Foucault: uma arqueologia política dos saberes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Carlos Eduardo Ribeiro
Orientador(a): Vladimir Pinheiro Safatle
Banca de defesa: Alexandre Filordi de Carvalho, Márcio Alves da Fonseca, Olgaria Chain Feres Matos, Franklin Leopoldo e Silva
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Filosofia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: https://doi.org/10.11606/T.8.2010.tde-22032010-150546
Resumo: Uma conjectura a respeito dos primeiros trabalhos de Michel Foucault marca uma opinião comum sobre a chamada arqueologia do saber: ela desenvolveria um método autorreferencial e semiestruturalista, bem como uma teoria sobre a sociedade que teria esvaziado o social. Por consequência, o surgimento da genealogia do poder adviria desse esgotamento teórico-metodológico da arqueologia. Não reconstruímos integralmente tais interpretações, mas a respeito delas assinalamos que uma adequada caracterização da arqueologia não pode prescindir da crítica intrínseca que ela traz. Este trabalho, portanto, pretendeu restituir à arqueologia de Foucault seu caráter crítico e político, a partir da determinação das condições de surgimento da genealogia do poder, demonstrando a total compatibilidade entre arqueologia e genealogia. Nossa hipótese geral foi a de que a arqueologia desfruta de caráter político, porque, no próprio desenvolvimento de condições históricas e de regras específicas do discurso, pode-se apreender a transformação das condições de existência e funcionamento dos discursos. Ora, a modificação dessas formações já é uma forma de ação política; logo, por nossa hipótese, não se deve perguntar qual prática política envolve a arqueologia, mas que avaliação pode ela fazer das transformações no modo de existência das formações discursivas. O objetivo deste trabalho foi, portanto, o de remontar a crítica arqueológica, sobretudo a crítica às ciências, tal como ela se estrutura nos primeiros trabalhos de Foucault. Para expressar de modo consistente a subversão crítica da concepção foucaultiana de arqueologia, escolhemos um itinerário. Deslocamos a crítica do saber médico para a analítica da finitude (História da loucura, Nascimento da clínica, e As palavras e as coisas); propusemos uma fundamentação teórico-prática das regras do discurso (Arqueologia do saber) e, por fim, fizemos da crítica arqueológica uma operação do conceito nietzschiano de vontade de verdade.
id USP_bdcbfc208bb86018c2d89d281e1ad471
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-22032010-150546
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str
spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Foucault: uma arqueologia política dos saberes Foucault: a political archeology of knowledge 2010-03-01Vladimir Pinheiro SafatleAlexandre Filordi de CarvalhoMárcio Alves da FonsecaOlgaria Chain Feres MatosFranklin Leopoldo e SilvaCarlos Eduardo RibeiroUniversidade de São PauloFilosofiaUSPBR Archeology Arqueologia Crítica Criticism Knowledge Medicalização Medicalization Poder Saber Vontade de verdade Will of truth Uma conjectura a respeito dos primeiros trabalhos de Michel Foucault marca uma opinião comum sobre a chamada arqueologia do saber: ela desenvolveria um método autorreferencial e semiestruturalista, bem como uma teoria sobre a sociedade que teria esvaziado o social. Por consequência, o surgimento da genealogia do poder adviria desse esgotamento teórico-metodológico da arqueologia. Não reconstruímos integralmente tais interpretações, mas a respeito delas assinalamos que uma adequada caracterização da arqueologia não pode prescindir da crítica intrínseca que ela traz. Este trabalho, portanto, pretendeu restituir à arqueologia de Foucault seu caráter crítico e político, a partir da determinação das condições de surgimento da genealogia do poder, demonstrando a total compatibilidade entre arqueologia e genealogia. Nossa hipótese geral foi a de que a arqueologia desfruta de caráter político, porque, no próprio desenvolvimento de condições históricas e de regras específicas do discurso, pode-se apreender a transformação das condições de existência e funcionamento dos discursos. Ora, a modificação dessas formações já é uma forma de ação política; logo, por nossa hipótese, não se deve perguntar qual prática política envolve a arqueologia, mas que avaliação pode ela fazer das transformações no modo de existência das formações discursivas. O objetivo deste trabalho foi, portanto, o de remontar a crítica arqueológica, sobretudo a crítica às ciências, tal como ela se estrutura nos primeiros trabalhos de Foucault. Para expressar de modo consistente a subversão crítica da concepção foucaultiana de arqueologia, escolhemos um itinerário. Deslocamos a crítica do saber médico para a analítica da finitude (História da loucura, Nascimento da clínica, e As palavras e as coisas); propusemos uma fundamentação teórico-prática das regras do discurso (Arqueologia do saber) e, por fim, fizemos da crítica arqueológica uma operação do conceito nietzschiano de vontade de verdade. A conjecture constituted on Michel Foucaults first essays imprints a common opinion about the so-called knowledge archeology: it would not only develop a self-referent and semistructural method, but also a theory about the society that would have emptied the social. As a consequence, the emergence of powers genealogy would come from the theoreticmethodological exhaustion of the archeology. We havent reconstructed fully such interpretations, but concerning them, we