Avaliação do impacto da cirurgia de epilepsia no desenvolvimento de crianças com epilepsia refratária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ana Valeria Duarte Oliveira
Orientador(a): Tonicarlo Rodrigues Velasco
Banca de defesa: Kette Dualibi Ramos Valente
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Medicina (Neurologia)
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: https://doi.org/10.11606/D.17.2017.tde-22082017-170746
Resumo: A epilepsia é uma desordem cerebral definida por pelo menos duas crises não provocadas ocorrendo em um intervalo maior que 24 horas, uma crise não provocada e uma probabilidade de futuras crises similar ao risco de recorrência geral depois de duas crises não provocadas (pelo menos 60%) nos próximos 10 anos; ou o diagnóstico de uma síndrome epiléptica. Após o diagnóstico do tipo de epilepsia, existem situações em que o paciente não responde ao tratamento medicamentoso, apresentando pelo menos uma crise epiléptica por mês por um período mínimo de 2 anos. Se durante esse período, dois ou três diferentes fármacos antiepilépticos foram utilizados em monoterapia ou politerapia, e o paciente não obtém controle das crises, configura-se o quadro de epilepsia farmacorresistente. A intervenção cirúrgica é uma opção para essas crianças, atuando no controle das crises e, potencialmente no desenvolvimento neuropsicomotor. Neste estudo, avaliamos as variáveis clínicas como a idade de início da epilepsia, duração da epilepsia, frequência de crises, etiologia e a Escala de Comportamento Adaptativo de Vineland (ECAV) para caracterizar aspectos referentes aos domínios da comunicação, socialização, habilidades diárias e habilidades motoras, no período pré e pós-operatório de cirurgia de epilepsia. A nossa intenção foi determinar o impacto da cirurgia de epilepsia no desempenho dos pacientes nessas esferas avaliadas pela ECAV. Como resultados, encontramos que o grupo de participantes livre de crises após a cirurgia de epilepsia apresentou melhor desempenho cognitivo na segunda avaliação pós-operatória, quando comparado ao grupo que não teve controle de crises. A variável clínica duração da epilepsia influenciou a equivalência etária e as pontuações padrão da ECAV no período pré-operatório, sendo considerada determinante para o atraso neuropsicomotor dos pacientes submetidos à cirurgia de epilepsia. Quanto aos fatores preditivos de melhora das crises pós-operatórias, observou-se que Engel e cirurgia foram as variáveis consideradas significativas. A maioria dos pacientes (63,9%) na segunda avaliação pós-operatória ainda apresentou convulsões ou não obteve melhora. Nos achados da investigação sobre o impacto das crises em relação ao desenvolvimento neuropsicomotor na primeira avaliação 21,3 meses após a cirurgia, foi observado um ganho abaixo do esperado de apenas 4,4 meses na equivalência etária, não evidenciando melhora em curto prazo após a cirurgia, independente do controle de crises. Após 41,3 meses do procedimento cirúrgico os pacientes que apresentaram controle de crises tiveram ganhos adaptativos significativos de 15 meses na equivalência etária quando comparados com os que não apresentavam controle das crises. Nesses últimos pacientes, a equivalência etária permaneceu praticamente estável com um incremento de apenas 3 meses quando analisada as fases pré e pós - operatória
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Avaliação do impacto da cirurgia de epilepsia no desenvolvimento de crianças com epilepsia refratária Impact of epilepsy surgery on development of children with epilepsy refractory 2017-03-03Tonicarlo Rodrigues VelascoKette Dualibi Ramos ValenteAna Valeria Duarte OliveiraUniversidade de São PauloMedicina (Neurologia)USPBR Children Cirurgia de epilepsia Crianças Drug-resistant Epilepsia Epilepsy Epilepsy surgery Farmacorresistência Vineland Vineland A epilepsia é uma desordem cerebral definida por pelo menos duas crises não provocadas ocorrendo em um intervalo maior que 24 horas, uma crise não provocada e uma probabilidade de futuras crises similar ao risco de recorrência geral depois de duas crises não provocadas (pelo menos 60%) nos próximos 10 anos; ou o diagnóstico de uma síndrome epiléptica. Após o diagnóstico do tipo de epilepsia, existem situações em que o paciente não responde ao tratamento medicamentoso, apresentando pelo menos uma crise epiléptica por mês por um período mínimo de 2 anos. Se durante esse período, dois ou três diferentes fármacos antiepilépticos foram utilizados em monoterapia ou politerapia, e o paciente não obtém controle das crises, configura-se o quadro de epilepsia farmacorresistente. A intervenção cirúrgica é uma opção para essas crianças, atuando no controle das crises e, potencialmente no desenvolvimento neuropsicomotor. Neste estudo, avaliamos as variáveis