Psicanálise e Educação: inquietações políticas - um debate a partir do encontro da psicanálise com a educação infantil no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Paula Fontana Fonseca
Orientador(a): Rinaldo Voltolini
Banca de defesa: Christian Ingo Lenz Dunker, Paulo César Endo, Maria Cristina Machado Kupfer, Simone Moschen Rickes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: https://doi.org/10.11606/T.48.2017.tde-05122017-171022
Resumo: O campo da Psicanálise e Educação se sustenta em um entendimento do educar como sendo da ordem de uma profissão impossível. Não há garantias dos resultados na medida em que a relação entre meios e fins não é previsível. É a partir desse pressuposto ético que a questão acerca dos efeitos de uma política do analista no campo educativo se fez ouvir. Para depreendermos um entendimento sobre o tema específico de uma política própria à psicanálise, estabelecemos um debate com autores contemporâneos que recortaram essa questão no escopo freudo-lacaniano. Ao trabalharmos com os discursos propostos por Lacan, acessamos as políticas próprias a cada um deles e empreendemos uma análise das políticas públicas em Educação Infantil tomando-os como operadores de leitura. Desse debate foram extraídos três eixos de análise políticas assistencialistas, diagnósticas e preditivas que evidenciaram que a Educação Infantil vem sendo agenciada predominantemente sob a égide do discurso universitário ou do capitalista na contemporaneidade. Demonstramos que a própria teoria psicanalítica também é apropriada em diversos momentos como mais um saber explicativo acerca dos impasses escolares e educativos, mas isso não se configura como um exemplo do agenciamento da política do analista. Apresentamos a articulação entre a ética e a política na psicanálise e fundamentamos que a política do discurso analítico visa a permitir que o sujeito se separe de uma posição alienada a um saber que lhe é extrínseco. Assim, o psicanalista que trabalha na fronteira com a educação busca possibilitar que o educador se pergunte acerca desses saberes pedagógicos hegemônicos de modo a encontrar uma resposta singular que o autorize a se lançar na prática educativa, mesmo não havendo garantias de antemão dos resultados a serem alcançados.
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