signalize that an appropriate characterization of the archeology cannot be separated from the inherent criticism that carries it. Therefore, this thesis is meant to refund Foulcauts archeology its critical and political aspect, beginning with the determination of the genealogy powers emergence conditions, showing the complete suitability between archeology and genealogy. Our general hypothesis is that the archeology possesses a political feature because, in the development of speechs specific rules and existence conditions one can anticipate the transformation of existence conditions and speech operation. Nevertheless, the modification of these conformations has already the shape of a political action; therefore, according to our hypothesis, one should not ask which political experience implicates archeology, but what kind of evaluation can be done on the transformation of discursive conformations existence mode. Thus, the objective of this study is to rebuild archeological criticism mainly when its related to the criticism of Sciences, the way it is structured in Foucaults first essays. To express, in a consistent way, Foucaults archeological subversively critical concept, we have chosen an itinerary. We have dislocated medical knowledge criticism from finitude analytics (Madness and Civilization, The Birth of the Clinic e The Order of Things), offering a theoretical-practical grounding for the discourse rules (The Archaeology of Knowledge) and, lastly, from the archeological criticism weve created operation of Nietzsches will of truth concept. https://doi.org/10.11606/T.8.2010.tde-22032010-150546info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T19:50:58Zoai:teses.usp.br:tde-22032010-150546Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:05Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.pt.fl_str_mv Foucault: uma arqueologia política dos saberes
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Foucault: a political archeology of knowledge
title Foucault: uma arqueologia política dos saberes
spellingShingle Foucault: uma arqueologia política dos saberes
Carlos Eduardo Ribeiro
title_short Foucault: uma arqueologia política dos saberes
title_full Foucault: uma arqueologia política dos saberes
title_fullStr Foucault: uma arqueologia política dos saberes
title_full_unstemmed Foucault: uma arqueologia política dos saberes
title_sort Foucault: uma arqueologia política dos saberes
author Carlos Eduardo Ribeiro
author_facet Carlos Eduardo Ribeiro
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Vladimir Pinheiro Safatle
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Alexandre Filordi de Carvalho
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Márcio Alves da Fonseca
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Olgaria Chain Feres Matos
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Franklin Leopoldo e Silva
dc.contributor.author.fl_str_mv Carlos Eduardo Ribeiro
contributor_str_mv Vladimir Pinheiro Safatle
Alexandre Filordi de Carvalho
Márcio Alves da Fonseca
Olgaria Chain Feres Matos
Franklin Leopoldo e Silva
description Uma conjectura a respeito dos primeiros trabalhos de Michel Foucault marca uma opinião comum sobre a chamada arqueologia do saber: ela desenvolveria um método autorreferencial e semiestruturalista, bem como uma teoria sobre a sociedade que teria esvaziado o social. Por consequência, o surgimento da genealogia do poder adviria desse esgotamento teórico-metodológico da arqueologia. Não reconstruímos integralmente tais interpretações, mas a respeito delas assinalamos que uma adequada caracterização da arqueologia não pode prescindir da crítica intrínseca que ela traz. Este trabalho, portanto, pretendeu restituir à arqueologia de Foucault seu caráter crítico e político, a partir da determinação das condições de surgimento da genealogia do poder, demonstrando a total compatibilidade entre arqueologia e genealogia. Nossa hipótese geral foi a de que a arqueologia desfruta de caráter político, porque, no próprio desenvolvimento de condições históricas e de regras específicas do discurso, pode-se apreender a transformação das condições de existência e funcionamento dos discursos. Ora, a modificação dessas formações já é uma forma de ação política; logo, por nossa hipótese, não se deve perguntar qual prática política envolve a arqueologia, mas que avaliação pode ela fazer das transformações no modo de existência das formações discursivas. O objetivo deste trabalho foi, portanto, o de remontar a crítica arqueológica, sobretudo a crítica às ciências, tal como ela se estrutura nos primeiros trabalhos de Foucault. Para expressar de modo consistente a subversão crítica da concepção foucaultiana de arqueologia, escolhemos um itinerário. Deslocamos a crítica do saber médico para a analítica da finitude (História da loucura, Nascimento da clínica, e As palavras e as coisas); propusemos uma fundamentação teórico-prática das regras do discurso (Arqueologia do saber) e, por fim, fizemos da crítica arqueológica uma operação do conceito nietzschiano de vontade de verdade.
publishDate 2010
dc.date.issued.fl_str_mv 2010-03-01
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.11606/T.8.2010.tde-22032010-150546
url https://doi.org/10.11606/T.8.2010.tde-22032010-150546
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.publisher.program.fl_str_mv Filosofia
dc.publisher.initials.fl_str_mv USP
dc.publisher.country.fl_str_mv BR
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1786377051959197696