Avaliação da atividade da riboflavina em diferentes modelos de nocicepção e inflamação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Caryne Margotto Bertollo
Orientador(a): Marcio de Matos Coelho
Banca de defesa: Maria Salete de Abreu Castro, Tasso Moraes e Santos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/KMCG-72BHZA
Resumo: A riboflavina é uma vitamina do complexo B que é convertida em FMN e FAD, coenzimas que participam de diversas reações do metabolismo energético. A riboflavina, assim como outras vitaminas do complexo B (tiamina, piridoxina e cianocobalamina), apresenta atividade antiinflamatória, embora uma caracterização ampla da mesma ainda não tenha sido realizada. Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar o efeito dessa vitamina em modelos de nocicepção e inflamação. A riboflavina (25,50 ou 100 mg/kg, i.p.) não alterou a atividade motora de camudongos nos modelos da haste girante e do campo aberto. A segunda fase da resposta nociceptiva induzida por formaldeído em camundongos foi inibida pelo tratamento com a riboflavina (50 ou 100 mg/kg, i.p.). A primeira fase dessa resposta, bem como a resposta nociceptiva induzida por calor no modelo da placa quente, foi inibida apenas pela maior dose dessa vitamina. A riboflavina (25,50 ou 100 mg/kg, i.p.), administrada 30 min. antes ou 3 h. após a injeção i.pl. de carragenina em ratos, não inibiu a alodínia mecânica. Entretanto, a adminstração da riboflavina (25,50 ou 100 mg/kg, i.p.), imediatamente e 2 h após a injeção de carragenina, induziu efeito antinociceptivo. Esse efeito não foi inibido pelo pré-tratamento dos animais com sulfato de cádmio (1mg/kg. i.p.), um inibidor fa flavoquinase. O edema de pata induzido por carragenina em ratos também foi inibido pela riboflavina (50 ou 100 mg/kg, i.p., 0 e 2 h). Entretanto, a migração celular induzida pela injeção i.p. desse estímulo inflamatório em ratos não foi reduzida pela (50 ou 100 mg/kg, s.c., 0 e 2 h). Os efeitos induzidos por essa vitamina (25, 50 ou 100 mg/kg, i.p., 0 e 2 h) sobre dois componentes da resposta inflamatória induzida por PDD em ratos foram diferentes. Embora não tenha inbido a alodínia mecânica a riboflavina (100 mg/kg, i.p.) inibiu parcialmente, o edema de pata induzido por esse estímulo. A riboflavina (50 ou 100 mg/kg, i.p., 0 e 2 h) também inibiu a resposta febril induzida por LPS em ratos, um modelo de inflamação sistêmica. Além disso, no modelo de formação de tecido fibrovascular induzida por implante s.c. de disco de algodão em camundongos, um modelo de inflamação prolongada, o tratamento durante uma semana com duas doses diárias de riboflavina (50 ou 100 mg/kg, i.p.) reduziu a massa do tecido fibrovascular. Além de apresentar atividade antinociceptiva, antiedema, antipirética e antiproliferativa quando administrada de forma isolada, a riboflavina (10 ou 25 mg/kg, i,p.) exacerbou o efeito da morfina (2,4 ou 9 mg/kg, i.p.) no modelo de resposta nociceptiva induzida por formaldeído em camundongos. Em conclusão, o presente estudo demonstrou os efeitos antinociceptivo e antiinflamatório da riboflavina em diferente modelos experimentais, sendo que tais efeitos resultam, provavelmente de múltiplos mecanismos. Esses resultados, associados ao fato de que a riboflavina é uma droga aprovada para uso clínico, apresenta segurança bem estabelecida e aumenta o efeito antinociceptivo da morfina, podem dar suporte a estudos clínicos que avaliem o uso dessa vitamina em condições patológicas não associadas a sua deficiência.
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