O efeito da deficiência hídrica em plantas de soja

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Leandro Fellet Lourenço
• Orientador(a): Durval Dourado Neto
• Banca de defesa: Felipe Gustavo Pilau, Klaus Reichardt, André Fróes de Borja Reis
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
• Programa de Pós-Graduação: Fitotecnia
• País: BR
• Link de acesso: https://doi.org/10.11606/T.11.2020.tde-02102020-154804

A soja se tornou a principal cultura do agronegócio brasileiro em função das adequações agronômicas realizadas nos últimos anos, contribuindo significativamente para o aumento na produtividade. Porém, tem seu desempenho relacionado às condições abióticas, e quando submetida a influência da deficiência hídrica (DH) tem seu potencial prejudicado. Quando ocorre em escala regional nos principais estados produtores, impacta de forma significativa no preço desta commodity em nível mundial. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da deficiência hídrica na cultura de soja, através da indução da DH ao longo dos seguintes períodos: (i) entre os estádios fenológicos V3 e V8 (fase vegetativa), (ii) entre os estádios fenológicos R1 e R3 (florescimento e início da formação de vagens - fase reprodutiva) e (iii) entre os estádios fenológicos R4 e R8 (formação de vagens e enchimento de grãos - fase reprodutiva). Os experimentos foram conduzidos em casa-de-vegetação no Departamento de Produção Vegetal na Escola Superior de Agricultura \"Luiz de Queiroz\" em Piracicaba - SP, Brasil. A soja de ciclo precoce foi semeada em vasos e a disponibilidade hídrica foi controlada através de micro lisímetro inteligente, que enviava dados em tempo real da evapotranspiração da cultura (ETc) e controlava de forma autônoma o sistema de irrigação, responsável pela aplicação dos seguintes tratamentos de DH: 100, 75, 50 e 25% de reposição da ETc. Em função dos resultados obtidos, conclui-se que: a produção de soja tem forte correlação com a DH, a medida que a DH aumenta, a produtividade da cultura foi reduzida independente da época que ocorreu: estádio vegetativo (V3 a V8), a redução de produção é de: 26, 55 e 82%, no estádio reprodutivo (R1 a R3) em 30, 63 e 85% e no estádio de enchimento de grãos (R4 a R8) 17, 39 e 60% em relação a testemunha, quando a DH foi de 25, 50 e 75% da ETc. Estes resultados evidenciaram a importância de quando a DH ocorre no estádio fenológico vegetativo (V3 a V8) em variedade precoce de soja, representando importância similar ao estádio reprodutivo (R1 a R3), observação esta que se destacou em relação aos trabalhos encontrados. O estádio fenológico de enchimento de grãos (R4 a R8), tem menor peso na contribuição da produtividade final, porém neste trabalho não foi avaliado a influência da DH na qualidade de sementes, objetivo este que poderia ser avaliado em trabalhos futuros. A maior parte da evapotranspiração da planta (57%) foi durante o período da manhã, antes dos horários mais quentes do dia e, entre as 10:00 e 11:00 h, foi observado um pico na evapotranspiração. A eficiência do uso de água (EUA) quando ocorreu DH, foi menor, conforme observado a EUA foi de 630, 830, 1.260 e 2.340 L kg-1, respectivamente nos tratamentos 100, 75, 50 e 25% da reposição da ETc, evidenciando que o efeito agronômico da produção agrícola em soja precoce de alta produtividade, quando a água se torna limitante é o principal agente que influencia a produção, indicando que a utilização da irrigação com fornecimento complementar de água, pode ser uma ferramenta eficaz para potencializar o desempenho da cultura, minimizando a influência do clima no preço da commodity.