Saúde mental na estratégia saúde da família: uma compreensão a partir da fenomenologia de Edith Stein
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
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Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
BR
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Link de acesso: | https://doi.org/10.11606/T.59.2017.tde-21102013-151555 |
Resumo: | SILVA, N. H. L. P. Saúde Mental na Estratégia Saúde da Família: uma compreensão a partir da Fenomenologia de Edith Stein. 2011, 210 f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Orientadora: Carmen Lucia Cardoso. RESUMO O incentivo ao desenvolvimento de ações de saúde mental direcionadas aos territórios e às comunidades é uma política mundial atual, resultante de transformações originárias da superação de modelos asilares. No Brasil, intensas mobilizações sociais provocaram aberturas para novas ações e políticas no âmbito da saúde mental. No que tange à atenção primária, a Estratégia Saúde da Família, visa à revisão de conceitos e práticas, ao incluir a possibilidade de ações que abarquem o cultural e as relações entre as pessoas. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi compreender a saúde mental na Estratégia Saúde da Família (ESF) a partir de uma leitura fenomenológica. Temos, portanto, como referencial para analise a fenomenologia clássica pautada pelos estudos de E. Husserl e E. Stein. Realizamos 18 entrevistas abertas, sendo 12 com profissionais de duas equipes de Saúde da Família e com três usuários em sofrimento psíquico e seus familiares, vinculados às respectivas unidades. Solicitamos que cada participante descrevesse suas vivências de saúde mental, a partir da instrução norteadora. \"Você pode me contar um pouco sobre suas experiências de Saúde Mental?\". As entrevistas foram aúdio-gravadas, transcritas na íntegra e analisadas de acordo com a perspectiva adotada. Para o aprofundamento da análise, selecionamos oito entrevistas, considerando o envolvimento dos participantes e a riqueza dos conteúdos. Dividimos a análise em duas etapas: Na primeira, foi realizada uma descrição sintética dos relatos individuais, sinalizando alguns elementos centrais que se revelaram a nós. Mantivemos a ordem temporal das falas, no intuito de evidenciá-las evitando repetições e mostrando os recortes selecionados por meio de transcrições literais, na segunda etapa, confrontamos tais relatos com os fundamentos da fenomenologia de Stein, especificamente fizemos uma análise fenomenológica a partir das noções de indivíduo e de comunidade, procurando problematizar três aspectos: a vivência comunitária como potencialidade presente na ESF; a equipe de Saúde da Família enquanto comunidade; por fim, a ESF enquanto Comunidade Estatal. Tal percurso de análise revelou um importante caminho de discussão e compreensão da Saúde Mental na ESF no que diz respeito ao cuidado ás comunidades, á constituição da equipe, ao papel desta enquanto representante do estado. Desvelamos necessidades e potencialidades, como a importância de estabelecermos relações entre sujeitos, pautadas pelo respeito, pela liberdade e pela solidariedade e a legitimação da singularidade como uma característica inerente ao ser humano. Além disso, sinalizamos as contribuições da fenomenologia para as práticas e ações neste contexto, como a époque fenomenológica, as fundamentações a cerca do ato de empatia, da vivencia comunitária, da constituição dos valores e da formação da pessoa. Apontamos a necessidade de uma abordagem que legitime a dupla face do ser humano nos aspectos de individualidade e de comunidade, no ideal fenomenológico de Homem e de Comunidade, que expresse a potencialidade de um autêntico amor próprio e uma autêntico amor ao próximo, superando, assim, as lógicas individualistas assistencialistas e dicotômica, que generalizam e discriminam as diversidades existentes nas experiências humanas. (CAPES e FAPESP) |
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RESUMO O incentivo ao desenvolvimento de ações de saúde mental direcionadas aos territórios e às comunidades é uma política mundial atual, resultante de transformações originárias da superação de modelos asilares. No Brasil, intensas mobilizações sociais provocaram aberturas para novas ações e políticas no âmbito da saúde mental. No que tange à atenção primária, a Estratégia Saúde da Família, visa à revisão de conceitos e práticas, ao incluir a possibilidade de ações que abarquem o cultural e as relações entre as pessoas. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi compreender a saúde mental na Estratégia Saúde da Família (ESF) a partir de uma leitura fenomenológica. Temos, portanto, como referencial para analise a fenomenologia clássica pautada pelos estudos de E. Husserl e E. Stein. Realizamos 18 entrevistas abertas, sendo 12 com profissionais de duas equipes de Saúde da Família e com três usuários em sofrimento psíquico e seus familiares, vinculados às respectivas unidades. Solicitamos que cada participante descrevesse suas vivências de saúde mental, a partir da instrução norteadora. \"Você pode me contar um pouco sobre suas experiências de Saúde Mental?