A vivência de trabalho da pessoa com deficiência e as repercussões à saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Andréia de Conto Garbin
Orientador(a): Frida Marina Fischer
Banca de defesa: Edna Antonia Mattos Morais Andrade, Marcia Cristina das Dores Bandini, Marcia Hespanhol Bernardo, Mara Alice Batista Conti Takahashi
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Saúde Pública
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: https://doi.org/10.11606/T.6.2017.tde-26012017-094441
Resumo: No Brasil, a Lei de Cotas determina uma reserva de vagas para as pessoas com deficiência nas iniciativas pública e privada. A inclusão das pessoas com deficiência opera-se em um universo de trabalho precarizado, no qual se impõe uma nova morfologia em que coexistem o modelo tayloriano-fordista e a flexibilidade toyotizada. Consoante o exposto, buscou-se compreender as vivências de trabalho da pessoa com deficiência e as repercussões à saúde. Para tanto, foi delineada uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório, na forma de estudo de caso. Foram realizados grupos focais e entrevistas com pessoas com deficiência físicas e surdas. As deficiências físicas foram adquiridas, em alguns casos, em decorrência de acidentes de trabalho, fruto do trabalho inseguro e da perversidade do sistema que projeta o trabalhador à condição de pessoa com deficiência. Prevalece o discurso do trabalhador com deficiência não qualificado e busca-se incluir aquele que depende de poucas adaptações no ambiente e em suas atitudes. As exigências de qualificação profissional estão baseadas na ideologia da normalização que se efetiva em programas disciplinadores das condutas, organizadores da vida social. São exigências relativas à subjetividade, aos modos de existir, com ênfase na persistência e superação individuais. O controle sutil se opera por meio do discurso da inclusão e o trabalhador adquire a condição de reificado. Hoje o surdo fica limitado ao uso de seu principal modo de comunicação, as mãos, sob o discurso do surdo produtivo reproduzindo o isolamento cultural do povo surdo nas empresas. Os excluídos, disfarçados de incluídos, vivenciam o sofrimento relativo às injustiças sociais e às violências psicológicas. A sociedade precisa intervir na produção da dupla discriminação e no discurso da naturalização da desqualificação profissional da pessoa com deficiência. Os avanços em relação às políticas públicas brasileiras refletem a tentativa de reparação diante da dívida histórica da sociedade em relação à exclusão das pessoas com deficiência, no entanto, é necessário radicalizar-se na defesa dos direitos sociais, protetivos e inclusivos.
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A inclusão das pessoas com deficiência opera-se em um universo de trabalho precarizado, no qual se impõe uma nova morfologia em que coexistem o modelo tayloriano-fordista e a flexibilidade toyotizada. Consoante o exposto, buscou-se compreender as vivências de trabalho da pessoa com deficiência e as repercussões à saúde. Para tanto, foi delineada uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório, na forma de estudo de caso. Foram realizados grupos focais e entrevistas com pessoas com deficiência físicas e surdas. As deficiências físicas foram adquiridas, em alguns casos, em decorrência de acidentes de trabalho, fruto do trabalho inseguro e da perversidade do sistema que projeta o trabalhador à condição de pessoa com deficiência. Prevalece o discurso do trabalhador com deficiência não qualificado e busca-se incluir aquele que depende de poucas adaptações no ambiente e em suas atitudes. As exigências de qualificação profissional estão baseadas na ideologia da normalização que se efetiva em programas disciplinadores das condutas, organizadores da vida social. São exigências relativas à subjetividade, aos modos de existir, com ênfase na persistência e superação individuais. O controle sutil se opera por meio do discurso da inclusão e o trabalhador adquire a condição de reificado. Hoje o surdo fica limitado ao uso de seu principal modo de comunicação, as mãos, sob o discurso do surdo produtivo reproduzindo o isolamento cultural do povo surdo nas empresas. Os excluídos, disfarçados de incluídos, vivenciam o sofrimento relativo às injustiças sociais e às violências psicológicas. A sociedade precisa intervir na produção da dupla discriminação e no discurso da naturalização da desqualificação profissional da pessoa com deficiência. Os avanços em relação às políticas públicas brasileiras refletem a tentativa de reparação diante da dívida histórica da sociedade em relação à exclusão das pessoas com deficiência, no entanto, é necessário radicalizar-se na defesa dos direitos sociais, protetivos e inclusivos. In Brazil, the Quota Law requires a reserve places for people with disabilities in the public and private sector. The inclusion of people with disabilities operates in a precarious working universe in which it imposes a new morphology that coexist the Taylorian - Fordista and toyotizada flexibility. Depending on the above, we sought to understand the person\'s work experiences with disability and the impact to health. For this, it was outlined a qualitative research of exploratory nature, in the form of case study. Focus groups and interviews with people with physical disabilities and deaf were performed. Physical impairments were acquired in some cases, due to accidents, the result of unsafe work and system perversity that projects the employee to the person\'s condition with disabilities. Prevails worker speech with unqualified disability and seeks to include one that depends on a few adjustments in the environment and attitudinal. The qualification requirements are based on the ideology of standardization that is effective in disciplining programs of pipelines and organizers of social life. Are requirements of subjectivity, the modes of existence, emphasizing the persistence and overcoming individual. The subtle control operates through discourse of inclusion and the employee acquires the reified condition. Today the deaf is limited to use their primary mode of communication, their hands, under the discourse of productive deaf reproducing the \"cultural isolation of deaf people\" in companies. The excluded, disguised as included, experience suffering on the social injustices and psychological violence Society needs to intervene in the production of double discrimination and the discourse of naturalization of skilling of people with disabilities. Advances in relation to the Brazilian public policies reflect the attempt to repair the front historic debt of the society in relation to the exclusion of people with disabilities, however it is necessary to radicalize the defense of social, protective and inclusive rights. https://doi.org/10.11606/T.6.2017.tde-26012017-094441info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T20:10:31Zoai:teses.usp.br:tde-26012017-094441Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:34:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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