Diálogos entre a justiça restaurativa e a justiça social pela via de acesso a direitos e seus reflexos sobre adolescentes em conflito com a lei

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Natália de Souza Neves lattes
Orientador(a): Fernando Gonzaga Jayme lattes
Banca de defesa: Daniel Silva Achutti, Fernanda Cruz da Fonseca Rosenblatt, Júlio Aguiar de Oliveira, Mônica Sette Lopes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Direito
Departamento: DIREITO - FACULDADE DE DIREITO
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/46906
Resumo: Nessa pesquisa buscou-se compreender as possibilidades e os limites de uma abordagem de justiça restaurativa que incorpore a justiça social a ser aplicada no sistema de justiça juvenil, com adolescentes em conflito com a lei no Brasil. Para tanto, primeiramente foi feita uma análise da matriz teórica que fundamenta e orienta o tratamento de crianças e adolescentes atualmente no país: a doutrina da proteção integral. Essa doutrina preleciona que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos, encontrando-se em condição peculiar de desenvolvimento. Nesse sentido, têm direito a um catálogo de direitos, adicionando-se outras garantias, por se encontrarem nessa condição. Quando cometem atos infracionais, para além das garantias processuais que lhe são auferidas, os adolescentes, durante o seu processo de responsabilização, fazem jus a uma gama de direitos individuais e sociais, sendo que a socioeducação constitui-se como um vetor que orienta esse processo. Em um segundo momento, com a proposta de se ampliar as lentes sobre a forma de se lidar com adolescentes em conflito com a lei, buscando-se uma perspectiva mais humanizada e priorizando-se a reparação em detrimento da punição, analisou-se os fundamentos da justiça restaurativa. Essa proposta de justiça constitui uma mudança de paradigmas no tratamento de crimes e atos infracionais, ao propor um deslocamento de enfoque da transgressão legal para os danos causados em decorrência dessa transgressão, buscando-se a reparação da vítima e a restauração das pessoas diretamente envolvidas, incluindo vítimas, comunidade e ofensor, bem como da relação entre elas. As obrigações e necessidades que surgem com a ocorrência do dano, a responsabilização individual e coletiva e o engajamento das partes são pilares importantes da justiça restaurativa, que devem ser considerados nos diferentes formatos e configurações das suas práticas. Em um terceiro momento, com o objetivo de se estabelecer uma interface entre a justiça restaurativa e a justiça social, analisou-se a teoria da abordagem das capacidades, de Amartya Sen. Para este autor, ao se avaliar a justiça social em uma sociedade, deve-se considerar a liberdade, as capacidades e oportunidades reais das pessoas, bem como a vida que elas levam, de acordo com os objetivos que estabeleceram para si. A partir desse referencial teórico, e considerando a proposta da justiça restaurativa de se ater, dentre outros, às necessidades das partes, decorrentes e que muitas vezes subjazem a ocorrência de transgressões, buscou-se enfatizar a importância de uma abordagem de justiça restaurativa que incorpore a justiça social. Por fim, com a realização dessa pesquisa, concluiu-se, por meio da análise da doutrina da proteção integral e da matriz teórica da justiça restaurativa, que há aporte teórico e metodológico para uma abordagem de justiça restaurativa que incorpore a justiça social a ser aplicada no país com adolescentes em conflito com a lei. Essa incorporação é possível via o acesso a direitos, que pode ser potencializado mediante a participação direta e indireta de atores do sistema de garantia de direitos das crianças e dos adolescentes nas práticas restaurativas. A aplicação dessa abordagem tem o condão de qualificar a experiência de justiça vivenciada pelas partes envolvidas diretamente e indiretamente com a ocorrência do ato infracional, merecendo especial atenção em contextos marcados por altos índices de criminalidade, violência e desigualdades sociais abissais, como no Brasil.
