Internações hospitalares e mortalidade por intoxicação medicamentosa em São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Janessa de Fátima Morgado de Oliveira
Orientador(a): Jose Leopoldo Ferreira Antunes
Banca de defesa: José Carlos Fernandes Galduróz, Nicolina Silvana Romano Lieber, Maycon Rogério Seleghim, Gabriela Arantes Wagner
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Saúde Pública
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: https://doi.org/10.11606/T.6.2017.tde-17042017-083842
Resumo: Introdução: Os medicamentos são desenvolvidos com o intuito de beneficiar quem os utiliza, atendendo a finalidades profiláticas, curativas, paliativas ou diagnósticas. No entanto, apesar de sua importância para a saúde, podem ser potenciais causadores de danos e óbitos. No Brasil, há uma carência de estudos sobre intoxicação medicamentosa baseados em dados oficiais. Objetivos: O estudo teve por objetivo descrever os óbitos por intoxicação com medicamentos ocorridos no Estado de São Paulo e internações por intoxicação com medicamentos ocorridos no município de São Paulo e investigar fatores que possam estar associados aos agravos. Métodos: A série temporal de mortalidade por intoxicação medicamentosa ajustada foi construída a partir de dados levantados do SIM-DATASUS para o período de 1996 a 2012. Foi verificada a contribuição das intoxicações acidentais e suicídios na mortalidade por intoxicação com medicamentos. Os casos de internação por intoxicação com medicamentos foram obtidos do SIH-DATASUS para o município de São Paulo para o período de 2004 a 2006, subsidiando a análise descritiva (idade, gênero, motivo de alta e tempo de internação, intencionalidade e medicamentos envolvidos). Os coeficientes de internação foram calculados segundo faixa etária e gênero para os anos de estudo. Resultados: A série temporal mostra a tendência crescente de mortalidade ajustada a partir de 2005, que se acentua a partir de 2009 (1,9 óbitos por 1.000.000 de habitantes em 2005; 2,7 óbitos por 1.000.000 em 2009; 6,7 óbitos por 1.000.000 de habitantes em 2012). A mortalidade por intoxicação intencional e a mortalidade com intenção não determinada também mostraram tendência crescente, o que sugere que são os componentes responsáveis pelo aumento da mortalidade por intoxicação medicamentosa. No estudo das internações, o tempo total para os casos estudados foi de 14.852 dias e o tempo médio foi de 4,4 dias. A idade média das pessoas internadas foi de 33,5 anos. Foi observada a predominância de internações para o gênero feminino (60,5por cento). Os principais medicamentos identificados nas intoxicações estudadas foram os benzodiazepínicos (T42.4), que corresponderam a 7,5por cento das internações e antibióticos sistêmicos não especificados (T36.9), que corresponderam a 7por cento das internações. Os maiores coeficientes de internação foram observados para a faixa etária dos mais idosos (idade igual ou superior a 70 anos) e para o gênero feminino em todos os anos de estudo. Conclusão: Foi observada tendência crescente para a mortalidade por intoxicação medicamentosa no estado de São Paulo. As estatísticas de mortalidade são importante fonte de dados para conhecer o perfil epidemiológico de uma área, analisar tendências, indicar prioridades, avaliar programas, entre outras finalidades. Mulheres e idosos foram as categorias que apresentaram maiores coeficientes de internação por intoxicação medicamentosa, o que aponta para uma possível associação entre maior consumo e maior risco de intoxicação. Nas internações, a observação da relevância dos benzodiazepínicos e de grupos de medicamentos sob controle de venda indica que mesmo medicamentos prescritos podem representar risco. O conhecimento sobre os agravos estudados, que são preveníveis e se mostraram relevantes como problema crescente de saúde pública, pode contribuir para o planejamento de intervenções adequadas para seu controle
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Internações hospitalares e mortalidade por intoxicação medicamentosa em São Paulo Hospital admissions and mortality due to medicine poisoning in São Paulo 2017-02-03Jose Leopoldo Ferreira AntunesJosé Carlos Fernandes GaldurózNicolina Silvana Romano LieberMaycon Rogério SeleghimGabriela Arantes WagnerJanessa de Fátima Morgado de OliveiraUniversidade de São PauloSaúde PúblicaUSPBR Intoxicação Medicamento Medicine Morbidade Morbidity Mortalidade Mortality Poisoning Public Health Saúde pública Toxicologia Toxicology Introdução: Os medicamentos são desenvolvidos com o intuito de beneficiar quem os utiliza, atendendo a finalidades profiláticas, curativas, paliativas ou diagnósticas. No entanto, apesar de sua importância para a saúde, podem ser potenciais causadores de danos e óbitos. No Brasil, há uma carência de estudos sobre intoxicação medicamentosa baseados em dados oficiais. Objetivos: O estudo teve por objetivo descrever os óbitos por intoxicação com medicamentos ocorridos no Estado de São Paulo e internações por intoxicação com medicamentos ocorridos no município de São Paulo e investigar fatores que possam estar associados aos agravos. Métodos: A série temporal de mortalidade por intoxicação medicamentosa ajustada foi construída a partir de dados levantados do SIM-DATASUS para o período de 1996 a 2012. Foi verificada a contribuição das intoxicações acidentais e suicídios na mortalidade por intoxicação com medicamentos. Os casos de internação por intoxicação com medicamentos foram obtidos do SIH-DATASUS para o município de São Paulo para o período de 2004 a 2006, subsidiando a análise