O homem que cai: o \'Carro de feno\' de Bosch em \'Procissão ao cálvaro\' de Bruegel

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Laura Pinca da Palma
Orientador(a): Ana Paula Tavares Magalhães Tacconi
Banca de defesa: Flavio de Campos, Fátima Regina Fernandes Frighetto, Andréia Cristina Lopes Frazão da Silva, Marcelo Candido da Silva
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: História Social
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: https://doi.org/10.11606/T.8.2015.tde-05082015-150458
Resumo: A presente tese versa a respeito das correspondências existentes entre a obra de dois dos mais importantes pintores flamengos, Hieronymus Bosch e Petrus Bruegel. A influência que Bosch (145?-1516) exerceu em Bruegel (15??-1569) é conhecida e mencionada, ainda que em termos gerais, por quase todos seus estudiosos. Este trabalho procura precisar alguns de seus aspectos. A influência de Bosch na obra de Bruegel apresenta-se não como algo fortuito ou resultante de meros traços de estilo, mas materializado em uma linguagem simbólica comum construída por suas figuras. Bruegel se apropria da linguagem pictórica de Bosch, desenvolve-a e com ela desenha várias de suas obras. É com essa mesma linguagem que Bruegel dá expressão a seu anticlericalismo. Em épocas de perseguição à heresia, o símbolo pictórico constitui um conveniente esconderijo para o ataque à Igreja e parece ter sido refúgio comum dos dois pintores. Existe entretanto uma obra de Bruegel em que a influência de Bosch parece estar ausente, trata-se de seu Procissão ao Calvário (Viena, 1564). Todavia, como se procurará apontar, há grande influência do famoso tríptico de Bosch Carro de Feno (1490, Escorial) nessa obra. Bruegel fez em seu Procissão ao Calvário uma espécie de releitura da pintura de Bosch, apesar de acrescentar novos significados. Desvendando um pouco da linguagem bruegueliana encontramos na Procissão ao Calvário uma alusão precisa e ampla ao Carro de Feno de Bosch. A obra de Bruegel parece comportar uma paráfrase velada do quadro de seu antecessor, além dar expressão às mesmas críticas. A temática de ambas as obras também é comum: a queda do homem, tema muito recorrente na arte renascentista.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis O homem que cai: o \'Carro de feno\' de Bosch em \'Procissão ao cálvaro\' de Bruegel The Man Who Falls: the Bosch´s Haywain in Bruegel\'s Way to Calvary 2015-03-26Ana Paula Tavares Magalhães TacconiFlavio de CamposFátima Regina Fernandes FrighettoAndréia Cristina Lopes Frazão da SilvaMarcelo Candido da SilvaLaura Pinca da PalmaUniversidade de São PauloHistória SocialUSPBR Hieronymus Bosch Hieronymus Bosch Painting Petrus Bruegel Petrus Bruegel Pintura Renascence Renascimento A presente tese versa a respeito das correspondências existentes entre a obra de dois dos mais importantes pintores flamengos, Hieronymus Bosch e Petrus Bruegel. A influência que Bosch (145?-1516) exerceu em Bruegel (15??-1569) é conhecida e mencionada, ainda que em termos gerais, por quase todos seus estudiosos. Este trabalho procura precisar alguns de seus aspectos. A influência de Bosch na obra de Bruegel apresenta-se não como algo fortuito ou resultante de meros traços de estilo, mas materializado em uma linguagem simbólica comum construída por suas figuras. Bruegel se apropria da linguagem pictórica de Bosch, desenvolve-a e com ela desenha várias de suas obras. É com essa mesma linguagem que Bruegel dá expressão a seu anticlericalismo. Em épocas de perseguição à heresia, o símbolo pictórico constitui um conveniente esconderijo para o ataque à Igreja e parece ter sido refúgio comum dos dois pintores. Existe entretanto uma obra de Bruegel em que a influência de Bosch parece estar ausente, trata-se de seu Procissão ao Calvário (Viena, 1564). Todavia, como se procurará apontar, há grande influência do famoso tríptico de Bosch Carro de Feno (1490, Escorial) nessa obra. Bruegel fez em seu Procissão ao Calvário uma espécie de releitura da pintura de Bosch, apesar de acrescentar novos significados. Desvendando um pouco da linguagem bruegueliana encontramos na Procissão ao Calvário uma alusão precisa e ampla ao Carro de Feno de Bosch. A obra de Bruegel parece comportar uma paráfrase velada do quadro de seu antecessor, além dar expressão às mesmas críticas. A temática de ambas as obras também é comum: a queda do homem, tema muito recorrente na arte renascentista. This thesis deals with the connections between the work of two of the most important Flemish painters, Hieronymus Bosch and Petrus Bruegel. The influence Bosch (145 ? - 1516) exercised on Bruegel (15 ?? - 1569) is acknowledged and mentioned, even if only in general terms, by almost all scholars who study the authors. This work attempts to further analyze certain aspects of these connections. We are going to argue that the influence of Bosch on Bruegels work is not accidental or the result of mere traces of style; it is, in fact, materialized in a common symbolic language built by the figures he painted. Bruegel appropriated Boschs pictorial language, developed it and incorporated it in several of his paintings. Bruegel used this same language in order to express his anticlericalism. In times of persecution against heresy, the pictorial symbol was a convenient hiding place for the attack of the Church, and it seems to be, for both painters, a common place of refuge. There is one of Bruegels work in which the influence of Bosch seems to be absent, though: the \"Way to Calvary\" (Vienna, 1564). We are going to state, however, that there is a great influence of the famous triptych of Bosch \"Haywain\" (1490, Escorial) on this work. There is evidence to suggest that Bruegel, in his \"Way to Calvary\", carried out a kind of reinterpretation of Bosch\'s painting, although he also added new meanings. Unveiling a little Bruegels language, it is possible to find in \"Way to Calvary\" a specific and broad allusion to Boschs \"Haywain\". Bruegels work seems, thus, not only to contain a paraphrase of his predecessors triptych, but also to be an expression of the same criticism. This is further suggested by the fact that the theme of both works is common: the fall of man, which was a very recurrent theme in Renaissance art. https://doi.org/10.11606/T.8.2015.tde-05082015-150458info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:16:23Zoai:teses.usp.br:tde-05082015-150458Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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