clínicas como a idade de início da epilepsia, duração da epilepsia, frequência de crises, etiologia e a Escala de Comportamento Adaptativo de Vineland (ECAV) para caracterizar aspectos referentes aos domínios da comunicação, socialização, habilidades diárias e habilidades motoras, no período pré e pós-operatório de cirurgia de epilepsia. A nossa intenção foi determinar o impacto da cirurgia de epilepsia no desempenho dos pacientes nessas esferas avaliadas pela ECAV. Como resultados, encontramos que o grupo de participantes livre de crises após a cirurgia de epilepsia apresentou melhor desempenho cognitivo na segunda avaliação pós-operatória, quando comparado ao grupo que não teve controle de crises. A variável clínica duração da epilepsia influenciou a equivalência etária e as pontuações padrão da ECAV no período pré-operatório, sendo considerada determinante para o atraso neuropsicomotor dos pacientes submetidos à cirurgia de epilepsia. Quanto aos fatores preditivos de melhora das crises pós-operatórias, observou-se que Engel e cirurgia foram as variáveis consideradas significativas. A maioria dos pacientes (63,9%) na segunda avaliação pós-operatória ainda apresentou convulsões ou não obteve melhora. Nos achados da investigação sobre o impacto das crises em relação ao desenvolvimento neuropsicomotor na primeira avaliação 21,3 meses após a cirurgia, foi observado um ganho abaixo do esperado de apenas 4,4 meses na equivalência etária, não evidenciando melhora em curto prazo após a cirurgia, independente do controle de crises. Após 41,3 meses do procedimento cirúrgico os pacientes que apresentaram controle de crises tiveram ganhos adaptativos significativos de 15 meses na equivalência etária quando comparados com os que não apresentavam controle das crises. Nesses últimos pacientes, a equivalência etária permaneceu praticamente estável com um incremento de apenas 3 meses quando analisada as fases pré e pós - operatória Epilepsy is a disease of the brain defined by at least two unprovoked seizures occurring 24 h apart, one unprovoked seizure and a probability of further seizures like the general recurrence risk (at least 60%) after two unprovoked seizures, occurring over the next 10 years or diagnosis of an epilepsy syndrome. After epilepsy diagnosis, there are situations where patients do not respond to drug treatment, developing one seizure per month for a minimum of 2 years. If during this period two or three antiepileptic drugs different used as monotherapy or in combination, a condition known as drug-resistant epilepsy. Epilepsy surgery is an option for children with drug-resistant epilepsy acting on the seizure control seizures and, potentially on neuropsychomotor development. In this study, we evaluated clinical variables such as epilepsy age of onset, epilepsy duration, seizure frequency, etiology and adaptive behavior scale of Vineland to characterize aspects related to age equivalence through the domains of communication, socialization, daily skills and motor skills pre- and post-surgical period. Our intention was to determine the impact of epilepsy surgery on the performance of patients in these areas evaluated by Vineland. Thus, we found that the seizure free group participants showed better cognitive performance in the second evaluation, compared to the group that not seizure controlled. The clinical variable duration of epilepsy influenced the age equivalence and standard Vineland scores in the preoperative period, being considered determinant for the neuropsychomotor delay of patients submitted to epilepsy surgery. Regarding the predictive factors of improvement of postoperative crises, it was observed that Engel and surgery were the variables considered significant. The majority of the patients (63.9%) in the second postoperative evaluation still had seizures or did not improve. The findings of the research on the impact of crises on neuropsychomotor were that in the first evaluation 21.3 months after surgery there was a below-expected gain of only 4.4 months of age equivalence, not showing improvement in the short term after surgery, independent of control crisis. After 41.3 months of the surgical procedure, the patients presenting with seizure control had significant adaptive gains of 15 months when compared to those without seizure control. In the latter patients, the age equivalence remained practically stable with an increase of o preoperative only 3 months, analyzing the phases pre and postoperative evaluation https://doi.org/10.11606/D.17.2017.tde-22082017-170746info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T19:53:46Zoai:teses.usp.br:tde-22082017-170746Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:38:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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