descritiva (idade, gênero, motivo de alta e tempo de internação, intencionalidade e medicamentos envolvidos). Os coeficientes de internação foram calculados segundo faixa etária e gênero para os anos de estudo. Resultados: A série temporal mostra a tendência crescente de mortalidade ajustada a partir de 2005, que se acentua a partir de 2009 (1,9 óbitos por 1.000.000 de habitantes em 2005; 2,7 óbitos por 1.000.000 em 2009; 6,7 óbitos por 1.000.000 de habitantes em 2012). A mortalidade por intoxicação intencional e a mortalidade com intenção não determinada também mostraram tendência crescente, o que sugere que são os componentes responsáveis pelo aumento da mortalidade por intoxicação medicamentosa. No estudo das internações, o tempo total para os casos estudados foi de 14.852 dias e o tempo médio foi de 4,4 dias. A idade média das pessoas internadas foi de 33,5 anos. Foi observada a predominância de internações para o gênero feminino (60,5por cento). Os principais medicamentos identificados nas intoxicações estudadas foram os benzodiazepínicos (T42.4), que corresponderam a 7,5por cento das internações e antibióticos sistêmicos não especificados (T36.9), que corresponderam a 7por cento das internações. Os maiores coeficientes de internação foram observados para a faixa etária dos mais idosos (idade igual ou superior a 70 anos) e para o gênero feminino em todos os anos de estudo. Conclusão: Foi observada tendência crescente para a mortalidade por intoxicação medicamentosa no estado de São Paulo. As estatísticas de mortalidade são importante fonte de dados para conhecer o perfil epidemiológico de uma área, analisar tendências, indicar prioridades, avaliar programas, entre outras finalidades. Mulheres e idosos foram as categorias que apresentaram maiores coeficientes de internação por intoxicação medicamentosa, o que aponta para uma possível associação entre maior consumo e maior risco de intoxicação. Nas internações, a observação da relevância dos benzodiazepínicos e de grupos de medicamentos sob controle de venda indica que mesmo medicamentos prescritos podem representar risco. O conhecimento sobre os agravos estudados, que são preveníveis e se mostraram relevantes como problema crescente de saúde pública, pode contribuir para o planejamento de intervenções adequadas para seu controle Introduction: Medicines are prescribed in order to benefit those who use them, given their prophylactic, curative, palliative or diagnostic purposes. However, despite its importance to health, they can cause potential harm and deaths. In Brazil, there is a lack of studies on medicine poisoning based on official data. Objectives: This study aimed to assess the trend for deaths due to medicine poisoning in population of São Paulo State and to characterize hospital admissions in São Paulo City. Methods: Time series of mortality due to medicine poisoning were built using official data for the period 1996 to 2012. Participation of accidental poisonings and suicides in mortality due to medicine poisoning was assessed. Medicine poisoning were selected by hospital admission data, that were obtained from the official system of information on hospitalization of the city of São Paulo for the period 2004-2006, supporting descriptive analysis (age, gender, cause of delivery and length of hospitalization, intention and medicine involved). Results: Time series analysis showed an increase of mortality from 2005, which was steeper after 2009 (1.9 deaths per 1,000,000 in 2005; 2.7 deaths per 1,000,000 in 2009; 6.7 deaths per 1,000,000 in 2012). Growth in the period seems to be attributed to intentional poisoning and cases without identification of intent. Total length of hospitalization was 14,852 days and average time was 4.4 days. Average age of people who had been hospitalized was 33.5 years. A higher proportion of females (60.5 per cent ) was observed among admissions. Main medicines involved were benzodiazepines (T42.4), corresponding to 7.5 per cent of admissions and unspecified systemic antibiotics (T36.9), corresponding to 7 per cent of admissions. Hospitalization rates due to medicine poisoning were calculated according to age and gender for the years of study and they ranked higher for females in all years studied. The highest hospitalization rates were observed for the older people (age 70 years and more). Conclusion: An increasing trend for mortality due to medicine poisoning in state of São Paulo was observed. Mortality statistics are an important source of data to draft the epidemiological profile of an area and they are used to analyze trends, indicate priorities, evaluate programs, among other purposes. Women and older people were the categories with highest hospital admission coefficients due to medicine poisoning, what could depict an association between increased medicine consumption and increased risk of medicine poisoning. In hospital admissions, observation of relevance of benzodiazepines and of groups of drugs under sales control could depict that even prescription medicines can pose a risk. Knowledge about hospital admissions and mortality due to medicine poisoning, that are preventable and showed to be relevant as a growing public health problem, can contribute to propose appropriate interventions for their control https://doi.org/10.11606/T.6.2017.tde-17042017-083842info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T19:11:19Zoai:teses.usp.br:tde-17042017-083842Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:38:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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