Conhecimento e Sensitividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Marques Segundo, L. H.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Santa Catarina
Departamento de Filosofia
Brasil
Programa de Pós-graduação em Filosofia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/477
Resumo: O assunto principal desta tese é a natureza do conhecimento empírico. Penso que conhecimento seja, pelo menos, crença verdadeira sensitiva: uma crença que não seria formada ou sustentada pelo sujeito caso fosse falsa, mas formada ou sustentada caso verdadeira. Defenderei mais especificamente a tese de que a sensitividade é melhor compreendida no interior da teoria da função apropriada. De acordo com a epistemologia da função apropriada, uma crença verdadeira conta como conhecimento somente se (i) for produzida por um mecanismo funcionando apropriadamente, (ii) num ambiente adequado, (iii) tal mecanismo visar a verdade, (iv) tender a produzir mais crenças verdadeiras do que falsas, e (v) não houver anuladores. Penso que as condições (i) e (ii) só podem ser satisfatoriamente formuladas levando-se em conta a sensitividade, ao mesmo tempo que a sensitividade encontra a sua melhor formulação quando levadas em conta (i) e (ii). Grosso modo, defenderei que a sensitividade é uma questão da crença do sujeito ser responsiva à verdade por ser produto de um mecanismo cognitivo funcionando num ambiente favorável: um ambiente no qual ele não formaria tal crença caso tal crença fosse falsa, mas que, caso verdadeira, a formaria. Começarei, no Capítulo I, com o seguinte desideratum: oferecer uma condição anti-sorte ao conhecimento. Argumento que a sensitividade é a principal candidata à condição anti-sorte. No Capítulo II apresento a versão clássica da sensitividade e algumas de suas principais dificuldades. No Capítulo III, proponho a sensitividade como inerente à epistemologia da função apropriada e respondo às dificuldades levantadas no capítulo anterior. No capítulo IV, discuto uma condição anti-sorte rival, a segurança, e argumento que a sensitividade é superior. Por fim, no Capítulo V, trato de outro desideratum importante a qualquer teoria do conhecimento, o ceticismo. A adoção da sensitividade fornece uma resposta atraente ao ceticismo, ainda que amplamente considerada implausível, uma vez que parece violar um princípio epistêmico plausível, o princípio de fechamento. Argumentarei que podemos manter um princípio restrito de fechamento e que a sensitividade explica por que podemos fazer tal restrição.
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Penso que as condições (i) e (ii) só podem ser satisfatoriamente formuladas levando-se em conta a sensitividade, ao mesmo tempo que a sensitividade encontra a sua melhor formulação quando levadas em conta (i) e (ii). Grosso modo, defenderei que a sensitividade é uma questão da crença do sujeito ser responsiva à verdade por ser produto de um mecanismo cognitivo funcionando num ambiente favorável: um ambiente no qual ele não formaria tal crença caso tal crença fosse falsa, mas que, caso verdadeira, a formaria. Começarei, no Capítulo I, com o seguinte desideratum: oferecer uma condição anti-sorte ao conhecimento. Argumento que a sensitividade é a principal candidata à condição anti-sorte. No Capítulo II apresento a versão clássica da sensitividade e algumas de suas principais dificuldades. No Capítulo III, proponho a sensitividade como inerente à epistemologia da função apropriada e respondo às dificuldades levantadas no capítulo anterior. No capítulo IV, discuto uma condição anti-sorte rival, a segurança, e argumento que a sensitividade é superior. Por fim, no Capítulo V, trato de outro desideratum importante a qualquer teoria do conhecimento, o ceticismo. A adoção da sensitividade fornece uma resposta atraente ao ceticismo, ainda que amplamente considerada implausível, uma vez que parece violar um princípio epistêmico plausível, o princípio de fechamento. Argumentarei que podemos manter um princípio restrito de fechamento e que a sensitividade explica por que podemos fazer tal restrição.The subject matter of this dissertation is the nature of empirical knowledge. My view is that knowledge is at least sensitive true belief: one that the subject wouldn?t form or hold were it was false, but he would form it or hold it were it was true. I will argue that sensitivity is better understood functionalism, a true belief is knowledge only if (i) it is formed by a cognitive mechanism functioning properly (ii) in a proper environment, and this mechanism (iii) has to aim truth, (iv) having the tendency to produce more true beliefs than false ones, and (v) no defeater being available. I think that conditions (i) and (ii) can?t be adequately stated unless we take into account the sensitivity condition. The same is true for sensitivity: its better formulation is stated when we consider (i) and (ii). Roughly, I will argue that the sensitivity of one?s belief is a matter of its responsiveness to truth due to the proper function of one?s cognitive mechanism in a favorable environment: an environment where the subject wouldn?t form or hold the belief were it was false, but he would believe it were it was true. I begin, in Chapter I, with the following desideratum: to provide an anti-luck condition to knowledge. I argue that sensitivity is the main candidate to such condition. In Chapter II the standard version of sensitivity and some of the main difficulties to it are presented. Then, in Chapter III, I propose to understand sensitivity as inherent to proper functionalism and reply to the difficulties previously presented. A rival of sensitivity, the safety condition, is discussed in Chapter IV. I defend sensitivity over safety. Finally, in Chapter V, another important desideratum to any theory of knowledge is taken in consideration: skepticism. The adoption of sensitivity provides an attractive way to respond to skeptical argument, but at the coast of the rejection of closure principle, a very plausible epistemic principle. I will argue that we can adopt a restrict version of closure and that this restriction is predicted by sensitivity.CapesUniversidade Federal de Santa CatarinaDepartamento de FilosofiaBrasilPrograma de Pós-graduação em Filosofiahttp://lattes.cnpq.br/1531118741977108Luz, AlexandreMarques Segundo, L. H.2024-01-10T18:37:31Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://deposita.ibict.br/handle/deposita/477porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Comum do Brasil - Depositainstname:Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT)instacron:IBICT2024-01-10T18:37:31Zoai:https://deposita.ibict.br:deposita/477Repositório ComumPUBhttp://deposita.ibict.br/oai/requestdeposita@ibict.bropendoar:46582024-01-10T18:37:31Repositório Comum do Brasil - Deposita - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT)false
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