Os manuais, compêndios e livros didáticos na história do ensino de Filosofia no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Monteiro, André Francisco Freire
Orientador(a): Soares, Paulo Sérgio Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/2387
Resumo: O presente trabalho é historiográfico e pretende contribuir com o debate das políticas relacionadas ao livro didático, sobretudo no campo filosófico, à medida que faz uma análise da trajetória dos manuais escolares para o Ensino de Filosofia no Brasil. Partindo dos aspectos sociais, econômicos e das políticas educacionais, foi possível mapear o caminho que o manual para a disciplina de Filosofia percorreu, desde a época da educação Jesuíta até os atuais programas de avaliação dos livros didáticos. Foi discutido a historiografia dos manuais e compêndios para o Ensino de Filosofia no Brasil de 1500 a 1930, fase em que eles foram os suportes privilegiados para o ensino. O debate perpassou o processo de institucionalização da escolha dos livros didáticos e as avaliações dos manuais escolares, compreendendo o período de criação da Comissão Nacional do Livro Didático (CNLD) e da Comissão do Livro Técnico e do Livro Didático (COLTED), até chegar ao atual contexto, marcado pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), em que se verifica que o livro didático passou a ser uma mercadoria, como mais um produto da indústria cultural e como item lucrativo. O livro didático, desde o início do processo de escolarização no Brasil, sempre fez parte da cultura escolar e a sua forma e conteúdo, no decorrer dos anos, começaram a ser controlados via órgãos governamentais de avaliação. Atualmente, a disciplina de Filosofia conta com vários manuais de ensino à disposição, e que foram aprimorados ao longo do tempo, devido, principalmente, a inserção da disciplina nos currículos escolares. Como mercadoria, o livro didático impresso tem sido distribuído nas escolas para os alunos, muitas vezes, como única fonte de leitura a que têm acesso. Evidenciamos que iniciativas como o Projeto Folhas, desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado do Paraná, em que os próprios professores elaboraram os livros didáticos, de forma colaborativa, tiveram um valor de produção, por unidade, muito menor do que o ofertado pelas editoras. Trata-se de um livro didático produzido com Recursos Educacionais Abertos (REA), tornando o livro público e pronto para ser distribuído gratuitamente em endereço específico de web, com autorização para reprodução parcial ou total da obra. Fizemos um levantamento de preços e comparamos. Do ponto de vista econômico, a iniciativa se mostrou um verdadeiro avanço, cujo exemplo deveria ser seguido por outros estados da federação. Diante da constatação de que os REA são uma importante alternativa a atual política do livro didático, como produto dessa dissertação, fica a recomendação: educação não é mercadoria e o livro didático de Filosofia também não deveria ser.
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spelling Monteiro, André Francisco FreireSoares, Paulo Sérgio Gomes2021-03-09T11:37:39Z2021-03-09T11:37:39Z2020-09-30MONTEIRO, André Francisco Freire. Os manuais, compêndios e livros didáticos na história do ensino de Filosofia no Brasil.2020.123f. Dissertação (Mestrado Profissional em Filosofia) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Palmas, 2020.http://hdl.handle.net/11612/2387O presente trabalho é historiográfico e pretende contribuir com o debate das políticas relacionadas ao livro didático, sobretudo no campo filosófico, à medida que faz uma análise da trajetória dos manuais escolares para o Ensino de Filosofia no Brasil. Partindo dos aspectos sociais, econômicos e das políticas educacionais, foi possível mapear o caminho que o manual para a disciplina de Filosofia percorreu, desde a época da educação Jesuíta até os atuais programas de avaliação dos livros didáticos. Foi discutido a historiografia dos manuais e compêndios para o Ensino de Filosofia no Brasil de 1500 a 1930, fase em que eles foram os suportes privilegiados para o ensino. O debate perpassou o processo de institucionalização da escolha dos livros didáticos e as avaliações dos manuais escolares, compreendendo o período de criação da Comissão Nacional do Livro Didático (CNLD) e da Comissão do Livro Técnico e do Livro Didático (COLTED), até chegar ao atual contexto, marcado pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), em que se verifica que o livro didático passou a ser uma mercadoria, como mais um produto da indústria cultural e como item lucrativo. O livro didático, desde o início do processo de escolarização no Brasil, sempre fez parte da cultura escolar e a sua forma e conteúdo, no decorrer dos anos, começaram a ser controlados via órgãos governamentais de avaliação. Atualmente, a disciplina de Filosofia conta com vários manuais de ensino à disposição, e que foram aprimorados ao longo do tempo, devido, principalmente, a inserção da disciplina nos currículos escolares. Como mercadoria, o livro didático impresso tem sido distribuído nas escolas para os alunos, muitas vezes, como única fonte de leitura a que têm acesso. Evidenciamos que iniciativas como o Projeto Folhas, desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado do Paraná, em que os próprios professores elaboraram os livros didáticos, de forma colaborativa, tiveram um