Estudo químico e avaliação das atividades antiprotozoárias in vitro do óleo essencial de piper marginatum jacq (piperaceae)

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Gonçalves, Regiane
• Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5888288871205945
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas; Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - Itacoatiara; Brasil; UFAM; Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia para Recursos Amazônicos
• Palavras-chave em Português: Essências e óleos essenciais; Esquistossomose; Essências e óleos essenciais - Uso terapêutico; Chagas, Doença de; OUTROS; Piperaceae; Óleo volátil; Schistosoma mansoni; Trypanosoma cruzi; Leishmania amazonensis
• Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7483

Doenças negligenciadas são responsáveis por milhões de mortes ao ano. São doenças debilitantes e afetam principalmente as populações das regiões mais carentes. Devido às limitações do tratamento existente, na atualidade, a busca por novos fármacos torna-se urgente. Nesse sentido, o estudo de espécies vegetais conduz uma alternativa para obtenção de um fitofármaco para o tratamento e controle dessas doenças. Muitas das espécies de Piper são usadas para fins curativos por diversas culturas, a sua constituição é composta por amidas insaturadas, flavonoides, lignanas, aristolactamas, ésteres de cadeias longas e curtas, terpenos, esteroides, propenilfenois e alcaloides. Piper marginatum é conhecida como capeba, malvarisco, pimenta-do-mato, capeba-cheirosa e nhandi. Ela é utilizada popularmente contra doenças hepáticas, vesiculares, picadas de cobras e insetos. Os compostos voláteis de Piper marginatum foram investigados através da determinação da constituição química, variação sazonal e atividade antiprotozoária in vitro. Os óleos essenciais foram extraídos pelo método de hidrodestilação, por seis horas, e os rendimentos variaram de 0,10 - 0,23% v/m. Os componentes do óleo essencial foram identificados através da análise por cromatografia gasosa acoplada a espectroscopia de massas (CG-EM) e os principais constituintes foram: δ-3-careno, (Z)β-ocimeno, (E)β-ocimeno, α-terpinoleno, Ecariofileno, germacreno D, biciclogermacreno, α-copaeno, linalol, miristicina, 3,4- (metilenodioxi)propiofenona. Este é o primeiro trabalho que descreve atividade in vitro do óleo essencial de P. marginatum contra formas adultas de S. mansoni, formas tripomastigotas de T. cruzi e formas promastigotas de L. amazonensis. O óleo de P. marginatum apresentou uma promissora atividade esquistossomicida, reduzindo a motilidade e causando morte dos parasitas de forma diretamente proporcional à concentração e ao tempo de incubação. Quando testado na concentração de 12,5 μg/mL, este óleo foi capaz de causar 100% da diminuição da atividade motora dos vermes após 24 horas de incubação e morte de 100% dos vermes na concentração de 50 μg/mL após 120 h de incubação. Para T. cruzi, o óleo essencial mostrou-se ativo na concentração de 20 g/mL obtendo um percentual de mortalidade de 71% dos parasitos, porém o índice de seletividade foi menor que 2,3, muito abaixo do índice de seletividade (maior que 50) considerado para testes in vivo. Para as formas infectivas de L. amazonensis, o óleo testado mostrou-se inativo. Os resultados obtidos neste estudo contra os vermes adultos de S. mansoni, evidenciam a importância do estudo fitoquímico de espécies encontradas na região Amazônica, como alternativa à restrita terapêutica existente para o tratamento da esquistossomose.