\". As entrevistas foram aúdio-gravadas, transcritas na íntegra e analisadas de acordo com a perspectiva adotada. Para o aprofundamento da análise, selecionamos oito entrevistas, considerando o envolvimento dos participantes e a riqueza dos conteúdos. Dividimos a análise em duas etapas: Na primeira, foi realizada uma descrição sintética dos relatos individuais, sinalizando alguns elementos centrais que se revelaram a nós. Mantivemos a ordem temporal das falas, no intuito de evidenciá-las evitando repetições e mostrando os recortes selecionados por meio de transcrições literais, na segunda etapa, confrontamos tais relatos com os fundamentos da fenomenologia de Stein, especificamente fizemos uma análise fenomenológica a partir das noções de indivíduo e de comunidade, procurando problematizar três aspectos: a vivência comunitária como potencialidade presente na ESF; a equipe de Saúde da Família enquanto comunidade; por fim, a ESF enquanto Comunidade Estatal. Tal percurso de análise revelou um importante caminho de discussão e compreensão da Saúde Mental na ESF no que diz respeito ao cuidado ás comunidades, á constituição da equipe, ao papel desta enquanto representante do estado. Desvelamos necessidades e potencialidades, como a importância de estabelecermos relações entre sujeitos, pautadas pelo respeito, pela liberdade e pela solidariedade e a legitimação da singularidade como uma característica inerente ao ser humano. Além disso, sinalizamos as contribuições da fenomenologia para as práticas e ações neste contexto, como a époque fenomenológica, as fundamentações a cerca do ato de empatia, da vivencia comunitária, da constituição dos valores e da formação da pessoa. Apontamos a necessidade de uma abordagem que legitime a dupla face do ser humano nos aspectos de individualidade e de comunidade, no ideal fenomenológico de Homem e de Comunidade, que expresse a potencialidade de um autêntico amor próprio e uma autêntico amor ao próximo, superando, assim, as lógicas individualistas assistencialistas e dicotômica, que generalizam e discriminam as diversidades existentes nas experiências humanas. (CAPES e FAPESP) SILVA, N. H. L. P. Saúde Mental na Estratégia Saúde da Família: uma compreensão a partir da Fenomenologia de Edith Stein. 2011, 210 f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Orientadora: Carmen Lucia Cardoso. RESUMO O incentivo ao desenvolvimento de ações de saúde mental direcionadas aos territórios e às comunidades é uma política mundial atual, resultante de transformações originárias da superação de modelos asilares. No Brasil, intensas mobilizações sociais provocaram aberturas para novas ações e políticas no âmbito da saúde mental. No que tange à atenção primária, a Estratégia Saúde da Família, visa à revisão de conceitos e práticas, ao incluir a possibilidade de ações que abarquem o cultural e as relações entre as pessoas. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi compreender a saúde mental na Estratégia Saúde da Família (ESF) a partir de uma leitura fenomenológica. Temos, portanto, como referencial para analise a fenomenologia clássica pautada pelos estudos de E. Husserl e E. Stein. Realizamos 18 entrevistas abertas, sendo 12 com profissionais de duas equipes de Saúde da Família e com três usuários em sofrimento psíquico e seus familiares, vinculados às respectivas unidades. Solicitamos que cada participante descrevesse suas vivências de saúde mental, a partir da instrução norteadora. \"Você pode me contar um pouco sobre suas experiências de Saúde Mental?\". As entrevistas foram aúdio-gravadas, transcritas na íntegra e analisadas de acordo com a perspectiva adotada. Para o aprofundamento da análise, selecionamos oito entrevistas, considerando o envolvimento dos participantes e a riqueza dos conteúdos. Dividimos a análise em duas etapas: Na primeira, foi realizada uma descrição sintética dos relatos individuais, sinalizando alguns elementos centrais que se revelaram a nós. 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Desvelamos necessidades e potencialidades, como a importância de estabelecermos relações entre sujeitos, pautadas pelo respeito, pela liberdade e pela solidariedade e a legitimação da singularidade como uma característica inerente ao ser humano. Além disso, sinalizamos as contribuições da fenomenologia para as práticas e ações neste contexto, como a époque fenomenológica, as fundamentações a cerca do ato de empatia, da vivencia comunitária, da constituição dos valores e da formação da pessoa. Apontamos a necessidade de uma abordagem que legitime a dupla face do ser humano nos aspectos de individualidade e de comunidade, no ideal fenomenológico de Homem e de Comunidade, que expresse a potencialidade de um autêntico amor próprio e uma autêntico amor ao próximo, superando, assim, as lógicas individualistas assistencialistas e dicotômica, que generalizam e discriminam as diversidades existentes nas experiências humanas. 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