id UFMG_bba9a3c7b8ac88fce72f15eab0307e90
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/46906
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Fernando Gonzaga Jaymehttp://lattes.cnpq.br/5361758453733725Elza Maria Miranda AfonsoDaniel Silva AchuttiFernanda Cruz da Fonseca RosenblattJúlio Aguiar de OliveiraMônica Sette Lopeshttp://lattes.cnpq.br/1967463200384388Natália de Souza Neves2022-11-04T11:27:37Z2022-11-04T11:27:37Z2021-03-26http://hdl.handle.net/1843/46906Nessa pesquisa buscou-se compreender as possibilidades e os limites de uma abordagem de justiça restaurativa que incorpore a justiça social a ser aplicada no sistema de justiça juvenil, com adolescentes em conflito com a lei no Brasil. Para tanto, primeiramente foi feita uma análise da matriz teórica que fundamenta e orienta o tratamento de crianças e adolescentes atualmente no país: a doutrina da proteção integral. Essa doutrina preleciona que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos, encontrando-se em condição peculiar de desenvolvimento. Nesse sentido, têm direito a um catálogo de direitos, adicionando-se outras garantias, por se encontrarem nessa condição. Quando cometem atos infracionais, para além das garantias processuais que lhe são auferidas, os adolescentes, durante o seu processo de responsabilização, fazem jus a uma gama de direitos individuais e sociais, sendo que a socioeducação constitui-se como um vetor que orienta esse processo. Em um segundo momento, com a proposta de se ampliar as lentes sobre a forma de se lidar com adolescentes em conflito com a lei, buscando-se uma perspectiva mais humanizada e priorizando-se a reparação em detrimento da punição, analisou-se os fundamentos da justiça restaurativa. Essa proposta de justiça constitui uma mudança de paradigmas no tratamento de crimes e atos infracionais, ao propor um deslocamento de enfoque da transgressão legal para os danos causados em decorrência dessa transgressão, buscando-se a reparação da vítima e a restauração das pessoas diretamente envolvidas, incluindo vítimas, comunidade e ofensor, bem como da relação entre elas. As obrigações e necessidades que surgem com a ocorrência do dano, a responsabilização individual e coletiva e o engajamento das partes são pilares importantes da justiça restaurativa, que devem ser considerados nos diferentes formatos e configurações das suas práticas. Em um terceiro momento, com o objetivo de se estabelecer uma interface entre a justiça restaurativa e a justiça social, analisou-se a teoria da abordagem das capacidades, de Amartya Sen. Para este autor, ao se avaliar a justiça social em uma sociedade, deve-se considerar a liberdade, as capacidades e oportunidades reais das pessoas, bem como a vida que elas levam, de acordo com os objetivos que estabeleceram para si. A partir desse referencial teórico, e considerando a proposta da justiça restaurativa de se ater, dentre outros, às necessidades das partes, decorrentes e que muitas vezes subjazem a ocorrência de transgressões, buscou-se enfatizar a importância de uma abordagem de justiça restaurativa que incorpore a justiça social. Por fim, com a realização dessa pesquisa, concluiu-se, por meio da análise da doutrina da proteção integral e da matriz teórica da justiça restaurativa, que há aporte teórico e metodológico para uma abordagem de justiça restaurativa que incorpore a justiça social a ser aplicada no país com adolescentes em conflito com a lei. Essa incorporação é possível via o acesso a direitos, que pode ser potencializado mediante a participação direta e indireta de atores do sistema de garantia de direitos das crianças e dos adolescentes nas práticas restaurativas. A aplicação dessa abordagem tem o condão de qualificar a experiência de justiça vivenciada pelas partes envolvidas diretamente e indiretamente com a ocorrência do ato infracional, merecendo especial atenção em contextos marcados por altos índices de criminalidade, violência e desigualdades sociais abissais, como no Brasil.This research aimed at understanding the possibilities and limits of a restorative justice approach that incorporates social justice to be applied in the juvenile justice system, with adolescents who commit offenses in Brazil. For such purpose, it first offers a theoretical analysis of the doctrine of integral protection, which guides the treatment of children and adolescents nowadays in the country. According to this doctrine, children and adolescents – who are in a peculiar condition of development in their lives – possess specific rights. Indeed, they are entitled to a catalogue of rights, in addition to other guarantees, due to that peculiar condition. When adolescents commit any offence, they are granted procedural guarantees during the legal process. In addition, during their process of accountability they enjoy a range of individual and social rights, and socioeducation is a vector that guides the application of a socioeducational sanction. Secondly, in order to expand the lenses on how to deal with adolescents who commit offenses, prioritizing a more humanized treatment and reparation over punishment, the foundations of restorative justice were analyzed. This new form of justice represents a paradigm shift in the treatment of crimes and infractions, by proposing a change of focus from legal transgression to the damage caused by the occurrence of an offence, seeking the reparation of the victims and