Representações sociais sobre a educação do campo construídas por educandos do curso de licenciatura em Educação do Campo

• Ano de defesa: 2013
• Autor(a) principal: Luciane de Souza Diniz
• Orientador(a): Maria Isabel Antunes Rocha
• Banca de defesa: Vândiner Ribeiro, Maria de Fatima Almeida Martins, Gilcinei Teodoro Carvalho, Vanessa Ferraz Almeida Neves
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Formação de professores; Representações sociais; Licenciatura em Educação do Campo; Educação do Campo
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9F5EUL

Este estudo é o registro de uma pesquisa feita em torno das representações sociais de educandos do curso de Licenciatura em Educação do Campo da Faculdade de Educação da UFMG sobre a Educação do Campo. A questão orientadora da pesquisa focou os desafios vivenciados pelos educandos com relação à construção de saberes sobre a Educação do Campo, visto que esta última vem se configurando nas duas últimas décadas como um paradigma. Ao se contrapor a Educação Rural, amplia seus significados para concepções relacionadas à escola, a cultura, ao modelo de sociedade, bem como do envolvimento das populações nas decisões que dizem respeito à produção e reprodução de suas vidas no espaço camponês. A pesquisa utilizou a abordagem quantitativo-qualitativa, com o suporte da concepção teórica das Representações Sociais de Moscovici (2003), pela Abordagem Estrutural (ABRIC,1998) e conjunto de conceitos e práticas sobre a Educação do Campo. Como instrumentos e técnicas foram utilizados: um questionário sócio demográfico e a técnica de associação livre de palavras. O conteúdo do questionário foi analisado através do Microsoft Excell 2010. Fizeram parte deste estudo 21 (vinte e um) educandos da turma 2011 na área de Ciências Sociais e Humanidades. Dentre os participantes da pesquisa a maioria é composta do sexo feminino (68%), com uma faixa etária entre 18 a 25 anos (52%) e trabalhadores rurais. A partir da organização e frequência dos termos evocados elegeu-se cinco eixos analíticos, que por sua vez relacionam-se com os princípios da Educação do Campo. São eles: a importância de reconhecer os Valores e a Cultura do povo camponês, com 35% dos termos evocados, seguido pela Educação do Campo como objeto de Luta que apresentou 26% dos termos evocados. A categoria Projeto de Campo/Sociedade apresentou 19%, a categoria Sujeitos, a qual os termos evocados fazem referência à Educação do Campo como um projeto protagonizado pelos povos do campo apresentou 12% e a última categoria destaca educação e escola como Direito dos povos do campo com 8% das evocações.A análise dos termos evocados permitiu produzir evidências de que o centro da estrutura representacional dos educandos sobre a Educação do Campo é constituído pela Luta. Isto porque, os outros eixos constituíram-se partindo de um conjunto de termos, ao passo que o eixo Luta é composto basicamente pela citação desta palavra. Nesse sentido, o termo ganha força de expressão e de significado junto ao grupo, demonstrando que os educandos e educandas estão construindo representações sociais sobre a Educação do Campo e apreendendo o que é estruturante de sua constituição: o de ser um projeto de educação, construído pelos povos organizados do campo, em um processo de luta que visa conquistar frações do espaço educacional, numa perspectiva que se alia a luta por um modo de vida no campo.