Para além da loucura e da normalidade: a experiência de si como transgressão nos textos autobiográficos de Nietzsche
Ano de defesa: | 2005 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade de São Paulo
|
Programa de Pós-Graduação: |
Sociologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
BR
|
Link de acesso: | https://doi.org/10.11606/D.8.2005.tde-29122022-123633 |
Resumo: | Buscamos contribuir com uma resposta à questão \"quem somos nós hoje?\", tal como Michel Foucault a coloca, por meio de uma análise arqueogenealógica dos textos autobiográficos de Friedrich Nietzsche (Ecce Homo, os Prefácios de 1886 e algumas cartas de apresentação a admiradores). Tais textos são palco de uma batalha onde, por um lado, médicos e psiquiatras diagnosticam manifestações de doença mental e, por outro, filósofos e comentadores afirmam sua razão e normalidade. Pensando a partir da idéia foucaultiana de \"vidas paralelas\", colocamo-nos na fronteira dessas disputas, questionando esses saberes da perspectiva desses escritos. Para tanto, localizamos primeiro a formação discursiva onde os escritos se encontram engajados, os poderes que os incitam e os efeitos de poder deles esperados. Em segundo lugar, reconstituímos a resistência que tal autobiografia opõe aos saberes-poderes ao estabelecer uma nova experiência de si, ou seja, uma nova relação de si para consigo, para com os outros e para com a verdade. Por fim, observamos como os saberes-poderes médico-psiquiátricos e da crítica filosófica e ideológica tentaram, através de seus embates, recobrir justamente essa nova experiência. Com isto, não expomos apenas a constituição da experiência transgressora que emerge nos textos autobiográficos de Nietzsche. Damos também visibilidade a esses saberes-poderes, e, através deles, aos mecanismos e contingências que constituem o que somos hoje. Ao desnaturalizar isto que somos, procuramos abrir espaço para transgressões possíveis, que devem ser levadas a cabo por sujeitos concretos em suas batalhas cotidianas contra as formas de subjetivação e submissão |
id |
USP_5e5ea3519b76875ddef420bfd7820045 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-29122022-123633 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
|
spelling |
info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Para além da loucura e da normalidade: a experiência de si como transgressão nos textos autobiográficos de Nietzsche Not available 2005-10-05Jose Carlos BruniSergio França Adorno de AbreuThelma Silveira da Mota Lessa da FonsecaDaniel Pereira AndradeUniversidade de São PauloSociologiaUSPBR Autobiografia Autobiography Foucault Foucault Loucura Madness Nietzsche Nietzsche Normalidade Normality Subject Subjectivity Subjetividade Sujeito Buscamos contribuir com uma resposta à questão \"quem somos nós hoje?\", tal como Michel Foucault a coloca, por meio de uma análise arqueogenealógica dos textos autobiográficos de Friedrich Nietzsche (Ecce Homo, os Prefácios de 1886 e algumas cartas de apresentação a admiradores). Tais textos são palco de uma batalha onde, por um lado, médicos e psiquiatras diagnosticam manifestações de doença mental e, por outro, filósofos e comentadores afirmam sua razão e normalidade. Pensando a partir da idéia foucaultiana de \"vidas paralelas\", colocamo-nos na fronteira dessas disputas, questionando esses saberes da perspectiva desses escritos. Para tanto, localizamos primeiro a formação discursiva onde os escritos se encontram engajados, os poderes que os incitam e os efeitos de poder deles esperados. Em segundo lugar, reconstituímos a resistência que tal autobiografia opõe aos saberes-poderes ao estabelecer uma nova experiência de si, ou seja, uma nova relação de si para consigo, para com os outros e para com a verdade. Por fim, observamos como os saberes-poderes médico-psiquiátricos e da crítica filosófica e ideológica tentaram, através de seus embates, recobrir justamente essa nova experiência. Com isto, não expomos apenas a constituição da experiência transgressora que emerge nos textos autobiográficos de Nietzsche. Damos também visibilidade a esses saberes-poderes, e, através deles, aos mecanismos e contingências que constituem o que somos hoje. Ao desnaturalizar isto que somos, procuramos abrir espaço para transgressões possíveis, que devem ser levadas a cabo por sujeitos concretos em suas batalhas cotidianas contra as formas de subjetivação e submissão We seek to contribute one answer to the question \"who are we today?