valor de produção, por unidade, muito menor do que o ofertado pelas editoras. Trata-se de um livro didático produzido com Recursos Educacionais Abertos (REA), tornando o livro público e pronto para ser distribuído gratuitamente em endereço específico de web, com autorização para reprodução parcial ou total da obra. Fizemos um levantamento de preços e comparamos. Do ponto de vista econômico, a iniciativa se mostrou um verdadeiro avanço, cujo exemplo deveria ser seguido por outros estados da federação. Diante da constatação de que os REA são uma importante alternativa a atual política do livro didático, como produto dessa dissertação, fica a recomendação: educação não é mercadoria e o livro didático de Filosofia também não deveria ser.The present work is historiographical and intends to contribute to the debate on policies related to textbooks, especially in the philosophical field, as it analyzes the trajectory of school textbooks for the Teaching of Philosophy in Brazil. Based on social, economic and educational policies, it was possible to map the path that the manual for the discipline of Philosophy took, from the time of Jesuit education to the current textbook evaluation programs. The historiography of manuals and textbooks for the Teaching of Philosophy in Brazil from 1500 to 1930 was discussed, a phase in which they were the privileged supports for teaching. The debate went through the process of institutionalizing the choice of textbooks and the evaluation of school textbooks, including the period of creation of the National Textbook Commission (CNLD) and the Technical Book and Textbook Commission (COLTED), until reaching the current context, marked by the National Textbook Program (PNLD), in which it appears that school textbooks are now examined as merchandise, as another product of the cultural industry and as a profitable item. The textbook, since the beginning of the schooling process in Brazil, has always been part of the school culture and its form and content, over the years, began to be controlled via governmental assessment bodies. Currently, the Philosophy discipline has several teaching manuals available, which have been improved over time, mainly due to the inclusion of the discipline in school curricula. As a commodity, the printed textbook has been distributed in schools to students, often as the only source of reading to which they have access. We show that initiatives such as the Folhas Project, developed by the Education Department of the State of Paraná, in which the teachers themselves prepared the textbooks in a collaborative way, had a production value, per unit, much lower than that offered by the publishers. It is a textbook produced with Open Educational Resources (OER), making the book public and ready to be distributed free of charge at a specific web address, with authorization for partial or total reproduction of the work. We did a price survey and compared. From an economic point of view, the initiative proved to be a real advance, whose example should be followed by other states of the federation. Given the realization that OERs are an important alternative to the current textbook policy, as a product of this dissertation, the recommendation is: education is not a commodity and the Philosophy textbook should not be either.Universidade Federal do TocantinsPalmasPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaBrasilCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIAEnsino de Filosofia; Manuais e Compêndios; Livro Didático; Mercadoria; Philosophy Teaching; Manuals and Compendiums; Textbook; MerchandiseOs manuais, compêndios e livros didáticos na história do ensino de Filosofia no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFTinstname:Universidade Federal do Tocantins (UFT)instacron:UFTORIGINALAndré Francisco Freire Monteiro - Dissertação.pdfAndré Francisco Freire Monteiro - Dissertação.pdfapplication/pdf844419http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/2387/1/Andr%c3%a9%20Francisco%20Freire%20Monteiro%20-%20Disserta%c3%a7%c3%a3o.pdfe2d9bcd864127061f4ef9d790cd5b93aMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/2387/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTAndré Francisco Freire Monteiro - Dissertação.pdf.txtAndré Francisco Freire Monteiro - Dissertação.pdf.txtExtracted texttext/plain241238http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/2387/3/Andr%c3%a9%20Francisco%20Freire%20Monteiro%20-%20Disserta%c3%a7%c3%a3o.pdf.txt060cb708579c5c81353dab56788f6372MD53THUMBNAILAndré Francisco Freire Monteiro - Dissertação.pdf.jpgAndré Francisco Freire Monteiro - Dissertação.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1342http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/2387/4/Andr%c3%a9%20Francisco%20Freire%20Monteiro%20-%20Disserta%c3%a7%c3%a3o.pdf.jpg62735e42b60e0f1394d1cf45e50e73b5MD5411612/23872021-03-10 03:01:09.411oai:repositorio.uft.edu.br:11612/2387Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.uft.edu.br/oai/requestbiblioarraias@uft.edu.br || bibliogpi@uft.edu.br || bibliomira@uft.edu.br || bibliopalmas@uft.edu.br || biblioporto@uft.edu.br || biblioarag@uft.edu.br || dirbib@ufnt.edu.br || bibliocca@uft.edu.br || bibliotoc@uft.edu.bropendoar:2021-03-10T06:01:09Repositório Institucional da UFT - Universidade Federal do Tocantins (UFT)false
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