortalece como activistas y contribuye para que, aunque de manera paulatina, se rompan algunas barreras establecidas contra la participación política de las mujeres en el Movimiento. Finalmente, a partir de las narrativas expuestas por los campesinos entrevistados, presentamos la comprensión de los sin tierra sobre el feminismo campesino y popular y cómo esta perspectiva del feminismo ha sido utilizada por ellos como herramienta para la construcción de su autonomía. Se concluye que, a través del feminismo campesino y popular, las mujeres sin tierra reclaman espacios de mayor libertad, reconocimiento político y familiar y subrayan la necesidad de que la paridad de género sea efectiva en la organicidad de núcleos de base, sectores y otras instancias de dirección del movimiento.application/pdfporFeminismo : Movimentos sociaisMovimento dos trabalhadores rurais sem terraMulheres CamponesasGêneroFeminismoCiência políticaPeasant and popular feminismLandless Rural Workers MovementRural womenGenderFeminismFeminismo campesino y popularMovimiento de Trabajadores Rurales Sin TierraMujeres ruralesGéneroFeminismoRessignificar para reconhecer : o feminismo camponês e popular no contexto do Movimento dos trabalhadores rurais sem terra (MST)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Ciência PolíticaPorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001132058.pdf.txt001132058.pdf.txtExtracted Texttext/plain612005http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230610/2/001132058.pdf.txtbb2960ab6ee84b12538c0cd36dcdbe75MD52ORIGINAL001132058.pdfTexto completoapplication/pdf1152468http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230610/1/001132058.pdf4db23744957862ffe80b5b83822be13dMD5110183/2306102021-11-20 05:52:58.113046oai:www.lume.ufrgs.br:10183/230610Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-11-20T07:52:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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