\" as Michel Foucault puts it, using an arche-genealogical analysis from Friedrich Nietzsche\'s autobiographic texts (Ecce Homo, the Prefaces from 1886 and some introduction letters to admirers). Physicians and psychiatrists make diagnosis of mental illness signs about these texts, meanwhile philosophers and critics point their reason and normality. Thinking from Foucault\'s idea of \"parallel lives\", we put ourselves on the border of these disputes, questioning these knowledges from the perspective of these texts. For that, we first locate the discourse in which the texts are embedded, the powers that propel them and the power effects from them expected. Secondly, we reconstitute the resistance that such autobiography puts up to the knowledges-powers, since it establishes a new experience of oneself, i.e. a new relationship from one with itself, with others and with the truth. Finally, we observe how the medical-psychiatric and philosophical and ideological critique knowledges-powers tried, through their clashes, to cover precisely this new experience. By this we not only expose the constitution of the transgressive experience that emerges from Nietzsche\'s autobiographic texts. We also bring these knowledges-powers to light and, through them, the mechanisms and conjectures that constitute what we are today. When we denaturalize what we are, we try to make room for possible transgressions that must be taken forward by concrete subjects, during their daily battles against the subjectivation and submission forms https://doi.org/10.11606/D.8.2005.tde-29122022-123633info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T20:25:17Zoai:teses.usp.br:tde-29122022-123633Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-12-29T14:42:40Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.pt.fl_str_mv |
Para além da loucura e da normalidade: a experiência de si como transgressão nos textos autobiográficos de Nietzsche |
dc.title.alternative.en.fl_str_mv |
Not available |
title |
Para além da loucura e da normalidade: a experiência de si como transgressão nos textos autobiográficos de Nietzsche |
spellingShingle |
Para além da loucura e da normalidade: a experiência de si como transgressão nos textos autobiográficos de Nietzsche Daniel Pereira Andrade |
title_short |
Para além da loucura e da normalidade: a experiência de si como transgressão nos textos autobiográficos de Nietzsche |
title_full |
Para além da loucura e da normalidade: a experiência de si como transgressão nos textos autobiográficos de Nietzsche |
title_fullStr |
Para além da loucura e da normalidade: a experiência de si como transgressão nos textos autobiográficos de Nietzsche |
title_full_unstemmed |
Para além da loucura e da normalidade: a experiência de si como transgressão nos textos autobiográficos de Nietzsche |
title_sort |
Para além da loucura e da normalidade: a experiência de si como transgressão nos textos autobiográficos de Nietzsche |
author |
Daniel Pereira Andrade |
author_facet |
Daniel Pereira Andrade |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Jose Carlos Bruni |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Sergio França Adorno de Abreu |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Thelma Silveira da Mota Lessa da Fonseca |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Daniel Pereira Andrade |
contributor_str_mv |
Jose Carlos Bruni Sergio França Adorno de Abreu Thelma Silveira da Mota Lessa da Fonseca |
description |
Buscamos contribuir com uma resposta à questão \"quem somos nós hoje?\", tal como Michel Foucault a coloca, por meio de uma análise arqueogenealógica dos textos autobiográficos de Friedrich Nietzsche (Ecce Homo, os Prefácios de 1886 e algumas cartas de apresentação a admiradores). Tais textos são palco de uma batalha onde, por um lado, médicos e psiquiatras diagnosticam manifestações de doença mental e, por outro, filósofos e comentadores afirmam sua razão e normalidade. Pensando a partir da idéia foucaultiana de \"vidas paralelas\", colocamo-nos na fronteira dessas disputas, questionando esses saberes da perspectiva desses escritos. Para tanto, localizamos primeiro a formação discursiva onde os escritos se encontram engajados, os poderes que os incitam e os efeitos de poder deles esperados. Em segundo lugar, reconstituímos a resistência que tal autobiografia opõe aos saberes-poderes ao estabelecer uma nova experiência de si, ou seja, uma nova relação de si para consigo, para com os outros e para com a verdade. Por fim, observamos como os saberes-poderes médico-psiquiátricos e da crítica filosófica e ideológica tentaram, através de seus embates, recobrir justamente essa nova experiência. Com isto, não expomos apenas a constituição da experiência transgressora que emerge nos textos autobiográficos de Nietzsche. Damos também visibilidade a esses saberes-poderes, e, através deles, aos mecanismos e contingências que constituem o que somos hoje. Ao desnaturalizar isto que somos, procuramos abrir espaço para transgressões possíveis, que devem ser levadas a cabo por sujeitos concretos em suas batalhas cotidianas contra as formas de subjetivação e submissão |
publishDate |
2005 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2005-10-05 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://doi.org/10.11606/D.8.2005.tde-29122022-123633 |
url |
https://doi.org/10.11606/D.8.2005.tde-29122022-123633 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Sociologia |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
USP |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
BR |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1786377242383745024 |