A velhice em uma nova versão: uma abordagem interdisciplinar na microrregião de Viçosa-MG

• Ano de defesa: 1999
• Autor(a) principal: Rita de Cassia Lanes Ribeiro
• Orientador(a): Celina Maria Modena
• Banca de defesa: Maria do Carmo Fonseca, Edson Perini, Alice Inês de Oliveira e Silva, Maria Julia Salim Pereira
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: demografia; autonomia; Velhice; qualidade de vida; epidemiologia
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8QPPHZ

Com os objetivos de traçar o perfil demográfico e epidemiológico, e de analisar a qualidade de vida da população idosa, apresentamos uma abordagem interdisciplinar do processo de envelhecimento, inicialmente, foram utilizados dados secundários da microrregião, obtidos de Censos Demográficos de 1970, 1980, 1991 e estatísticas do Registro Civil, dos anos de 1970, 1980, 1991, 1995. Posteriormente, foram analisadas as representações do envelhecimento e seus papéis sociais, a representação de saúde/doença, qualidade de vida e a autonomia de um grupo de idosos no município de Viçosa-MG. A apreensão das representações realizou-se por meio de entrevistas semi-estruturadas e observação participante. Evidenciou-se, que as representações de saúde/doença, de envelhecimento e de qualidade de vida, ultrapassam os limites biomédicos e se revestem de significados próprios. Essa outra versão da velhice, por eles interpretada e vivida permite melhor compreensão desse curso da vida que, conseqüentemente, acarretara mudanças de atitudes em relação ao cuidado/atenção a população idosa. O estudo permitiu concluir que: 1) A Microrregião de Viçosa sinaliza para um processo de transição demográfica, sendo maior o número de pessoas com 60 anos e mais, na década de 90, em relação as décadas de 70 e 80. 2) Para os padrões de mortalidade, verificou-se que, em 1980. os óbitos se davam principalmente por doenças perinatais e, em 1991 e 1995 as principais causas foram as doenças do aparelho circulatório, o que sinaliza um processo de transição epidemiológica. 3) Qualidade de vida se relaciona a estilo de vida, e à capacidade de realizar atividades sem interferência ou influência de outras pessoas. A saúde é representada como oposto de doença, transcrita pela disposição para o trabalho e para fazer o que quiser, havendo consciência das patologias, que não constituem problemas, à medida que eles se preocupam com cuidados e controles médicos periódicos. Tais características confirmam, para a cidade de Viçosa-MG, aspectos considerados na literatura sobre a qualidade de vida do idoso e seus determinantes, tendo as falas e as praticas, observadas, bem como o uso do referencial teórico e da metodologia qualitativa, dado o tom e a singularidade aos resultados. 4) As questões de gênero na "terceira idade" não decorrem apenas de questões demográficas, em que as mulheres representam maior número que os homens, mas de diferenças existentes entre a velhice do homem e a da mulher, sendo que esta supera mais facilmente os entraves e as dificuldades. 5) A disponibilidade de serviços adequados para a população idosa, se mostram como alternativas propiciadoras de melhor qualidade de vida. Os "Grupos de terceira Idade tem sido o local de socialização, congregando pessoas da mesma idade, se tornando local adequado para trabalhos preventivos com o idoso, sem o caráter dc serviços médicos. 6) Esta nova versão da velhice permitiu melhor compreensão das características desse curso da vida, havendo de servir como alerta aos profissionais de saúde, para elaboração de práticas preventivas a serem implementadas para o grupo estudado, visando a melhor qualidade de vida para essa população.