Idealismo e educação: as relações entre a Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC) e o Colégio Santa Luzia de Gravataí/RS, 1968/2007

• Ano de defesa: 2015
• Autor(a) principal: Duarte, Ariane dos Reis
• Orientador(a): Grazziotin, Luciane Sgarbi Santos
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
• Departamento: Escola de Humanidades
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: História; Memória; Instituições escolares; Discurso; Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC
• Palavras-chave em Inglês: History; Memory; Scholar Institutions; Speech; National Campaign of Community's Schools – CNEC
• Área do conhecimento CNPq: ACCNPQ::Ciências Humanas::Educação
• Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3646

O estudo situa-se no campo da história das instituições escolares e tem como objeto uma escola localizada no distrito de Morungava, zona rural do município de Gravataí. Trata-se do “Colégio Santa Luzia”, fundado no ano de 1968 pelo pároco da comunidade. A referida escola, desde sua fundação, foi mantida pela “Campanha Nacional de Escolas da Comunidade” (CNEC). Tal entidade iniciou seus trabalhos no ano de 1943 em Pernambuco, pelo então estudante de direito Felipe Tiago Gomes. A CNEC caracteriza-se por pregar o idealismo e a força da comunidade para o bem da educação. Para isso, faz uso da trajetória pessoal do seu fundador, tomando-o como exemplo de abnegação e dedicação à causa educacional. Ao longo de sua história, a CNEC manteve fortes relações com o poder público, o que possibilitou sua consolidação ao longo dos anos. O apogeu da Campanha deu-se na década de 1970. Nesse contexto, o estudo proposto tem por objetivo compreender como o discurso idealista e comunitário difundido pela mantenedora mobilizou a comunidade de Morungava em prol de um esforço coletivo pela permanência do Colégio Santa Luzia ao longo dos anos. Pretende-se, ainda, analisar quais as representações produzidas por tal discurso e as práticas desenvolvidas a partir dele nas memórias dos entrevistados. Os procedimentos metodológicos concentram-se na História Oral, metodologia que entende a memória como documento. As narrativas produzidas a partir das entrevistas foram analisadas à luz de teóricos como Maurice Halbwachs, Roger Chartier, Michel de Certeau e Michel Foucault. Constatou-se que a mantenedora organizava e motivava as ações dos sujeitos envolvidos com a escola através de congressos, eventos e publicações que enalteciam os feitos de seu fundador. Pode-se perceber também que o discurso constituído na relação da CNEC com suas escolas, de modo geral, produziu uma série de mobilizações que visaram à permanência da escola. Tais mobilizações, ao cabo, conferiram uma cultura própria à instituição. Além disso, observou-se que, em diferentes momentos, o Colégio Santa Luzia supriu a carência de vagas em escolas da região.