the restoration of stakeholders directly involved in the context of the offence, including victims, community and offender, as well as the relations between them. The obligations and needs that arise when harm is done, the individual and collective accountability and the engagement of stakeholders are important pillars of restorative justice, which should be considered in the application of the different formats of restorative practices. Thirdly, aiming to establish a relation between restorative justice and social justice, I analyzed the capability approach developed by Amartya Sen. According to Sen, when evaluating social justice in a specific society one should consider freedom, capacities and the real opportunities of people who live in such society, as well as the life they lead, according to the objectives they have set for themselves. Based on the capability approach, and considering the aim of restorative justice to address the needs of the stakeholders that arise and underlie the occurrence of crimes and infractions, I aimed at emphasizing the importance of a restorative justice approach that incorporates social justice. Finally, it was concluded, through the analyses of the doctrine of integral protection, and of the theoretical framework of restorative justice, that there is a theoretical and methodological basis for a restorative justice approach that incorporates social justice to be applied with adolescents who commit offenses in Brazil. Such approach becomes possible through the increase in access to human rights, accomplished by the direct and indirect participation in restorative practices of representatives of the Child and Adolescent Rights Guarantee System. The widespread application of this approach has the potential of qualifying the judicial experience undergone by the stakeholders during restorative practices. Such approach is valued in contexts characterized by high rates of crime, violence and abyssal social inequalities, as the ones prevalent in Brazil.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em DireitoUFMGBrasilDIREITO - FACULDADE DE DIREITOhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessJustiça restaurativaJustiça socialAdolescentesCorreção juvenilJustiça restaurativaJustiça socialDiálogos entre a justiça restaurativa e a justiça social pela via de acesso a direitos e seus reflexos sobre adolescentes em conflito com a leiDialogues between restorative justice and social justice through access to rights and its reflections on adolescents who commit offensesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDiálogos entre a justiça restaurativa e a justiça social pela via de acesso a direitos e seus reflexos sobre adolescentes em conflito com a lei.pdfDiálogos entre a justiça restaurativa e a justiça social pela via de acesso a direitos e seus reflexos sobre adolescentes em conflito com a lei.pdfapplication/pdf2129511https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46906/1/Di%c3%a1logos%20entre%20a%20justi%c3%a7a%20restaurativa%20e%20a%20justi%c3%a7a%20social%20pela%20via%20de%20acesso%20a%20direitos%20e%20seus%20reflexos%20sobre%20adolescentes%20em%20conflito%20com%20a%20lei.pdf3a38542c120eaf94ef2689c143bbba5eMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46906/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46906/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/469062022-11-04 08:27:38.021oai:repositorio.ufmg.br:1843/46906TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-11-04T11:27:38Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Diálogos entre a justiça restaurativa e a justiça social pela via de acesso a direitos e seus reflexos sobre adolescentes em conflito com a lei
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Dialogues between restorative justice and social justice through access to rights and its reflections on adolescents who commit offenses
title Diálogos entre a justiça restaurativa e a justiça social pela via de acesso a direitos e seus reflexos sobre adolescentes em conflito com a lei
spellingShingle Diálogos entre a justiça restaurativa e a justiça social pela via de acesso a direitos e seus reflexos sobre adolescentes em conflito com a lei
Natália de Souza Neves
Justiça restaurativa
Justiça social
Justiça restaurativa
Justiça social
Adolescentes
Correção juvenil
title_short Diálogos entre a justiça restaurativa e a justiça social pela via de acesso a direitos e seus reflexos sobre adolescentes em conflito com a lei
title_full Diálogos entre a justiça restaurativa e a justiça social pela via de acesso a direitos e seus reflexos sobre adolescentes em conflito com a lei
title_fullStr Diálogos entre a justiça restaurativa e a justiça social pela via de acesso a direitos e seus reflexos sobre adolescentes em conflito com a lei
title_full_unstemmed Diálogos entre a justiça restaurativa e a justiça social pela via de acesso a direitos e seus reflexos sobre adolescentes em conflito com a lei
title_sort Diálogos entre a justiça restaurativa e a justiça social pela via de acesso a direitos e seus reflexos sobre adolescentes em conflito com a lei
author Natália de Souza Neves
author_facet Natália de Souza Neves
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Fernando Gonzaga Jayme
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5361758453733725
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Elza Maria Miranda Afonso
