Interesses e conflitos de classe na dinâmica da produção do espaço urbano de Arapiraca-AL (2000-2020)

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Lima, Rodolfo José Oliveira
• Orientador(a): Maciel, Osvaldo Batista Acioly
• Banca de defesa: Lima, Aruã Silva de , Souza, Roberto Silva de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Alagoas
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Produção do espaço urbano - Arapiraca (AL); História - Arapiraca (AL); Conflitos de classes; Urban space production; Town center; Lago da Perucaba; Class conflicts
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
• Link de acesso: http://www.repositorio.ufal.br/handle/riufal/7644

Este trabalho tem como objetivo discutir algumas das transformações urbanas que Arapiraca, segundo maior município do estado de Alagoas, distante cerca de 125 km da capital Maceió, sofreu nas duas últimas décadas (2000 – 2020), tendo como enfoque a dinâmica das classes sociais em sua existência cotidiana. Pretende-se demonstrar como o Centro urbano da cidade e a área ao entorno do Lago da Perucaba, um açude situado no bairro Zélia Barbosa Rocha, vem sendo moldados de acordo com as relações sociais que vão se estabelecendo ao longo dos anos. Assim, pode-se observar como o Centro foi sendo modificado a partir dos anseios do capital varejista em constante conflito com os pequenos mercadores da tradicional feira livre da cidade, durante o período em que a mesma era realizada nesse bairro (tensão esta que culminou na sua remoção para outro local em 2003). Este conflito permanece nos dias de hoje, agora com ambulantes e camelôs; trabalhadores que mantêm em suas atividades diárias um elo com o passado da área, o que traz implicações diretas na construção de um projeto de organização espacial que contraria o que as elites almejam para este espaço. Já o açude público datado do final do século XIX, ampliado pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na década de 1960, e rebatizado pela prefeitura de Lago da Perucaba em 2009, se encontra em uma área historicamente segregada, que foi ocupada por pessoas de baixa renda, inclusive pescadores que criaram uma pequena colônia de pesca onde vivem e trabalham há mais de 50 anos. O local passou por benfeitorias que o tornaram uma das áreas mais valorizadas da cidade, passando a ser alvo dos interesses do capital imobiliário que construiu condomínios de luxo, alguns aos moldes de um bairro planejado, pressionando o Poder Público para forçar a saída desses moradores que residem nas proximidades. Deste modo, pretende-se evidenciar como as mudanças no espaço urbano de Arapiraca estão diretamente vinculadas às necessidades e interesses das classes sociais existentes, tanto no sentido de projetos intencionalmente elaborados por determinados setores, como enquanto um imperativo advindo da própria forma como os sujeitos sociais se reproduzem na esfera das relações materiais de produção.