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Daniel Silva Achutti
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Fernanda Cruz da Fonseca Rosenblatt
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Júlio Aguiar de Oliveira
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Mônica Sette Lopes
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1967463200384388
dc.contributor.author.fl_str_mv Natália de Souza Neves
contributor_str_mv Fernando Gonzaga Jayme
Elza Maria Miranda Afonso
Daniel Silva Achutti
Fernanda Cruz da Fonseca Rosenblatt
Júlio Aguiar de Oliveira
Mônica Sette Lopes
dc.subject.por.fl_str_mv Justiça restaurativa
Justiça social
topic Justiça restaurativa
Justiça social
Justiça restaurativa
Justiça social
Adolescentes
Correção juvenil
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Justiça restaurativa
Justiça social
Adolescentes
Correção juvenil
description Nessa pesquisa buscou-se compreender as possibilidades e os limites de uma abordagem de justiça restaurativa que incorpore a justiça social a ser aplicada no sistema de justiça juvenil, com adolescentes em conflito com a lei no Brasil. Para tanto, primeiramente foi feita uma análise da matriz teórica que fundamenta e orienta o tratamento de crianças e adolescentes atualmente no país: a doutrina da proteção integral. Essa doutrina preleciona que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos, encontrando-se em condição peculiar de desenvolvimento. Nesse sentido, têm direito a um catálogo de direitos, adicionando-se outras garantias, por se encontrarem nessa condição. Quando cometem atos infracionais, para além das garantias processuais que lhe são auferidas, os adolescentes, durante o seu processo de responsabilização, fazem jus a uma gama de direitos individuais e sociais, sendo que a socioeducação constitui-se como um vetor que orienta esse processo. Em um segundo momento, com a proposta de se ampliar as lentes sobre a forma de se lidar com adolescentes em conflito com a lei, buscando-se uma perspectiva mais humanizada e priorizando-se a reparação em detrimento da punição, analisou-se os fundamentos da justiça restaurativa. Essa proposta de justiça constitui uma mudança de paradigmas no tratamento de crimes e atos infracionais, ao propor um deslocamento de enfoque da transgressão legal para os danos causados em decorrência dessa transgressão, buscando-se a reparação da vítima e a restauração das pessoas diretamente envolvidas, incluindo vítimas, comunidade e ofensor, bem como da relação entre elas. As obrigações e necessidades que surgem com a ocorrência do dano, a responsabilização individual e coletiva e o engajamento das partes são pilares importantes da justiça restaurativa, que devem ser considerados nos diferentes formatos e configurações das suas práticas. Em um terceiro momento, com o objetivo de se estabelecer uma interface entre a justiça restaurativa e a justiça social, analisou-se a teoria da abordagem das capacidades, de Amartya Sen. Para este autor, ao se avaliar a justiça social em uma sociedade, deve-se considerar a liberdade, as capacidades e oportunidades reais das pessoas, bem como a vida que elas levam, de acordo com os objetivos que estabeleceram para si. A partir desse referencial teórico, e considerando a proposta da justiça restaurativa de se ater, dentre outros, às necessidades das partes, decorrentes e que muitas vezes subjazem a ocorrência de transgressões, buscou-se enfatizar a importância de uma abordagem de justiça restaurativa que incorpore a justiça social. Por fim, com a realização dessa pesquisa, concluiu-se, por meio da análise da doutrina da proteção integral e da matriz teórica da justiça restaurativa, que há aporte teórico e metodológico para uma abordagem de justiça restaurativa que incorpore a justiça social a ser aplicada no país com adolescentes em conflito com a lei. Essa incorporação é possível via o acesso a direitos, que pode ser potencializado mediante a participação direta e indireta de atores do sistema de garantia de direitos das crianças e dos adolescentes nas práticas restaurativas. A aplicação dessa abordagem tem o condão de qualificar a experiência de justiça vivenciada pelas partes envolvidas diretamente e indiretamente com a ocorrência do ato infracional, merecendo especial atenção em contextos marcados por altos índices de criminalidade, violência e desigualdades sociais abissais, como no Brasil.
publishDate 2021
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-03-26
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-11-04T11:27:37Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-11-04T11:27:37Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/46906
url http://hdl.handle.net/1843/46906
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Direito
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv DIREITO - FACULDADE DE DIREITO
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46906/1/Di%c3%a1logos%20entre%20a%20justi%c3%a7a%20restaurativa%20e%20a%20justi%c3%a7a%20social%20pela%20via%20de%20acesso%20a%20direitos%20e%20seus%20reflexos%20sobre%20adolescentes%20em%20conflito%20com%20a%20lei.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46906/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46906/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 3a38542c120eaf94ef2689c143bbba5e
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1793891000650825728